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Novo modelo de Sociedade
30 de Outubro de 2013

Novo modelo de Sociedade

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 30 de Outubro de 2013 | Atualizado 03 de Dezembro de 2021

Há um debate que, quer queiramos ou não, terá que ser feito por todos os segmentos da sociedade, do Brasil e do mundo. O modelo atual de desenvolvimento, na forma como foi concebido e concretizado, se esgotou. Estamos vivendo alguns paradoxos que precisam, certamente, serem aprofundados. Proponho-me a debater, sem qualquer pretensão de esgotar o assunto, alguns destes temas.

O primeiro deles se identifica como a luta da Velha Economia versus a Nova Economia. A Velha Economia, do uso extensivo de mão de obra, do fazer mais do mesmo, da dilapidação do meio ambiente, da qualidade deficiente. A Nova Economia preocupada com a sustentabilidade (fazer mais com menos), com a personalização dos produtos, com profissionais que se identificam com o “saber pensar”.

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Não é difícil perceber para onde caminha o futuro. Também, não é difícil fazer o diagnóstico do que é necessário para o país e o estado fazerem para se tornarem competitivos. Recentemente li um artigo no Diário Catarinense em que o presidente da FIESC – Glauco J. Côrte – dizia ser o termo mão de obra, depreciativo. Para a Nova Economia é essencial prepararmos as pessoas para o “saber pensar.” Logo, a Educação é fundamental para o processo de enquadramento na Nova Economia.

O segundo paradoxo é o da Geração de Empregos versus o Crescimento Populacional. O mundo atingiu, recentemente, a marca de 7 bilhões de habitantes. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) perto de 1 bilhão não têm emprego e vivem com menos de U$2 por dia. Nunca, na história da humanidade, houve um número de eliminação de empregos como nos dias atuais e, com um dado interessante, os eliminados não migram para outros setores da economia como aconteceu nas revoluções anteriores. Logo, permanecem desempregados.

Há dois livros que abordam o tema com profundidade. O “Fim dos Empregos”, de Jeremy Rifkin (Editora M. Books) e “Um Mundo Sem Empregos”, de Willian Bridges (Editora Makron Books). Os dois autores fazem uma abordagem fria e realista do tema e chamam atenção para os eliminadores do emprego: mecanização, robotização, informatização e virtualização. Enquanto no processamento da revolução industrial as pessoas eram transferidas da agricultura para a indústria e, posteriormente, para a área de serviços, agora isto não ocorre e, o posto de trabalho,  é eliminado.

Podemos afirmar com segurança que, todas as funções que tiverem como característica a repetição, serão eliminadas. Os exemplos se espalham pelo mundo. Tudo é uma questão de custo – benefício; enquanto for mais barato manter pessoas trabalhando isto será feito. Caso contrário informatiza-se, robotiza-se, mecaniza-se ou virtualiza-se.

Não podemos nos iludir com os índices de emprego que são veiculados, mês a mês, no Brasil, que mostram um quadro tranquilo. Os empregos gerados no Brasil são empregos de baixo valor agregado. São empregos típicos da Velha Economia, pois nosso preparo educacional não nos permite atender as necessidades da Nova Economia. Para deixar bem claro este posicionamento: revistas de economia mostram as disponibilidades de vagas na área de Tecnologia de Informação (TI), que chegam a números extravagantes e que estão disponíveis sem candidatos a ocupá-las. Voltamos à Educação!

Importante o depoimento do professor e cientista político americano Francis Fukuyama à revista Veja. Perguntado por que a revolução tecnológica não será positiva para a sociedade como um todo, respondeu: “A industrialização permitiu a absorção de pessoas pouco qualificadas, pois não exigia a capacidade de pensar. Não é o que acontece agora em que, até, cargos administrativos de baixa complexidade podem ser substituídos por robôs.”

Outro ponto a ser considerado é a virtualização. Encontra-se, é óbvio, em processo inicial de implantação. Mas, já é possível identificar algumas das mudanças que vêm por aí. Qual será o destino das lojas de rua já que se se pode comprar virtualmente? Se posso comprar em qualquer lugar do mundo, por que compraria de uma empresa no Brasil? O que acontecerá com os milhares de empregos gerados por pequenas empresas, que vivem longe desta realidade?

São questões sobre as quais devemos refletir. Não posicionarmo-nos contra ou radicalizar ações, mas sim entender que este é um processo de mudanças irreversível e, que como outros pelos quais já passamos, deverão ser absorvidos por cada pessoa.

O que fica claro é a necessidade de que o conhecimento e as habilidades requisitados pelo mercado de trabalho mudaram. O que serviu até pouco tempo hoje não tem mais utilidade. Novas habilidades são exigidas; habilidades que permitam ao trabalhador adaptar-se a um trabalho que exige dele a multifuncionalidade, capacidade para solucionar problemas complexos para o que se exigem necessidades intelectuais diferenciadas das que hoje são ofertadas. Voltamos à Educação.

Claro que o assunto é imenso e intenso. A discussão está posta. Pense sobre o tema e compare suas qualificações com as que são exigidas pelo mercado. Pense em até onde suas habilidades o manterão no mercado. Sua participação neste debate é muito importante. Boa leitura.

 

 

 

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