ARTIGO | As 5 leis da disrupção do Hvon
17 de Abril de 2017

ARTIGO | As 5 leis da disrupção do Hvon

por Henrique von Atzingen*

Todo dia surgem novas tecnologias que, aplicadas a novos modelos de negócios, mudam completamente a vida das pessoas. Foi assim que o iTunes aliado ao iPod e ao mp3 transformaram a indústria fonográfica. Foi assim que o Spotify transformou o modelo de vendas de mp3 do iTunes e levou a Apple a lançar o Apple Music. Inovação em cima de inovação, e essa onda só está começando.

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Existem 5 tendências que são os combustíveis de tanta inovação. Quando analisamos cada uma delas vemos uma ou outra dessas 5 tendências. Com base nelas criei as 5 Leis da Disrupção do Hvon. Obviamente a inovação pode ter outros fatores, mas ao meu ver, esses 5 são especialmente sedutores.

 

1ª Lei da Disrupção
Transforme a jornada de seu cliente em algo prazeroso e especial, e seu cliente voltará sempre.

Parece algo óbvio, algo que qualquer um sabe. Não precisa ler muitos livros para entender essa máxima. Incrível é que poucos aplicam. Quantas vezes você como consumidor já se chateou em chamadas de SAC? Ligar para um SAC hoje em dia é algo irritante, pois o consumidor já aprendeu a se comunicar de forma assíncrona. Isto é, mandamos várias mensagens durante o dia em celulares, iMessage, Whatsapp, etc, e continuamos o que estamos fazendo, não ficamos presos esperando resposta. Já o SAC é síncrono. Tenho que ficar lá, parado, sem fazer outra coisa, e rezando para não cair a ligação. Isso é um martírio para os clientes. Essa experiência pode ser redesenhada focada no cliente. Outro exemplo de experiência do cliente fajuta é a que passamos em farmácias. Hoje, na maioria das farmácias, o cliente chega, vai ao fundo da loja até o atendente, apresenta sua receita. O atendente pega os medicamentos e vê o preço de um por um. As vezes troca por um genérico, as vezes não. Depois ele te encaminha para o caixa, onde novamente você espera um novo atendente coletar preço por preço dos remédios, para, aí sim, pagar. Os clientes são vítimas do processo, quando deveria ser o contrário, o processo ser desenhado para deslumbrar o cliente. O Uber é um exemplo que se preocupou com isso. Os motoristas são treinados a tratar bem o passageiro. Além disso não há necessidade de perda de tempo no momento do pagamento. O fato de sair do carro sem precisar pegar a carteira é algo totalmente disruptivo e traz uma sensação muito boa ao passageiro.

 

2ª Lei da Disrupção
Tudo que é caro e/ou ocioso pode ser compartilhado.

É obvio que o ser humano vem transformando o planeta em um mundo totalmente diferente. Criamos a combustão, e com ela a poluição, criamos a agricultura e a distribuição de alimentos, e com elas o desperdício, criamos os carros, as avenidas e com eles o tráfego parado. Estamos em um momento de inflexão, onde a sociedade entendeu que não existe mais espaço para crescimento da mesma forma. A economia do compartilhamento monetiza, dá valor, aos itens em seus momentos de ociosidade, e com isso evita desperdícios. Para que construir mais hotéis, se agora milhares de casas de veraneio podem ser compartilhadas? Para que comprar um carro se podemos pegar carona? Para que comprar uma lancha se podemos alugar frações de uso de lancha? Esse conceito se expande para outras áreas como energia elétrica. Novas tecnologias de painéis solares e baterias tornam casas autossuficientes em energia. A energia que sobra é devolvida para a rede onde outros desfrutarão.

 

3ª Lei da Disrupção
Se você vai inovar usando tecnologia, seu foco primário deverá ser mobile.

As pessoas dormem e acordam com seus smartphones. Usam para dirigir, para ler, para fotografar, para filmar, para tudo. Fazer inovação sem pensar primeiro nesse aparelhinho é perder a intimidade do consumidor. No desktop eu sou apenas mais um. No meu smartphone, eu sou eu. Eu tenho meu número, eu tenho meus apps, eu tenho minha rede social, etc.  No desktop eu entendo e aceito uma comunicação de massa. Mas no meu smartphone não. Aqui, quero ser chamado pelo meu nome, quero que saibam para qual time eu torço, e qual meu ponto de vista sobre política econômica. O indivíduo se expressa  pelo seu smartphone. Existem os Apple fans e os androiders. Cada um com seu estilo de vida e características próprias.

As empresas podem aproveitar essa intimidade da forma correta para entregar valor e experiência de uso sensacional para seus clientes.

Quem não fizer isso….. Old guys……

 

4ª Lei da Disrupção
Tire o facão e mate a vaca leiteira.

Parece loucura, mas entender que sua vaca leiteira já está morrendo é fundamental. Na velocidade que temos de inovações, surgimento de startups, devem haver no mínimo umas 10 empresas que já mataram sua vaca leiteira e vão comer sua picanha no churrasco de domingo. Como as centrais de taxis vão conseguir brigar com a Easy Taxi ou a 99Taxis? Ou, como os taxistas vão conseguir ganhar a batalha contra uma empresa de U$50Bi que entrega de graça sorvete aos clientes? A vaca leiteira morreu, está sangrando e as pessoas não viram ainda. O verdadeiro inovador está constantemente matando sua vaca leiteira. Quem vive com base no passado tromba o carro pois seu foco está no retrovisor. As empresas precisam amanhecer e ir dormir pensando em como vão substituir sua vaca leiteira por algo novo e inovador.

 

5ª Lei da Disrupção
Transforme complexidade em simplicidade e veja seu produto ter alcance mundial.

A tecnologia tem criado os produtos mais avançados e divertidos nos últimos anos. Óculos de realidade virtual,  relógios inteligentes, assistentes pessoais, etc. A quantidade de tecnologia embarcada nesses devices é surpreendente. A tendência é que essas tecnologias fiquem cada vez mais complexas. O grande fator que vai separar os vencedores dos perdedores nesse mundo é a simplicidade de uso para seu usuário. Menos é muito mais. Quanto mais simples, intuitivo, mais agradável fica o uso do device.

Não é a toa que carreiras como design, antropologia, e outras focadas no ser humano são o grande foco de contratação das empresas de tecnologia. Tornar simples o uso não é algo fácil, tanto é que muito poucos conseguem isso. Uma interação intuitiva com a tecnologia vai garantir ao seu produto alcance mundial. O uso intuitivo não tem barreiras culturais e nem de idiomas.

É isso aí! Mãos à massa! Pegue seu facão, mate a vaca, reveja a jornada de seu cliente, torne sua vida simples, resolva um problema de ociosidade e sempre, sempre, focando primeiro no mobile. Não tem erro. Vai! Corre! Seu vizinho já foi!
Artigo publicado originariamente no CanalTech.

* Hvon é Head de Mobilidade na IBM, atua há mais de 18 anos no mercado de TI no Brasil.

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