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Spike e a Tv por assinatura
03 de Novembro de 2011

Spike e a Tv por assinatura

1.     A lava-louças de Wanda parou de funcionar e ela chamou um técnico. Como tinha que trabalhar fora de casa no dia em que o técnico viria, ela recomendou:

“Deixarei a chave de casa sob o capacho. Conserte a lavadora, deixe a conta sobre o balcão da pia e lhe mandarei o pagamento pelo correio.” (Isso é muito comum nos Estados Unidos)

“Oh, a propósito: não se preocupe com Spike, o cachorro. Ele não o incomodará.Mas, seja lá o que venha a fazer ou o que ouvir, NÃO fale com o papagaio. Repito: NÃO fale com o papagaio.”

Quando o técnico chegou à casa de Wanda, viu o maior cachorro que tinha visto, com enorme cara de mau. Porém, exatamente como Wanda havia dito, o cachorro ficou deitado no carpete, sossegado, apenas observando-o fazer seu serviço.

O papagaio, porém, deixou-o quase louco, gritando, xingando, falando palavrões o tempo todo. Aí, ele não agüentou mais. E gritou:

“Cala a boca, papagaio.”

Que, então, determinou:

“!Pega ele, Spike!”  (Son Salvador, no jornalaQui)

2.     Semana passada a Folha de S. Paulo publicou matéria assinada por Elisângela Roxo e Lúcia Valentim Rodrigues sob o título:

TV vira dublada e esquece som original. Pressionados pelos assinantes vindos da classe C, canais pagos investem em dublagem, mas descuidaram do SAP. “Legendas somem das opções de controle remoto e problemas se multiplicam durante eventos ao vivo.”

3.     Será mesmo?

Será que as pessoas da classe C são tão analfabetas que não conseguem ler as legendas? Ou, perguntando de outra forma: Será que por causa disso os alfabetizados terão de pagar pelos pecadores?

Ou se trata de puro preconceito segundo o qual nego mais pobre não sabe ler. Necessariamente.

Voto no preconceito.

4.     Houve um tempo, há quarenta anos ou mais, em que se pensava assim. Quando a mensagem era para a classe C, uma mensagem publicitáriaqualquer servia. Bastava botar um qualquer gritando e  lascar um table top. Bem vagabundo.

“Pra esse povo qualquer coisa serve, disseram-me certa vez, quando exigi qualidade na produção de uma peça publicitária que criei. O consumidor não vai entender.”

Felizmente esse tempo parece ter passado. Até as Casas Bahia entenderam isso.

5.     Pela notícia da Folha, dá pra ver que só o pessoal da TV por assinatura não entendeu, porque ele age como o Spike. Vê a evolução da classe C, mas não acredita nela. Então, aguarda apenas a ordem do papagaio pra morder nós os alfabetizados que não temos nada com a ignorância dele.

 

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