O Grupo de Investigação (GDI) da RBS produziu uma reportagem sobre os bastidores da operação que investiga a rede de recrutamento de neonazistas gaúchos para a guerra civil na Ucrânia. A matéria de nove páginas é capa do caderno DOC, da superedição de Zero Hora, deste sábado (14). Produzido por Carlos Rollsing, Cid Martins e Maurício Tonetto, o conteúdo traz uma entrevista com o italiano monitorado pela Interpol, considerado responsável por captar gaúchos para a guerra na Ucrânia.
A reportagem explica o avanço da ideologia radical da extrema-direita no Estado nas últimas décadas. Além disso, mostra como as redes sociais tornaram-se facilitadoras para o recrutamento de radicais para lutar na Ucrânia e traça o perfil de jovens gaúchos suspeitos de integrar grupos neonazistas. Um dos destaques da reportagem é a entrevista de Francesco Fontana, italiano investigado pela polícia gaúcha e monitorado pela Interpol por sua atividade política.
Desde 2005, Cid e o repórter Fábio Almeida, da RBS TV, acompanham grupos neonazistas no Estado. No fim de 2016, os veículos da RBS divulgaram em primeira mão uma operação deflagrada pela polícia civil sobre o assunto. A 1ª DP da Capital investigava há mais de meio ano um movimento armado que recrutava os extremistas gaúchos para a guerra no Leste Europeu. A partir dos contatos com as autoridades, o GDI retomou a busca por dados que permitissem fazer um raio-x do movimento extremista que existe no Rio Grande do Sul.
“Conseguimos ir além e entrevistar o italiano, que, de acordo com as autoridades, é o responsável por captar os simpatizantes da ideologia de Hitler do Rio Grande do Sul para serem treinados na Europa. Aprofundamos o que a polícia fez e buscamos as motivações dessas pessoas, que fazem com que se sintam atraídas por ideais que causaram o genocídio de cerca de 6 milhões de judeus na II Guerra Mundial”, destacou Cid Martins.
O GDI foi lançado em dezembro, a partir da crença do Grupo RBS de que as reportagens investigativas são essenciais para manter a relevância do jornalismo na atualidade e sinaliza o reforço do investimento da empresa em um gênero de reportagem que demanda longos períodos de apuração para revelar fatos que tenham alto impacto econômico, político e social.