Vencedor do prêmio melhor documentário no Festival de Gramado 2004, o longa-metragem “O Cárcere e a Rua”, da diretora gaúcha Liliana Sulzbach, é exibido em Florianópolis no dia 03.12 no Clube de Cinema (CIC).O documentário foi o grande vencedor da competição internacional do FEMINA “Festival Internacional de Cinema Feminino 2005”, foi eleito melhor documentário no festival espanhol El Ojo Cojo e conquistou o prêmio de Melhor Documentário no 8º Fórum Doc.BH – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.
O Cárcere e a Rua acompanha, com rara sensibilidade, a trajetória de três detentas de uma penitenciária de Porto Alegre: Cláudia, a presidiária mais antiga e respeitada, que deve deixar o cárcere em breve; Betânia, que vai para o regime semi-aberto, e Daniela, que recém chegou na prisão e aguarda julgamento. Enquanto Daniela busca proteção na cadeia, Cláudia e Betânia vão enfrentar as incertezas de quem volta para a rua.
A cineasta Sulzbach é responsável também pelo documentário ???A Invenção da Infância??? (2000, vencedor de três prêmios no Festival de Bilbao, Espanha), sobre a dificuldade de manter uma infância saudável nos dias atuais, e pelos curtas “Batalha Naval” (1992) e “O Branco” (2000). Dirigiu ainda as produções televisivas “Navegantes, Uma Procissão de Histórias”? (1997, para a TV Educativa/RS), “Rettungsreise in den Regenwald” e “Die Hure Daniela” (ambos de 1994, feitos para a Spiegel TV/Alemanha)
Para “O Cárcere e a Rua”, a diretora visitou durante três anos a Penitenciária Madre Pelletier, a maior instituição prisional exclusivamente feminina de Porto Alegre, e chegou a entrevistar cerca de 100 detentas, até chegar às três protagonistas do longa.
Segundo sua realizadora, o documentário fala “muito mais de adaptação, luta pela sobrevivência e visibilidade social do que propriamente sobre a realidade prisional do Brasil. Em vez de concentrar-se na vida na cadeia, com seus códigos singulares, o filme acompanha o cotidiano de três presidiárias dentro e fora da prisão, foragidas ou em situação de liberdade. Tudo isso num amplo espaço de tempo, para que se perceba as mudanças que essas mulheres acabam realizando em suas vidas???. Para Liliana Sulzbach, ???apesar de todas buscarem a liberdade, muitas vezes essa liberdade significa insegurança, medo, dificuldade em assumir a responsabilidade de seus próprios atos e muitas dificuldades em retomar os laços familiares.”
O CÁRCERE E A RUA
(Brasil-RS, 80 min, cor, 35mm, 2004)
Direção: Liliana Sulzbach
Roteiro: Liliana Sulzbach e ??ngela K. Pires
Produção: Annette Bittencourt, Everson Egas Colossi Nunes, José Pedro Goulart e Ricardo Baptista da Silva
Música: Nico Nicolaiewisky
Fotografia: Sadil Breda
Direção de Produção: Sílvia Wolff
Edição: ??ngela K. Pires
Distribuição: Pandora Filmes
Estúdios: Kiko Ferraz Studios e JLS Facilidades Sonoras e Teleimage e Cinecolor do Brasil
Sinopse:
Cláudia é a presidiária mais antiga e respeitada da Penitenciária Madre Pelletier. A que dá ordens e protege. Protege, por exemplo, a jovem Daniela, que corre risco de vida por ser acusada de ter matado o próprio filho. Mas Cláudia, assim como Betânia, deve deixar a penitenciária em breve.
Daniela terá que se defender sozinha. Cláudia sai em busca do filho. Betânia sente a tentação de deixar de lado as regras do regime semi-aberto para viver a liberdade em companhia de um novo amor.
Comentários e críticas podem acessadas através do site www.zeppelin.com.br/ocarcereearua