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A Diferença
16 de Setembro de 2011

A Diferença

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16/09/2011 - Acredito que quase ninguém sabe, mas eu tenho o hábito de ao acordar ir até a porta do meu apartamento e pegar o jornal. Olho a capa e vou direto ao caderno de esporte. Hoje ao fazer isso me deparei com uma matéria que chamou muita atenção que mostrava o lugar que o Brasil iria jogar na Copa Davis contra a Rússia.  O evento aconteceria na Academia de Tênis de Kazan. Simplesmente o complexo tem 26 quadras, sendo oito cobertas de carpete, 14 de piso rápido e quatro de saibro. Sem contar que duas delas circundadas por estádios com capacidade para 3 mil pessoas onde torneios mensais juvenis e até profissionais são realizados. O local ainda oferece academia, confortáveis vestiários e salas de fisioterapia, restaurante, lanchonete e loja de artigos esportivos*.

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Ao mesmo tempo em que fiquei impressionado com a beleza do local e toda estrutura oferecida, pensei, o que tem parecido com esse complexo no Brasil? Não é necessário ser um gênio para imaginar que mesmo o esporte não sendo uma ciência exata a vantagem competitiva de um país que possui uma estrutura dessa natureza é muito maior que outro que não chega nem perto de algo assim.

Para um país que almeja ser uma potência esportiva, não basta realizar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada e achar que a partir disso brotarão talentos de todos os lados. É preciso ter um pensamento mais profundo para alimentar a base com estruturas de alto nível para que os talentos possam ser desenvolvidos. Basta ver que no Brasil alguns esportes acontecem milagres e não trabalho, como foi o fato do Guga, tanto que não surgiu outro depois. Trabalho no Brasil encontramos no futebol e no vôlei. Esportes que possuem uma estrutura um pouco acima da média e um grande volume de atletas, principalmente no futebol.

Por isso é necessário ter volume de pessoas praticando um esporte, mas para isso é preciso que existam em diversos locais do país estruturas semelhantes a de Kazan e não para tênis ou futebol, sim, para vários esportes. Investindo em estrutura, capacitação de professores especializados e montando projetos que incentivem essas pessoas a praticarem. Ou seja, volto a repetir, é necessário trabalho. Eu costumo falar que os Estados Unidos não são os melhores à toa, a água de lá, não tem grandes diferenças daqui. O que tem lá é uma cultura atrelada a esporte, muita estrutura e investimento. Num universo de 100 mil é muito mais fácil sair um talento que num de 2 mil.

Do jeito que está é como um Fusca competir com uma Ferrari, é desigual. Não dá para vivermos de milagres e heróis, precisamos de trabalho. Os países que mais ganham medalhas possuem trabalho. Se o Brasil não quer viver de talentos esporádicos precisa pensar nisso o mais rápido possível.

*Fonte: Estado de São Paulo

Para interagir: [email protected]  Twitter: @rafazanette

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