por Danielle Fuchs*
Hoje é Dia do Jornalista. A data é comemorada (se podemos dizer assim) anualmente desde 1931. No meu caso posso dizer que este ano, em especial, estou orgulhosa da carreira que escolhi há mais de duas décadas. E olha que neste meio tempo hesitei ‘muitas’ vezes! Ora por questionar minha vocação, ora por sentir o desgaste físico, financeiro e emocional da profissão, ora por entrar no coro que julga todo profissional e veículo como parte da ‘imprensa marrom’. Erro grave! Pois bem, há 3 anos decidi empreender. Estava cansada da rotina, da remuneração e principalmente do retorno que o trabalho me dava enquanto profissional e cidadã. Amadureci e entendi: não vamos mesmo mudar o mundo!
Meu sentimento em relação à escolha que fiz em 1993 mudou este ano porque senti saudades. O empreendedorismo traz muitos desafios, especialmente neste país, mas também muitas conquistas. Sinto-me parte da mola propulsora da economia [uma parte mínima, ok!]. O problema é que sempre falta algo. Acompanhar o desenrolar do novelo de corrupção que se criou no Brasil me fez querer fazer parte disso. Senti uma imensa vontade de voltar às redações para integrar o trabalho investigativo. O emaranhado de contradições é grande, mas a verdade está em algum lugar e, nós, jornalistas honestos, temos papel crucial nesta hora. [Entendi, era esse o sentimento que faltava!]. Quando o ‘Quarto Poder’ exerce seu papel com ética e responsabilidade, unindo esforços com as instituições sérias deste país, o resultado é fenomenal. Sim, existem instituições sérias e jornalistas idôneos! O inverso também é verdadeiro, afinal somos todos seres humanos. Mas também tem muita teoria da conspiração, cuidado!
Trocando em miúdos, o fato é que estou com saudades de ser jornalista, com saudades de trabalhar na área política e, principalmente, estou com inveja de vocês, repórteres e editores que estão fazendo parte deste momento histórico, ímpar do Brasil. Sem juízo de valor, pois tenho amigos de todas as vertentes e bem sabemos que a lama está espalhada por todos os lados, digo apenas que sim, podemos mudar o mundo, começando por mudar nossos próprios conceitos. Parabéns a todos os colegas jornalistas! Que mudem as ferramentas e tecnologias, mas vocês continuem firmes nos seus propósitos com a garantia da liberdade de expressão!
* Danielle Fuchs, jornalista e diretora da Fuchs Comunicação Estratégica