por Elisa Fernandez*
No Dia Internacional da Mulher, somos convidados a celebrar a essência multifacetada e incrível que é ser mulher. A proposta de escrever este artigo para o Acontecendo Aqui me fez sentir como uma versão moderna de Carrie Bradshaw, com o desejo frenético de expressar pensamentos e experiências. No entanto, a tarefa de abordar temas femininos sem cair em clichês como empoderamento, feminismo e maternidade é um desafio inspirador.
O cenário ideal para esta empreitada seria em casa, com uma taça de vinho, música suave, em uma atmosfera que lembra os melhores momentos da série Sex & the City. Na realidade, porém, a vida é uma sinfonia caótica, com o filho pedindo Méqui e querendo comprar game, cachorra latindo insanamente, vizinho pedindo para manobrar o carro na garagem, sem contar o incessante zumbido do WhatsApp que não para nunca. Uma típica realidade feminina, onde equilibramos mil pensamentos simultaneamente.
A inspiração para este artigo é encontrada na identificação com a jornada da mulher moderna, que precisa equilibrar muitos papéis e responsabilidades. Como compartilhar experiências sem expor demais? O desafio reside em encontrar o ponto de equilíbrio entre a inspiração pessoal e a preservação da privacidade. A autenticidade é a chave, mas também a esquiva da síndrome do impostor e a habilidade de permanecer espontânea.
A década de 70 foi marcada pela oficialização do Dia Internacional da Mulher pela ONU, simbolizando a longa luta das mulheres por igualdade. Eu, Elisa Fernandez, Diretora de Atendimento da D/Araújo, uma agência de publicidade que é um ícone da comunicação no estado e Diretora de Relacionamento com o Mercado do LIDE Santa Catarina, trago uma vasta trajetória na área de comunicação e eventos e tive a oportunidade e privilégio de ao longo da minha jornada conhecer e trabalhar com mulheres e homens incríveis, profissionais com os quais aprendi muito e que até hoje me inspiram.
Ao parafrasear Caetano, expresso minha trajetória: “Não me venha falar da malícia de toda mulher. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.” Vivo lutas diárias e superações constantes, representando coragem em muitas situações. Ser mãe solo do Arthur, criar raízes em várias cidades onde morei, e enfrentar desafios profissionais nos Estados Unidos foram apenas alguns capítulos da minha história.
Na bagagem, carrego experiências únicas, desde a coordenação de eventos e grandes shows nacionais e internacionais, ajudei a implantar um canal de TV a cabo no Brasil, até situações inusitadas, como ficar presa nos Estados Unidos, quando morava lá, no 11 de setembro. Enfrentei o machismo no mundo profissional, mas também experimentei o poder da resiliência. Aprendi que ser forte é uma necessidade, não uma escolha, e que a raiva, quando canalizada corretamente, pode ser uma força motriz para superar obstáculos.
Hoje, minha voz ecoa com clareza, resultado de uma jornada marcada por escolhas conscientes e pela coragem de me colocar em primeiro lugar. Afinal, ser feliz é a forma mais elegante de viver. A maturidade, oriunda da década de 70, revela que somos responsáveis por nossas vidas, e a verdadeira inspiração surge do que pulsa dentro de nós.
No “Dom de Iludir” de Caetano, música que desde que pensei sobre o que escrever me veio à cabeça fala sobre reconhecermos a habilidade de sermos verdadeiras sem renunciar à felicidade. Nada é tão elegante quanto a autenticidade e a busca pela plenitude.
Caetano em sua maestria descreve o ser mulher ao afirmar:
“Você sabe explicar
Você sabe entender, tudo bem
Você está, você é, você faz
Você quer, você tem
Você diz a verdade e a verdade é o seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir”
Mentir? Para quê?
No Dia Internacional da Mulher, celebremos a força, a resiliência e a elegância intrínseca a cada mulher, inspirando-nos mutuamente a viver uma vida verdadeiramente feliz.
*Elisa Fernandez, Diretora de Atendimento da D/Araújo, uma agência de publicidade que é um ícone da comunicação no estado e Diretora de Relacionamento com o Mercado do LIDE Santa Catarina.