As águas andam conturbadas, é fato. Tempestades e secas convivem sem conflito nas nossas megalópoles, tão prestigiadas quanto polêmicas. Já há quem pretenda fazer negócio com o ar úmido da Amazônia e não admiraria algum oportunista propor passeios de camelo em plena São Paulo. O desmatamento ilegal continua, biomas ameaçados, violência institucionalizada no trânsito e nas cidades, o calor escaldante ao sul do equador, crianças sem acesso a uma boa educação, terrorismo e intolerância na aldeia global.
Isso é o que sabemos, ponto final. E a respeito do quê toda revolta parece vã, nas condições atuais.
Olhando sob outra ótica, porém, há muitas boas novidades quando se trata da sustentabilidade das nossas práticas e projetos de futuro coletivos:
- jovens premiados por ideias inspiradoras conquistando espaço nas altas cúpulas globais (como é o caso do projeto Politize, apresentado recentemente em Davos);
- coletivos criativos renovando a forma de mobilizar a economia;
- empreendedores que compreendem o conceito de negócios sociais e se ensaiam nesse sentido;
- comunidades que assumem protagonismo e constroem novos espaços coletivos em áreas antes abandonadas
- empresas investindo na educação e saúde de suas equipes e familiares;
- voluntários colocando em prática uma série de atitudes de boa vontade e cuidado para com o outro;
- entidades incentivando adoção de critérios e padrões sustentáveis para as empresas associadas;
- acadêmicos colocando em prática projetos de pesquisa e extensão que aproximam o saber teórico das necessidades concretas;
- tecnologias na mão dos cidadãos denunciando práticas abusivas contra os direitos humanos;
- norte-americanos e chineses comprometendo-se a reduzir a emissão de CO2;
- crianças ensinando os pais a não produzir Lixo.
Há sim, muitas ideias inovadoras sendo colocadas em prática e fomentando a sustentabilidade das boas relações entre as pessoas, da percepção de pertença à teia da vida e das responsabilidades que isso implica.
Essa transformação que começa a figurar em segmentos estratégicos como educação, empreendedorismo, tecnologia, nas famílias e comunidades, são justamente o antídoto àqueles aspectos insustentáveis que duramente se colocam nesse cenário.
É com a energia de compartilhar e crescer junto, com a alegria de respeitar e co-elaborar o futuro, que se torna possível atravessar os momentos difíceis, superar as intolerâncias e demover os muros que antes pareciam intransponíveis. Com boas doses de verde, água limpa e coração aberto, garantir que a vida humana se preserve no planeta Terra.