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Surge um novo termo: AtrofIA Cognitiva Empresarial
19 de Fevereiro de 2025

Surge um novo termo: AtrofIA Cognitiva Empresarial

Consequências desejáveis e indesejáveis da inteligência artificial

Por Cristiano Chaussard 19 de Fevereiro de 2025 | Atualizado 19 de Fevereiro de 2025

Uma nova tecnologia que faz tudo por você,  evitando que você precise fazer o esforço de pensar.
É ótimo. Sobra mais tempo pra ser feliz, pensariam os mais otimistas.
É incrível. Dá pra fazer mais coisas ao mesmo tempo, diriam os produtivos.
É péssimo, não seremos mais necessários, diriam os apocalípticos.

 

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São muitos os pontos de vista e todos devem estar um pouco certos, mas as consequências já eram previsíveis, afinal quem não levanta peso fica com músculos adaptados para pouco peso.
Está aí a beleza da nossa existência, nos tornamos o que a nossa mente decide que precisamos ser. Não num passe de mágica, mas na insistência e disciplina da ação iniciada e continuada.

A nota abaixo, me lembra muito o filme Wall-E. Lembram que os tripulantes da nave já estavam todos burros e flácidos depois de muitos anos sem precisar pensar ou mover-se?

Confiança excessiva em IA pode comprometer raciocínio crítico, segundo estudo da Microsoft: ao todo, foram mais de 300 profissionais entrevistados, que detalharam ferramentas e prompts utilizados em cerca de 930 casos de uso.
Os resultados indicam que aqueles que acreditam cegamente nos modelos têm sua capacidade de resolver problemas por conta própria prejudicada, o que, segundo denominado pelos pesquisadores, pode levar a uma espécie de “atrofia cognitiva”.  Segundo a equipe, a tecnologia em si não é o problema, mas a forma como é utilizada.

As informações são do site 404 Media.

Sempre haverá quem potencialize sua inteligência tornando-se um ser híbrido mais completo e uma imensa maioria que somente evita o esforço e acabe perdendo suas capacidades originais.


O mesmo tem acontecido no contexto das startups de IA.

Startups surgem diariamente sob a ilusão de inovação instantânea via API. Um ChatGPT aqui, um Gemini ali, e pronto: nasce mais uma “empresa de IA”. Fácil, rápido… e perigosamente frágil. Para a maioria das startups, a API da OpenAI virou não só a fundação, mas também as paredes e o teto do empreendimento.

Apostar todas as fichas de sua startup na dependência completa dos recursos de uma empresa de tecnologia de verdade é construir toda a estrutura em um alicerce alugado e, assim, entregar o futuro do seu negócio para as decisões de outra empresa. 

A armadilha da comodidade, retratada no cinema, mostra humanos sedentários, atrofiados, incapazes de tomar decisões críticas porque há muito tempo delegaram suas funções para máquinas. Isso tem acontecido também no mundo corporativo, levando a uma espécie de “atrofia cognitiva empresarial”, onde empresas se tornam reféns de um único fornecedor, sem diferenciação real no mercado.

E se essa API mudar as regras do jogo? Aumentar os custos? Ou pior, decidir concorrer diretamente com você? O que acontece com negócios que dependem exclusivamente da OpenAI se, amanhã, a empresa resolver lançar sua própria plataforma concorrente? O erro está em confundir ferramenta com alicerce. A baixa barreira de entrada seduz, mas permanecer relevante e competitivo exige bem mais do que acesso a uma API. Diferencial competitivo se constrói com propriedade intelectual, inovação contínua e independência tecnológica. Sem isso, o seu negócio é descartável e não está nas suas mãos, mas nas decisões de outra empresa – e isso nunca foi uma posição segura.

Muitas dessas startups tem cunhado seus nomes com as letras IA em maiúsculas, com uma referências bem humorada à sigla que significa Inteligência Artificial. É um tal de BIA pra cá, SofIA pra lá que faltam palavras para tanto trocadilho.

Assim, seguindo essa moda, eu cunho este novo termo como AtrofIA Cognitiva Empresarial.

Lutarei em meus negócios para não perder a capacidade de pensar e agir por conta própria. 

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