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Coluna Inovação | Venture capital, a bola da vez para investidores?
01 de Abril de 2021

Coluna Inovação | Venture capital, a bola da vez para investidores?

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 01 de Abril de 2021 | Atualizado 01 de Abril de 2021

Foto: Rede de Investidores Anjo / Divulgação ACATE
 

O aumento no volume de aportes em startups e a redução gradual da taxa básica de juros, que estimulou a diversificação das carteiras de investimento, ajudam a explicar uma tendência que pode trazer um grande impacto para o mercado de tecnologia nos próximos anos. Em 2020, o total de investimentos em venture capital (R$ 14,6 bilhões) superou pela primeira vez o volume gerado pelo private equity (R$ 9 bilhões) no país, de acordo com estudo feito pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e a consultoria KPMG. 

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“Há muita liquidez no mercado e a opção pelo venture capital está na ponta da língua dos investidores”, ressalta Marina Leite, head de Relação com Investidores da Invisto, gestora de venture capital que anunciou em 2020 o Fundo Invisto com ACATE undo de R$ 100 milhões para startups B2B, em parceria com a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE)

O fundo ainda está em processo de captação e atração de investidores, mas nos últimos meses a procura – e o volume de capital comprometido – cresceu de maneira acelerada. “Dividimos nosso target em cotas, para captação de investidores âncora. As oportunidades para investimento já existem, temos onde direcionar esses recursos”, explica Marina. “Estamos analisando em média oito startups por semana. Há oportunidades muito boas em áreas como educação, logística, healthtechs e ESG (Governança Social, Ambiental e Corporativa)”.

Segundo ela, o ambiente de startups está cada vez mais exigente, fruto do olhar de investidores e fundos em aspectos de governança, cap table (divisão de cotas entre os sócios) e a maturidade ao longo do desenvolvimento das empresas. “Com o grau de exigência feito aos empreendedores, a régua para investimentos subiu”, diz a especialista.

Para a ACATE, a participação em um fundo de investimento é uma estratégia para fortalecer empresas de tecnologia em expansão, mas que não encontram no mercado um veículo de investimento que atenda esta faixa de faturamento – em geral, uma receita recorrente mensal em torno de R$ 100 mil e R$ 150 mil. Um gap que, se for minimizado, poderia fortalecer muitas startups do ecossistema local.

“Há cinco anos temos a Rede de Investidores Anjo, que auxilia no início da jornada dos empreendedores. Mas faltava um veículo voltado ao passo seguinte do negócio, um venture capital, com possibilidade de investimento maior do que os anjos mas que consigam atuar próximo dos empreendedores, ajudando-os a se tornarem executivos. Com essa jornada, amplia muito a possibilidade de nossas empresas estarem capacitadas para irem buscar recursos em fundos maiores”, argumenta o presidente Iomani Engelmann.

Quando não há o investimento direto, há a conexão: recentemente, a startup Quiron (Lages/SC), que desenvolve software de monitoramento para ameaças florestais, chegou à sua nova sócia por meio da Rede de Investidores Anjo da ACATE. Em março deste ano, a BossaNova Investimentos aportou um cheque de R$ 750 mil na empresa da Serra catarinense. 

“Quanto mais cedo a empresa estiver organizada nas questões financeiras e tributárias, tiver uma governança corporativa adequada, melhores as condições para receber recursos ao longo dessa jornada. Isso agiliza o processo, traz mais confiança ao investidor, acelerando o deal. É o que costumamos passar às startups desde que começam na incubadora”, reforça o empreendedor contábil, investidor e consultor do MIDITEC, Ismael Silva.

Na semana passada, um grupo de investidores-anjo de Blumenau anunciou a criação do SC Angels, que conta com capital disponível de R$ 2,5 milhões para aportes em empresas inovadoras. À frente do projeto, experientes empreendedores e investidores do mercado de tecnologia, como Rafael Silva, CEO da Israel Capital e que atua no segmento de funding há 10 anos, e Cacio Packer, idealizador do projeto e que também atua como investidor na região.Também participam da diretoria executiva o consultor do CIB Tiago Nicchellatti, o consultor financeiro Mauri Fernandes e o executivo Fabio Bonessi.

“Somos um polo tecnológico com muitas startups surgindo, que vão precisar de muito capital, mentoria e conexões para vencerem os muitos desafios da jornada empreendedora, por isso a ideia de criar esta oferta na figura de uma associação”, explica Cacio. Segundo ele, a SC Angels tem três eixos de atuação: formação e capacitação de futuros investidores, gerar oportunidade de investimentos para associados com mais experiência e fortalecer a participação de todos no processo de aporte em startups.

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