Imagens por Kat Senkyrova
Na semana passada, durante o Cannes Lions Festival, Ian Forrester, responsável por pesquisa e análises na Whalar, fez uma apresentação na qual explicava porque o mercado de influenciadores digitais funciona. Ele citou a capacidade de poder se medir a audiência dos influenciadores e o ROI, graças a gráficos e APIs das plataformas.
Ele citou o fato de que as emoções conduzem a memória e que podemos esquecer palavras e fatos, mas nunca esquecemos como alguém nos fez sentir. E essa conexão emocional dos influenciadores é determinante.
Intensidade emocional, atenção, relevância pessoal são exemplos de fatores da ciência de influenciadores que a Whalar desenvolveu. A Whalar mapeou as respostas cerebrais do público ao ver propagandas na TV e propagandas de influenciadores no Youtube. Ian comparou as respostas e nos mostrou que a intensidade emocional no Youtube é muito maior.
A Whalar também calculou o impacto que um influenciador pode ter em um comercial, seja ele veiculado no Youtube, TV, ou no Facebook. De modo geral a atenção é 58% maior quando um influenciador participa de um comercial.
Ian comparou os resultados de influenciadores com outras celebridades. A grande diferença na resposta do cérebro do público é que com a celebridade a audiência não se sente próxima, e apesar da resposta ser emotiva, ela é negativa.
Saem as curtidas entram as emoções
O projeto Crowdemotion quer redefinir a maneira de medir os resultados das mídias sociais, em vez de medirmos curtidas, alcance, e interações, mediremos emoções, aproximação, e memorização.
A bolha
A apresentação continuou com Ben Jeffries, CEO da Influencer.com. Ben abordou o problema da bolha do marketing de influenciadores, pois muitas mídias sociais surgem, crescem e depois morrem, então como saber qual mídia realmente vale a pena?
Ele indicou alguns dados sobre o mercado de influenciadores hoje, como o fato que existem mais de 47 milhões de influenciadores no mundo. Porém, 80% não funcionam, são somente aspirantes de influenciadores.
Ele explica a importância de se trabalhar com influenciadores de qualidade e que tem uma preocupação com os anunciantes. Ele explica que ter muitos seguidores não significa nada se o influenciador não está conectado com seus seguidores.
Caspar Lee, CMO da Influencer.com, respondeu às perguntas do público
Dentre as perguntas eles afirmaram que é preciso fazer confiança ao influenciador, é melhor deixar o influenciador tomar as decisões criativas do que campanha concebida por alguém com uma visão mais tradicional, o que tem mais probabilidade de não funcionar. Porém, isso não quer dizer dar-lhe carta branca, mas é preciso ter um balanço. O ideal é fazer um brief para que sejam definidos os objetivos e a mensagem a se comunicar.
Se juntaram ao palco dois outros influenciadores (junto ao Caspar que também é influenciador com 8 milhões de seguidores no Youtube, 3 milhões no Instagram e 9 anos de experiência em criação de conteúdo):
Dominique que tem 530 mil seguidores no Instagram, uma influenciadora média e Melissa’s Wardrobe que tem 85 mil seguidores no IG, uma influenciadora pequena.
Emma Harman da Whalar fez perguntas aos 3 e eles explicaram como montaram sua audiência, como trabalham em seu dia a dia e como eles engajam seu público.
Os 3 tem seu próprio funcionamento, enquanto Caspar ficou famoso por seus livestream em uma plataforma de vídeos, Melissa e Dominique trabalham com um conteúdo mais baseado no visual e na moda, tendo um público bem mais segmentado. Os 3 comentaram que têm uma preocupação muito grande com a produção de conteúdo que seja relevante para seu público, e que o tempo que passam interagindo com o púbico e respondendo comentários é bem maior do que o tempo de produção de conteúdo.
Eles estavam de acordo também quanto a maneira de trabalhar com as marcas. Eles acham que é importante trabalhar somente com marcas com as quais eles se identificam e que realmente eles acreditam, porque caso eles trabalhem com elas somente pelo dinheiro os seus seguidores perceberão e eles perderão a confiança deles. Caspar disse que hoje para um influenciador ou um criativo se destacar é necessário que ele trabalhe com um nicho específico. E Melissa quis destacar a importância de se fazer contratos de longo prazo com influenciadores, de 6 meses ou um ano, para que o influenciador crie uma relação com a marca, em vez de uma campanha pontual.