A vinhetas de abertura do Fantástico e a criação da Globeleza seriam suas obras favoritas? “Se eu tivesse que eleger algum trabalho meu, elegeria aquela abertura do Fantástico onde a Isadora Ribeiro surge debaixo da água.”
por Jailson de Sá, editor
Ontem, dia 25 de maio, fui ao encontro do Mago das Animações da Rede Globo por 40 anos, Hans Donner, para uma entrevista que buscou trazer para a Comunidade AcontecendoAqui um pouco da trajetória dele na Globo e o seu momento atual dedicado à arquitetura.
Nascido na Alemanha e uma temporada vivida em Viena onde estudou design, Hans chegou ao Brasil pelas mãos de um publicitário que o apresentou para a Rede Globo em 1975.
Me preparei para uma entrevista que tratasse de design, criatividade, inovação, tecnologia e televisão. Mas a conversa foi além, pois Hans Donner no lugar da estrela da Vênus Platinada me surpreendeu pela simplicidade. Encontrei uma pessoa muito agradável, bem-humorada, alegre, brincalhona e com uma paciência enorme para responder as mais de 20 perguntas que eu preparei.
Comecei perguntando por que ele trocou a Áustria onde ele vivia e se formara em design pelo Brasil. Ele disse que teve contato com o Brasil quando tinha 10 anos durante a copa do mundo de futebol de 1958. Viu Garrincha e Pelé brincando de jogar bola e ele se imaginava goleiro. Depois desse contato com o futebol e com as imagens do Rio de Janeiro pela televisão, pelo cinema, começou a entender o Brasil como um país de pessoas alegres, de cores bonitas, de cordialidade e ele teve curiosidade de conhecer e aí ele através de um publicitário veio ao Brasil passar uma temporada no Rio de Janeiro e acabou na Rede Globo.
Perguntei se ele tinha vinhetas de abertura do Fantástico e a criação da Globeleza como suas obras favoritas e ele respondeu: “se eu tivesse que eleger algum trabalho meu, elegeria aquela abertura do Fantástico onde a Isadora Ribeiro surge debaixo da água e se revelava uma mulher linda, com tipo bem brasileiro. Essa é uma peça que eu gosto muito”, disse Hans. “Também gosto muito da outra abertura do Fantástico que mostra uma pirâmide que se formava em fatias cortadas e montadas numa estrutura numa época que não existia computação gráfica para fazer aquilo e eu tive que fazer aquilo no Silicon Walley”.
Sobre sua relação com Boni, Hans disse que o “Boni é a pessoa mais inteligente no mundo da televisão. É um gênio da televisão. Meu sucesso na Globo foi porque teve o Boni que acreditou no meu estilo de design e deu liberdade financeira para eu poder realizar o que quisesse, desde que entregasse o melhor resultado do mundo. Boni tinha a melhor produção de televisão do mundo, mas faltava a embalagem. Juntos realizamos a embalagem com a melhor qualidade que deram à Globo uma notoriedade internacional”, reforça Hans.
Sobre sua saída da Globo perguntei se ele já tinha evoluído o suficiente e não tinha mais desafios e a resposta foi simples: “a Globo passou por um processo de renovação e eu já não estava mais nos planos da Globo”.
Assista acima ao vídeo que registra uma parte da minha conversa com o Mago das Vinhetas da Globo.
Entrevista publicada originariamente em 26 de maio de 2021
Captação de imagens e edição do vídeo Daniel Spiess
Ontem, dia 25 de maio, fui ao encontro do Mago das Animações da Rede Globo por 40 anos, Hans Donner, para uma entrevista que buscou trazer para a Comunidade AcontecendoAqui um pouco da trajetória dele na Globo e o seu momento atual dedicado à arquitetura.
Nascido na Alemanha e uma temporada vivida em Viena onde estudou design, Hans chegou ao Brasil pelas mãos de um publicitário que o apresentou para a Rede Globo em 1975.
Me preparei para uma entrevista que tratasse de design, criatividade, inovação, tecnologia e televisão. Mas a conversa foi além, pois Hans Donner no lugar da estrela da Vênus Platinada me surpreendeu pela simplicidade. Encontrei uma pessoa muito agradável, bem-humorada, alegre, brincalhona e com uma paciência enorme para responder as mais de 20 perguntas que eu preparei.
Comecei perguntando por que ele trocou a Áustria onde ele vivia e se formara em design pelo Brasil. Ele disse que teve contato com o Brasil quando tinha 10 anos durante a copa do mundo de futebol de 1958. Viu Garrincha e Pelé brincando de jogar bola e ele se imaginava goleiro. Depois desse contato com o futebol e com as imagens do Rio de Janeiro pela televisão, pelo cinema, começou a entender o Brasil como um país de pessoas alegres, de cores bonitas, de cordialidade e ele teve curiosidade de conhecer e aí ele através de um publicitário veio ao Brasil passar uma temporada no Rio de Janeiro e acabou na Rede Globo.
Perguntei se ele tinha vinhetas de abertura do Fantástico e a criação da Globeleza como suas obras favoritas e ele respondeu: “se eu tivesse que eleger algum trabalho meu, elegeria aquela abertura do Fantástico onde a Isadora Ribeiro surge debaixo da água e se revelava uma mulher linda, com tipo bem brasileiro. Essa é uma peça que eu gosto muito”, disse Hans. “Também gosto muito da outra abertura do Fantástico que mostra uma pirâmide que se formava em fatias cortadas e montadas numa estrutura numa época que não existia computação gráfica para fazer aquilo e eu tive que fazer aquilo no Silicon Walley”.
Sobre sua relação com Boni, Hans disse que o “Boni é a pessoa mais inteligente no mundo da televisão. É um gênio da televisão. Meu sucesso na Globo foi porque teve o Boni que acreditou no meu estilo de design e deu liberdade financeira para eu poder realizar o que quisesse, desde que entregasse o melhor resultado do mundo. Boni tinha a melhor produção de televisão do mundo, mas faltava a embalagem. Juntos realizamos a embalagem com a melhor qualidade que deram à Globo uma notoriedade internacional”, reforça Hans.
Sobre sua saída da Globo perguntei se ele já tinha evoluído o suficiente e não tinha mais desafios e a resposta foi simples: “a Globo passou por um processo de renovação e eu já não estava mais nos planos da Globo”.
Assista acima ao vídeo que registra uma parte da minha conversa com o Mago das Vinhetas da Globo.