Esta não é a primeira vez que a Apple tem problemas na justiça causados pelos seus clientes. Desta vez, os usuários do Apple Watch moveram uma ação coletiva alegando que certos modelos do relógio são ambientalmente “neutros em carbono”.
Segundo informações do Courthouse News Service, “no processo movido no Distrito Norte da Califórnia, os sete autores nomeados da Califórnia, Flórida e Washington, DC, dizem que pagaram preços altos por produtos comercializados como ambientalmente superiores, mas receberam relógios cujas alegações ambientais se baseiam em ‘projetos de compensação ineficazes e redundantes que não conseguem fornecer reduções genuínas de carbono’.
Os clientes dizem que a Apple usou o marketing do Apple Watch Series 9, Apple Watch SE (2ª geração) e Apple Watch Ultra 2 de forma enganosa quando abordou que estes seriam os “primeiros produtos neutros em carbono da empresa”, já que, na verdade, os projetos não oferecem benefícios ambientais.
Apple é acusada de fazer propaganda enganosa quando o assunto é a utilização de carbono
“Cada autor não teria comprado os produtos ou não teria pago tanto por eles se soubesse que as declarações de ‘neutralidade em carbono’ da Apple eram falsas”, afirmam os autores, segundo a publicação.
Em 2023, a Apple fez o anúncio da utilização de produtos com a “neutralidade de carbono por meio de uma combinação de reduções de emissões e compensações de carbono”. A empresa da maçã ainda chegou a falar que teria conseguido reduzir cerca de “75-81% das emissões por meio de várias iniciativas, enquanto compensava a porcentagem restante por meio de ‘créditos de carbono de alta qualidade de projetos baseados na natureza'”.
O Projeto Chyulu Hills no Quênia e o Projeto Guinan na China são os projetos da compensação de carbono da Apple. Os usuários dizem que nenhum destes projetos passaram por testes que comprovem o que a empresa usou em sua campanha publicitária.
“No caso do Projeto Chyulu Hills, no Quênia, os demandantes alegam que a maior parte da capacidade relatada de captura de carbono vem de terras dentro do Parque Nacional Chyulu Hills, que está legalmente protegido do desmatamento desde 1983”, explicou a publicação.
Já o Projeto Guinan, na China, diz que “os créditos de carbono produzidos na área do projeto não podem ser atribuídos ao projeto em si, pois a terra já estava servindo como sumidouro de carbono antes do início do projeto”.
“A suspensão da emissão de créditos de um projeto existente pela Verra é uma intervenção importante que sinaliza sérias preocupações de integridade”, escrevem no processo, segundo a publicação. “As ações da Verra ressaltam a ineficácia do Projeto Guinan e a falsidade das representações ‘neutras em carbono’ da Apple.”
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