Olá Amigos Internautas,
É com grande prazer que anuncio a chegada do publicitário Stalimir Carvalho Vieira na galeria de colunistas do portal. Ele tem 38 anos de experiência no mercado publicitário, publicou dois livros e dirigiu a criação de grandes agências no Brasil e no Exterior. Foi sócio de João Dória Jr. na agência Doria, Lara, Stalimir e de Wilfredo Gomes na WG. Hoje, Stalimir é diretor de criação da CMC, de Jaraguá do Sul. Bem Vindo, meu amigo!
Jailson de Sá
Publisher
Vivendo e aprendendo
Em evento recente, assisti a um jovem e entusiasmado jornalista econômico pedir apoio à sua tese crítica ao governo a um veterano ex-presidente de multinacional brasileira. Este, com a simplicidade característica dos verdadeiro sábios, afirmou que, nos 50 anos de vida da empresa de que seu pai foi um dos fundadores, não lembra de um único dia em que qualquer governo tenha sido bastante competente para ajudar nos negócios deles. E que, por conta disso, seus gestores cuidaram muito mais de serem críticos com o que ocorria dentro de casa do que com o que ocorria fora. Seguiram-se quase duas horas de intervenções diversas sobre assuntos políticos e econômicos. Mas o que me valeu a pena foram aqueles dez minutos iniciais. Fizeram com que eu refletisse sobre quantidade de informação e qualidade de opinião. Acompanhar 50 anos de história, de dentro de uma empresa que só fez crescer, expandir-se e fortalecer-se, é uma oportunidade inestimável de acumular informação suficiente para a sustentação de teses fantásticas. Mas no caso desse ex-presidente, que passou a vida a dedicar-se a produzir com qualidade, cumprir prazos e manter uma assistência técnica impecável a seus clientes, serviu apenas para confirmar o que ele já sabia. Portanto, na hora de responder à provocação do jovem e entusiasmado jornalista econômico, só ocorreu a ele responder, igualmente, o que já sabia: vamos primeiro tratar de fazer o nosso trabalho direito. Talvez tenha sido frustrante para muitos dos presentes ouvir alguma coisa tão “óbvia” de alguém de quem se esperava conceitos “inovadores”. Frente à quantidade de retórica do jornalista econômico – ele ocupou oito dos dez minutos a que me referi para fazer a “pergunta” -, o veterano empresário respondeu apenas com a verdade experimentada. Não consigo evitar traçar um paralelo com o que tenho lido e ouvido acerca do nosso negócio. A levar-se em conta a imensa maior parte do que leio e ouço já não saberia dizer o que faço aqui. São tantos os problemas e os impedimentos para o cumprimento do dever que é surpreendente que ainda haja agências e clientes mantendo algum tipo de relação de negócio. Mal ou bem, no entanto, vamos, uma parte, sobrevivendo, alguns bastante bem. O que ocorre, então, com essa maioria afogada em lágrimas? Ocorre queixar-se, acusar aos outros por suas mazelas – má remuneração, inflação dos salários, carga de impostos, reconfiguração do negócio, com novas demandas, ainda não dominadas… Enfim, gasta-se energia em reclamar do mundo, em vez de cumprir consertá-lo. Com quase quarenta anos de profissão, trabalhando em condições as mais diversas, aprendi uma coisa: nenhum cliente rasga dinheiro. Ou seja, como recomendou o veterano ex-presidente da multinacional brasileira, em vez de ficar esperando que algum fator externo ajude, concentre-se em produzir com qualidade, cumprir os prazos e ser impecável na atenção aos seus clientes. Em resumo: valorize-se!
