Por um momento pensei que escrever este texto seria agravar o fato, porém é necessário esclarecer os pontos para que isso não ocorra novamente. Estou falando aqui do advogado que quer impedir que a Caixa patrocine o Corinthians por ser uma organização pública.
Antes de tudo é importante colocarmos que esse tipo de situação já ocorreu em outras ocasiões sem ninguém tomar tal atitude. A Petrobras patrocinou o Flamengo por muitos anos e até o River Plate da Argentina. A Eletrobrás patrocina o Vasco e a própria Caixa patrocina outros clubes de futebol. Enfim, soa estranho ser irregular apenas o patrocínio ao Corinthians.
Acredito que você tenha o direito de não gostar do tipo de investimento que a Caixa faz no esporte e falar que ela não deveria alocar sua verba num clube de futebol. Mas com que direito, alguém pode interferir na estratégia de uma organização e o mais agravante foram os argumentos utilizados pelo cidadão. Segundo ele, “estampar o nome da Caixa na camisa de um time não representa nada para o banco. A Caixa não passa a ser conhecida por isso. Ela já é conhecida. Nesse caso do patrocínio, quem ganha é só a instituição privada que visa ao lucro, no caso o Corinthians.” em entrevista à Rádio Globo. Fico me perguntando por quais motivos a Coca-Cola investe uma fortuna em patrocínio esportivo, sendo patrocinadora master da Fifa e do COI se é uma das marcas mais lembradas do mundo. Pensando dessa forma acredito que este advogado deveria prestar consultoria de marketing para a Coca-Cola, já que entende tanto do assunto.
Partindo deste princípio, mesmo leigo no assunto, acredito que qualquer cidadão possa influenciar numa decisão estratégica de um órgão público. Por exemplo, se você acredita ser desnecessária a construção de uma ponte em seu município você tem direito de embargar a obra por achar que não tem nenhuma valia e que o governo está gastando dinheiro com algo inútil, ou seja, abrimos um precedente muito perigoso neste sentido.
Fico pensando se esse esforço feito por este cidadão para achar uma brecha na lei para inviabilizar este patrocínio, se fosse utilizado por algo que realmente tivesse lesando o governo. Não por um capricho ou por mera exposição na mídia. Por isso no começo do texto coloquei que escrever sobre este assunto poderia agravar o fato, pois repercutir algo dessa natureza pode ser a intenção desta pessoa.
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