Publicidade
Obrigado, prefeito
03 de Janeiro de 2014

Obrigado, prefeito

Publicidade
Twitter Whatsapp Facebook

1.     A casa estava alvoroçada: ele tinha de pegar o trem às cinco horas do dia seguinte e, bom mineiro, queria estar bem cedo na estação para não perdê-lo.

“Não posso perder esse trem”

Publicidade

Desejo pensado, desejo atendido. Não conseguiu dormir. E o relógio ainda não marcava uma hora, ele já estava chegando. Chegou, acomodou-se em um banco e relaxou.

Relaxou tanto, que adormeceu. O sono começou leve, depois pegou pesado.  Tão pesado que o trem chegou pontualmente às cinco, foi embora e ele continuou ali, dormindo. Quando acordou, o trem tinha ido embora.

2.     Wellington, meu sogro; Dea, minha sogra; Lineu e Lelena, tios da minha mulher, e por consequência, meus também. Vieram de Minas Gerais. Os sogros, de Arinos, os tios de São Gotardo. Eles queriam ver os fogos que marcariam a passagem do ano.

“Dizem que vai ser muito bonito.”

3.     Honestamente, eu não punha muita fé nisso. Não porque duvidasse das palavras do prefeito, a quem aprendi a admirar pelo trabalho que está fazendo. Acontece que estou há 22 anos em Florianópolis, e já vi muitas promessas de boas festas que não foram cumpridas.

Uma delas acompanhei bem de perto. Formou-se uma comissão de alto nível para planejar uma festa à altura das que se realizam em setembro\outubro em Santa Catarina. A Prime, uma das melhores agências onde eu trabalhei, foi convidada para criar um plano de marketing para o evento. Fui escalado. Fiz, apresentei, o plano foi aprovado, com aplausos.

Mas não adiantou nada. Era mais uma festa fadada a não acontecer. E mais um plano que não seria realizado.

Por isso, não participei do entusiasmo dos meus parentes em torno da festa de 2013\2014.

4.     Quatro horas da tarde, tio Lineu e tia Lelena arrastaram Déborah minha mulher. Não conseguiam conter sua ansiedade.

Vamos ver o que está acontecendo por lá.”

Voltaram aflitos.

O povo está chegando, se a gente não for logo, não sobrará lugar pra nós.”

Sete horas da noite a insistência deles venceu.

Andem logo, senão a gente não pega lugar.”

5.     Foram cinco horas de espera.

Cinco horas difíceis para alguém, como eu, que não curte Daniel e não acreditava que o show de fogos não aconteceria com o brilho prometido. Embora a grama fosse macia, bunda estava quadrada, de tanto me sentar nela.

Mas é preciso que eu faça justiça. Foi um Sacrifício, no que me diz respeito, amenizado pelo espetacular show de mulheres que para lá se dirigiram com a mesma intenção.

6.     Meia noite em ponto aconteceu. E foi espetacular, mordi a língua. Mais uma vez, o prefeito me surpreendeu, ao cumprir de novo a palavra dada.

Preciso reconhecer, desta vez eu e os parentes mineiros que estavam comigo não perdemos o trem.

Tenho de agradecer em nome do Wellington, da Dea, dos tios Lineu\Lelena, de todos os mineiros, paulistas, gaúchos, paranaenses, dos brasileiros e estrangeiros em geral que acreditaram e foram até a Beira Mar Norte, pelo maravilhoso espetáculo

com que o prefeito nos premiou.

Obrigado, prefeito.

 

Publicidade
Publicidade