1. A piada que passo a seguir, de muito mau gosto, está rolando por aí.
Um Argentino chegou na Rodoviária em São Paulo e pediu uma informação:
– Oye! Onde tiene un autocarro pra ir asta la estacion para apanhar un comboio para Itaquera?
– Aqui não chamamos autocarro, chamamos ônibus.
– OK. Entonces, como apanho o onibus pra ir asta la estacion e apanhar o comboio?
– Aqui não chamamos estacion, chamamos ferroviária.
– Muy bien. Entonces, onde tem o ônibus pra ir até à ferroviária e apanhar o comboio?
– Aqui não chamamos comboio, chamamos trem.
– Caramba! Entonces, my hermano, como apanho o ônibus pra ir à ferroviária para apanhar o trem?
– Aqui não dizemos apanhar, mas sim pegar.
– Carajo, dejas de bromas!! Muy bien, como pego o ônibus pra ir à ferroviária para pegar o trem?
– Não precisa ir, é aqui mesmo…
– PORRA! Hay que preguntar: Como é que ustedes chamam “filho de la putana” acá en Brasil???
– Não chamamos. Eles vêm da Argentina sem ninguém chamar
2.Desde sempre o pessoal que cria e produz para a mídia externa e autoriza a veiculação, vem sendo advertido: as peças, quase todas, são de um profundo mau gosto, emporcalham a cidade.
Não tem adiantado. O resultado está aí, agredindo a gente.
Anunciantes, agências, pessoal de criação, parecem partir sempre de um único princípio: o negócio é vender. Se vender, tá bom.
Se a publicidade em geral exige muito mais para atrair e conquistar o consumidor, o outdoor tem de cumprir mais um papel: o de decorar a cidade. Só que isso raramente acontece. Os outdoor que se vêem por aí são de um extraordinário mau gosto, e ainda agridem outra regra elementar: têm de ser claros, fáceis de ler, o que eles não são.
O prefeito de Florianópolis percebeu isso, e mandou para a Câmara o projeto Cidade Limpa, que pode ser resumido com poucas palavras: fora com os outdoors etc.
A expectativa de qualquer pessoa de bom censo era de que ele seria aprovado por unanimidade. Sem cortes, sem emendas. Com aplausos.
Mas não é isso o que está acontecendo.
Carlos Damião resume
Saiu, na coluna publicada dia 11 no Notícias do Dia, resume assim o que ocorre:
“Empresários do setor, que apoiaram financeiramente oito dos 23 vereadores eleitos, estão tentando “convencer” outros cinco parlamentares para conseguir o número necessário para derrubar o projeto em plenário. Inclusive andas circulando uma lista com os nomes dos parlamentares que já foram, digamos assim, persuadidos a votar pela derrubada da proposta.”
Não sei se o vereador Marcos Aurélio Espínola, o Badeko (PSD) faz parte dessa lista, mas o fato é que ele vem executando direitinho a escrita.
Emendas que mutilam o projeto já foram, inclusive, aprovadas na Comissão de Viação, Obras Públicas e Urbanismo, por dois –Marcelo Fernando de Oliveira (PDT) e pelo próprio Badeko. “Maioria absoluta”, porque a Comissão é composta por cinco vereadores.
É triste.
Do jeito que a coisa vai, o projeto vai chegar deformado na Prefeitura.
Aí, só restará o prefeito vetar.
Ou, para alegria do Badeko e do grupo dele, permitir que a cidade continue sendo emporcalhada.
Se ele não fizer isso, vamos ter de engolir a piada do argentino. Só que os argentino seremos nós.