1. Um dia, foi um jovem empregar-se na prefeitura de uma cidadezinha do interior. No seu primeiro dia de trabalho lhe mandaram a rua principal do vilarejo, podar as árvores da prefeitura.
Como não tinha prática nesse serviço e era um tanto tapado, apoiou a escada num dos galhos e pôs-se a serrá-lo. Deu de acontecer que passava por ali, numa mulinha avermelhada e troncha; breviário na mão e guarda-sol aberto, o padre Loureiro. Ao ver o jovem, advertiu-o:
— Menino, serrando desse modo, vai cair daí!
O novato que era, além de estúpido, teimoso; fingiu não ter escutado o padre, e continuou o trabalho.
O vigário, então, prosseguiu seu caminho. Não passou muito tempo… zás! Vem ao chão tanto a escada, como o jovem podador, que ficou com um braço em petição de miséria. Quando voltou do desmaio e retomou os sentidos, ficou muito admirado do certo que saiu o conselho do reverendo.
Então, pensou lá consigo que o padre era um adivinhão e, como tinha profetizado sua queda, podia acertar o dia de sua morte. Foi ter com ele:
— A bença, seu vigário!
— Deus te abençoe, meu filho!
— Vossa Reverendíssima me falhou que eu havia de cair da árvore e, dito e feito, caí mesmo. Bem… queria que agora adivinhasse o dia de minha morte.
Bonachão, o padre achou muita graça no pedido do jovem e resolveu zombar um pouco dele:
— Olhe, sei quando você há de morrer. Será na hora em que, indo para sua casa, montado em sua mula, a onça dar três zurros seguidos.
O jovem podador agradeceu muito e foi-se embora.
Toda vez, que voltava para casa, montado em sua mula, ia muito atento a fim de ouvir quando ela dava os tais zurros. E foi que, certo dia, ao chegar numa volta do caminho, a mula preparou-se toda e soltou – um, dois, três zurros.
O jovem, que os havia contado com o coração aos pulos e crente na previsão do reverendo, julgou chegada sua hora. De imediato, atirou-se da sela abaixo e soltou um grito:
— Morri!
Não se moveu mais, certo de que estava morto. Vai daí que logo depois passaram por ali uns trabalhadores e deram, de cara, com o jovem estendido no meio do caminho. Acreditando-o morto, foram buscar uma rede no vizinho mais próximo, puseram-no dentro e o conduziram para sua casa, rezando um terço.
Não muito adiante, havia uma encruzilhada. Os trabalhadores ficaram bestando: qual delas seria o caminho mais curto para chegarem à casa do morto.
Começaram a teimar entre si, até que o defunto ergueu a cabeça do fundo da rede e lhes disse:
— Olha, amigos! No tempo em que eu era vivo o caminho mais curto era à esquerda!
Assombrados, os trabalhadores atiraram a rede ao chão, com o defunto dentro, e fugiram a toda disparada.
Com a queda o moço veio a morrer mesmo. Não é que a adivinhação do padre saiu certa! (Causo contado originalmente por Ricardo Sérgio)
- Dia desses (24 de maio, mais precisamente), fiz uma palestra para os alunos da Anhanguera que lotaram o plenarinho da Alesc e me fizeram a gentileza de não deixar o lugar antes de eu terminar o papo, em que, citando Jean Couteau,
(“Eu não sabia que era impossível. Então, fui lá e fiz.”)
afirmei:
“Vocês vão ouvir muito que é impossível se livrar desse colete de força (que os amarra na pofissão). NÃO ACREDITEM.”
“Criem novo modelo de negóciois. Rasguem as bíblias, as regras, os regulamemtos.
E experimentem: novos médotos de planejamento, novas mídias, nova criação, novo marketing. Ganhem respeito!”
“VOCÊS PODEM FAZER HISTÓRIA!”
- No dia 27, portanto três dias depois, o Jornal Propaganda e Marketing publicou artigo assinado por Keila Guimarães com a colaboração de João Coscelli, sob o título Agências precisam de reinventar, em que ela afirma que executivos acreditam no fim do modelo clássico de fazer propaganda.
E cita Abel Reis, CEO do Isobar Brasil e da agência Click Isobar:
“Não podemos acreditar que os meios dominantes de comunicação digital serão simplesmente evolução dos que já existem. Provavelmente teremos várias rupturas, de forma que haverá meios interagindo com o consumidor que hoje não vislumbramos.”
Diz ainda a matéria:
Primordialmente as agências precisam antecipar-se à necessidade de inovação do Cliente, dizem os executivos. Em 10 anos o cenário para a publicidade é de fragmentação, operação em rede e criatividade, emergindo a partir do consumidor.”
- Estou inteiramente de acordo.Quem não embarcar nessa, vai fazer que nem o podador do causo que recontei lá em cima. Vai acreditar nos padres que não conseguem perceber que estamos vivendo um novo tempo. E morrer.