Nizan Guanaes, chairman do Grupo ABC, colunista da Folha e, também, sócio da CDN, empresa que acabou de ser comprada por ele, afirma que o jornalista precisa ter melhor remuneração. “Talentos não podem ganhar R$ 2.200 por mês. Isso é um absurdo e influência diretamente na qualidade do conteúdo que é entregue”, disse o publicitário no VII Fórum Aner de Revistas, que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira (10).
O empresário conversou com executivos de comunicação sobre erros que podem levar às empresas ao fracasso. “Engana-se quem acha que a Editora Globo concorre com a Abril. Quem concorre com você (do mercado de revistas) é a CDN, a FSB e outras grandes agências, que estão recrutando talentos do jornalismo. E o profissional vai, afinal, ele não consegue trabalhar com esse salário que pagam”, alertou.
Na lista dos “absurdos”, o publicitário coloca, também, a ideia de que o impresso vai acabar com as novas mídias. Para ele, esse assunto trata-se de contradição. “O mercado de revistas personalizadas está crescendo e as pessoas dizem que o impresso vai morrer?! Vocês são malucos”, afirmou.
Ele concorda que o momento é de mudanças e reforçou que existe entre os profissionais da área “prazer” em falar só de fracassos. “Não vejo ninguém falando sobre as grandes conquistas das revistas. Essa campanha da Friboi não é importante? A Dudalina criou a marca com anúncios em revistas. Vejo o mercado reclamando de não ter anunciantes, mas, por que não falam desses grandes clientes?”, questionou. Nizan vê muitas oportunidades para o segmento e aconselha que as empresas mudem o modelo de negócio, valorizem os jornalistas e apostem em outra administração.
Neste ano, o VII Fórum Aner de Revistas 2013 apresentou novo formato, com tempo de apresentação inspirado no TED, conferência que reúne tecnologia, entretenimento e design. Além disso, trouxe como DNA o otimismo para encarar os desafios diante das mudanças.
*Fotos e texto por Nathália Carvalho do Portal Comunique-se