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Manifestações do presidente do Grupo ND sobre política, repercutem
26 de Janeiro de 2022

Manifestações do presidente do Grupo ND sobre política, repercutem

Se o Brasil tem leis que soltam Lázaros e não prendem Renans, os nossos parlamentares federais é que fizeram.

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O empresário Marcello Correa Petrelli, presidente executivo do Grupo ND, segundo maior conglomerado de veículos de Comunicação do Sul do Brasil, de uns tempos pra cá tem manifestado seu posicionamento crítico aos políticos e autoridades do Judiciário Federal. Numa entrevista concedida por ele ao AcontecendoAqui no segundo semestre de 2021, perguntado, ele negou ter intenções de candidatar-se a algum cargo político. Assista à entrevista aqui.

Marcello tem usado suas redes sociais para expressar seu ponto de vista sobre vários aspectos que impactam a vida dos brasileiros. Ele se posiciona e opina sobre temas polêmicos como a frustação da sociedade com o Congresso Nacional e a responsabilidade da elite brasileira pela situação do país
“Nossas entidades nacionais são uma tragédia, um péssimo exemplo de como lidar de forma ética. Falta, sim, às entidades de classe, coragem de se expor. Quando você se expõe, é contrário ou critica alguém, não é pessoal.”

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Na entrevista que concedeu ao jornalista Paulo Alceu no programa “Conexão ND”, da Record News, emissora do Grupo que dirige, o empresário fala amplamente sobre esses assuntos
Confira:

Estamos no ano eleitoral e numa polarização. De um lado Bolsonaro, de outro Lula. O que é melhor para o Brasil?

O Brasil é um país separado, confuso, atrapalhado, com ideias muito antagônicas, que conflitam. Tanto um como outro quer o melhor do Brasil, mas a forma como se colocam, no sentido radical, não é a melhor para o Brasil. O presidente Bolsonaro precisa adequar o discurso, para acolher a sociedade, que está angustiada, estressada, cansada. É importante buscar esse entendimento, do contrário, será difícil. Com relação ao governo Lula, é importante que possa colocar, se for candidato, o que vem para fazer diferente. Não só ele como presidente, mas a estrutura que o cerca. Nesse momento, os dois têm problemas e precisam dizer qual é seu projeto.

 

O amadurecimento do eleitor, mais focado em política, nesse momento de polarização, provocaria uma terceira via?

Sobre a terceira via, houve o equívoco de pensar que seria uma pessoa. A terceira via virá num projeto para o Brasil. Não virá, no meu entendimento, numa figura representando a esperança. O brasileiro sabe que isso não existe, que é uma ilusão e quem se vende dessa forma se equivoca. Se houver um projeto muito bem apresentado, com certeza, será bem entendido e talvez vitorioso.

 

Em 2018 o eleitor foi às urnas pensando na mudança. Ele se frustrou?

Totalmente. Se o Brasil tem leis que soltam Lázaros e não prendem Renans, os nossos parlamentares federais é que fizeram. Discute-se, hoje, prisão em segunda instância. Alguém tem dúvida de que tem que prender na segunda instância? O Congresso foi eleito para votar a prisão em segunda instância. E não votou por quê? Porque não querem se comprometer. Os parlamentares ficaram muito aquém do que tinham compromisso. Espero que o eleitor saiba avaliar isso, olhe o candidato que está lá se propondo, veja quem é, o que fez, saiba como foi a evolução patrimonial dele.

 

As leis são feitas pelo parlamento e absorvidas pelo Judiciário. Isso isenta o judiciário?

Não. Comentei uma vez com um presidente do Tribunal de Justiça, se ele achava que poderia subsidiar os parlamentares. Ele respondeu: ‘não, não é problema nosso’. Como, não é? De quem seria? Não há boa vontade, nem interesse. Tem aquela falácia de que todo povo tem o governo que merece. Isso é algo que a elite colocou para que o povo aceite governos absurdos. Também dizem que o brasileiro não é honesto. Desde quando? A maioria do povo brasileiro é honesta, trabalhadora, íntegra, tem força de vontade e põe esse Brasil maravilhoso em pé todo dia. O povo é espetacular. Quem não está sendo é a elite.

 

As entidades representativas estão se omitindo?

Nossas entidades nacionais são uma tragédia, um péssimo exemplo de como lidar de forma ética. Somos modelo em Santa Catarina. Ninguém é perfeito, mas conseguimos ter um trabalho superior. Falta, sim, às entidades de classe, coragem de se expor. Quando você se expõe, é contrário ou critica alguém, não é pessoal. Não podemos ter vergonha disso, precisamos de coragem para criticar o ato em si, ou o setor e não as pessoas. Tem uma cidade que cito como exemplo: Jaraguá do Sul, que há 20 anos tem essa convergência do poder econômico, com o setor público e a sociedade. Existe uma harmonia de espírito público.

 

Concorda com a tese de que, antes de mudar o Congresso e as Câmaras, é preciso mudar o eleitor?

Não. O eleitor vê o candidato e escuta o discurso. Ele tem que acreditar. Claro que precisa se informar mais para não ser iludido e enganado. O eleitor tem confiado há décadas e quem não tem cumprido é aquele que se vendeu com o discurso. É frustrante. No modelo político do Brasil, temos o prefeito, o governador e o presidente, esses eu acho que são muito bem cobrados. O problema é a reeleição, um câncer no Brasil. Não temos maturidade para isso. Outro problema é a eleição a cada dois anos. Os políticos se elegem deputados, ou vereadores, depois prefeito, governador, senador. Virou uma profissão. E mais uma questão: por que o vereador precisa de um salário de R$ 10 mil? Qual o propósito disso?

 

O que espera de 2022?

Espero que o cidadão procure a responsabilidade do valor do seu voto, que preste atenção nos candidatos e cobre deles posições claras em relação a questões de Estado, que precisam ser mudadas. Espero que o eleitor tenha independência, clareza, coragem e possa colocar representantes que tenham compromisso com espírito público para um país melhor.

A entrevista completa feita por Paulo Alceu

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