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“Inversão de papel” aborda transformações em empresas jornalísticas
16 de Julho de 2018

“Inversão de papel” aborda transformações em empresas jornalísticas

Lideranças de oito jornais, de três países diferentes, 
foram entrevistadas para a obra que chega às 
livrarias agora em julho

 

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Resultado de mais de três anos de pesquisa e de entrevista com profissionais de oito jornais do Brasil, da Argentina e da Espanha, o livro “Inversão de papel: prioridade ao digital, um novo ciclo de inovação para jornais impressos” chega agora em julho às livrarias. Lançamento da editora Insular, o trabalho é de autoria do jornalista Alexandre Lenzi, doutor e mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O preço sugerido do exemplar, que também pode ser comprado no site da editora (www.insular.com.br), é de R$ 49,00.

Pesquisa
Foram realizadas entrevistas em profundidade com lideranças estratégicas dos jornais espanhóis El País e El Mundo, do argentino Clarín, e dos brasileiros Folha de S. Paulo, Gazeta do Povo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora. De forma complementar, as mudanças no norte-americano The New York Times também são abordadas por meio de pesquisas divulgadas pela própria empresa jornalística. A obra reproduz, ainda, entrevista realizada pelo autor com o pesquisador e professor espanhol Dr. Ramón Salaverría, sobre questões como a busca por um novo modelo de negócio aplicado ao jornalismo.

O jornalismo moderno
Com um olhar ao mesmo tempo crítico e otimista para o cenário contemporâneo das redações jornalísticas modernas, o livro traz relatos e ideias que buscam ir além das queixas sobre a crise do jornalismo. O estudo aponta a priorização da produção de conteúdo informativo para plataformas digitais como um novo e necessário ciclo de inovação em empresas jornalísticas que viviam (ou ainda vivem) um fluxo de trabalho até então regrado pelo ritmo do impresso.

Trata-se do que o autor chama de “inversão de papel”, um processo que acarreta mudanças de formatos narrativos e de processos de produção, com impactos em diferentes frentes, promovendo, por exemplo, a antecipação das jornadas de trabalho e a criação de diferentes deadlines dentro do mesmo dia. “Um movimento que exige investimento em pessoal, tanto em quantidade quanto em qualidade, diante da necessidade de novos perfis profissionais e do respeito às questões trabalhistas. Com o que chamamos de inversão de papel, o jornalismo continua, mas muda a plataforma. A versão impressa permanece sendo publicada, e deve seguir assim por mais muitos anos, embora possa mudar a periodicidade. Mas a prioridade das redações convergentes já deve ser o digital”, afirma o autor.

Para Lenzi, tal inversão de papel exige uma nova forma de pensar, de produzir, de agir e de lucrar. “Não se trata necessariamente de zerar e recomeçar o processo, mas, sim, de uma atualização no sentido de um aperfeiçoamento e de ter atenção com novas demandas específicas do contexto digital. Significa estar aberto para pensar procedimentos que não sejam diretamente influenciados pelo impresso, até então um produto com horários e demandas que perdem a força ou até mesmo deixam de ser necessárias quando a plataforma final é o on-line”, acrescenta.

O livro é dividido em três capítulos
– o primeiro sobre as mudanças nos trabalhos de apuração, produção, narrativa e distribuição de conteúdo jornalístico na era da internet;
– o segundo sobre os ciclos de crises e de inovações que marcam o passado e o presente das empresas do setor;
– o terceiro com um panorama atual de grandes redações, complementado com indicações de novos caminhos.

Guia
Por fim, as conclusões são apresentadas em formato de um guia com ações para priorizar o digital, contendo 10 ideias defendidas pelo autor para aplicação prática em redações jornalísticas. De forma resumida: 
1) assegurar a equiparação salarial entre funções equivalentes no ciclo impresso e no ciclo digital;
2) trabalhar em equipe, envolvendo inclusive profissionais que não fazem parte diretamente da redação;
3) promover a visão multimídia ao longo das diferentes etapas de produção, do planejamento até a distribuição;
4) investir em treinamento interno e incentivar o treinamento externo dos atuais e dos novos funcionários;
5) comprar ou desenvolver sistemas eficientes para publicação de conteúdo on-line;
6) criar um fluxo de atualização do on-line em diferentes momentos do dia, independentemente do noticiário factual;
7) ampliar a equipe para antecipar o ritmo de produção, trazendo parte dos jornalistas mais cedo para a redação;
8) cobrar pelo conteúdo, mas não por qualquer conteúdo;
9) explorar a prática da grande reportagem jornalística como espaço para inovação e experimentação de formatos; e, enfim,
10) incorporar o fluxo digital como prioridade.

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