O Dia da Mentira, comemorado em 1º de abril, costuma ser uma data divertida, marcada por pegadinhas e histórias inventadas — e, no universo da comunicação, não é diferente. Mas quando o assunto é assessoria de imprensa, algumas “mentirinhas” já viraram quase verdades absolutas, repetidas por aí com tanta convicção que chega a preocupar.
Em homenagem à data, resolvi inverter o jogo: vamos desmentir algumas falácias e apresentar 7 verdades sobre assessoria de imprensa que todo profissional, gestor ou empreendedor deveria conhecer antes de contratar (ou julgar) esse trabalho essencial da comunicação corporativa.
1. Assessoria de imprensa não é sinônimo de publicidade gratuita
A mentira: “Quero uma matéria que pareça um anúncio, mas sem pagar nada por isso.”
A verdade: assessoria de imprensa trabalha com relacionamento com a mídia e geração de conteúdo de interesse jornalístico. Não é espaço publicitário disfarçado. Quando uma marca conquista um espaço editorial, é porque tem uma história relevante para contar — e não porque pagou por ele. Aliás, se quiser pagar, a porta certa é o comercial do veículo.
2. Não existe garantia de publicação
A mentira: “Se contratei uma assessoria, preciso sair na mídia toda semana.”
A verdade: nem tudo o que a empresa faz é, de fato, notícia. O papel do assessor é filtrar, contextualizar, achar o timing correto e encontrar ângulos que façam sentido para os jornalistas e seus públicos. E mesmo com tudo isso bem feito, a decisão final sobre publicar ou não é sempre da redação.
3. Assessoria de imprensa não se resume a “mandar release”
A mentira: “Qualquer estagiário pode disparar um release e pronto.”
A verdade: a função da assessoria vai muito além do envio de releases. Envolve estratégia, análise de cenário, media training, gerenciamento de crises, construção de reputação e relacionamento constante com jornalistas. É uma atuação técnica, que exige conhecimento, sensibilidade e visão integrada de comunicação.
4. Um bom assessor precisa entender do seu negócio
A mentira: “É tudo a mesma coisa, é só trocar o nome da empresa no texto.”
A verdade: assessoria de imprensa eficaz exige imersão no cliente — sua cultura, objetivos, público e diferenciais. Sem isso, não há como construir um discurso consistente nem identificar pautas com potencial. O assessor não pode ser só um “executor de demandas”; ele é um parceiro estratégico.
5. Visibilidade não se traduz automaticamente em vendas
A mentira: “Saiu uma matéria e ninguém comprou meu produto. A assessoria falhou.”
A verdade: assessoria de imprensa gera notoriedade, autoridade e reputação. Isso influencia o processo de decisão de compra, mas não substitui as estratégias de marketing e vendas. É parte de um ecossistema mais amplo, onde cada ferramenta tem sua função.
6. Crise se gerencia antes, não depois
A mentira: “A gente só vai pensar em comunicação quando der problema.”
A verdade: a assessoria de imprensa também é responsável por construir reputação preventiva. Quando uma crise estoura, quem tem relacionamento com a imprensa e um posicionamento consolidado tem muito mais chances de preservar sua imagem. Quem lembra da comunicação só no fogo, corre o risco de ser engolido pelas chamas.
7. Não existe resultado sólido sem constância
A mentira: “Quero contratar por um mês, só pra ver no que dá.”
A verdade: assessoria de imprensa é um trabalho de médio a longo prazo, baseado em relacionamento e construção de imagem. Resultados imediatos podem acontecer, mas não são a regra. Assim como na vida real, confiança não se compra — se conquista, com tempo e consistência.
No 1º de abril, é até permitido brincar com a verdade. Mas quando falamos em comunicação corporativa, mentir para si mesmo sobre o papel da assessoria de imprensa pode sair caro. A boa notícia? Quando bem planejada, bem executada e integrada aos objetivos da marca, a assessoria é uma ferramenta poderosa para construir reputação e gerar valor.