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Coluna Ozinil | Se deseja a paz, prepare-se para a guerra!
09 de Março de 2022

Coluna Ozinil | Se deseja a paz, prepare-se para a guerra!

Por Prof. Ozinil Martins de Souza 09 de Março de 2022 | Atualizado 09 de Março de 2022

O provérbio latino que intitula esta coluna está mais atual do que nunca. A invasão russa em terras ucranianas ressuscita o passado e escancara a afirmação do Gen. Sérgio Etchegoyen: “Nas relações internacionais não há pena, há interesses. A paz é uma concessão do mais forte!”

Mas, a abordagem que pretendo fazer está centrada nas maiores vítimas desta guerra estúpida: os civis, principalmente as mulheres e as crianças, vítimas inocentes de algo que a maioria das pessoas nem sabe o que é: a Geopolítica! A história deveria servir para a humanidade não repetir erros cometidos no passado, mas não é o que vemos na Ucrânia. No início dos anos 30 do século passado, os ucranianos mostraram interesse em adotar o estilo de vida dos europeus ocidentais. A reação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS – foi de eliminar a resistência confiscando toda a produção agrícola da Ucrânia. Esta ação resultou na morte de 5 milhões de ucranianos (oficialmente reconhecidos) no que se convencionou chamar de Holomodor, palavra que significa inanição, que foi como o episódio passou a ser reconhecido no mundo.

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Com os movimentos propostos pelas tropas que invadiram a Ucrânia percebe-se, claramente, a intenção de isolar as cidades, cortar suas rotas de abastecimento e, com isto, levar o governo ucraniano à rendição. Como a retórica do governo não permite a rendição, o quadro que se desenha é desolador. Imagine você, caro leitor, que sabe a dificuldade de construir um patrimônio (às vezes apenas a casa de moradia) e financeiro, que lhe possibilite um entardecer na vida com alguma tranquilidade, de repente, vê sua casa destruída, seu patrimônio financeiro inacessível e toda a infraestrutura do país sendo, gradativamente, destruída. Suas famílias em diáspora pelo mundo (mais de 2 milhões de refugiados); pais separados de filhos, que serão adotados por pessoas de boa índole em algum lugar; a história do menino de 11 anos que saiu sozinho da Ucrânia e, caminhando, foi parar na Eslováquia, transformando-se em herói da resistência e da busca por um mundo melhor é um exemplo marcante.

O que está se vendo na Ucrânia aconteceu, recentemente, sem o mesmo clamor é verdade, na Síria, na Líbia, no Afeganistão; na Síria pelas mãos de um ditador que resolveu eliminar parte de seu povo que não concordava com suas ações. A geopolítica estava presente nos bastidores pela ação da Rússia (envolvimento direto na guerra) e dos Estados Unidos (fornecimento de armas e munições); na Líbia a derrubada do ditador Muhamar Kadaffi , patrocinada pelos EUA, deixou o país nas mãos de vários grupos com tendências diversas e que provocaram o êxodo dos líbios para a Europa, atravessando o Mediterrâneo, que se transformou em túmulo para muitos; no Afeganistão, depois de 20 anos de guerra contra o Talibã, os Estados Unidos deixaram o país e entregaram seu povo e modernos armamentos ao próprio Talibã. O povo é o peão no jogo geopolítico!

Recentemente, líderes mundiais fizeram afirmações sobre a Amazônia, declarando-a área de interesse mundial. Bom o Brasil abrir os olhos! Em março de 2009, o STF, em decisão que contrariou tudo que se fazia até então, criou a reserva indígena Raposa Serra do Sol no Estado de Roraima. São 1,7 milhões de hectares de área contínua exatamente em área fronteiriça com a Venezuela. Nesta área nem as Forças Armadas têm acesso livre. Se, eventualmente, a liderança indígena declarar a independência deste território, qual seria a posição dos países que questionam a soberania brasileira sobre a Amazônia? Se você não pensou sobre o assunto é bom pensar!

Desde o governo de FHC as Forças Armadas do Brasil vêm sendo sucateadas; cortes de investimentos, restrições a ações militares e por aí vai. Bom lembrar que têm vizinhos, como a Venezuela, que reequiparam as suas forças com equipamentos russos de alta qualidade. As Forças Armadas devem ser vistas como o fator de dissuasão que realmente são e, não como ameaça interna, mas como força de defesa de um país que deve entender a mensagem do Gen. Etchegoyen: “Nas relações internacionais não há pena, há interesses. A paz é uma concessão do mais forte!”

 

Foto do topo de Gladson Xavier no Pexels.

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