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Coluna Inovação | Rede de Centros de Inovação em Florianópolis vai concentrar um polo naturalmente disperso?
12 de Abril de 2018

Coluna Inovação | Rede de Centros de Inovação em Florianópolis vai concentrar um polo naturalmente disperso?

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 12 de Abril de 2018 | Atualizado 12 de Abril de 2018

 

Quem não conhece Florianópolis geograficamente mas sabe que a capital se tornou referência no mercado de TI e inovação pode perguntar: “onde é que fica o polo de tecnologia aí?”. É uma resposta difícil. “Bem, fica em vários lugares”, já respondi algumas vezes. “Não temos uma concentração específica, as empresas foram surgindo e ocupando espaços na cidade, apesar de alguns empreendimentos terem sido criados com o foco neste mercado”. Outras regiões brasileiras, como Recife e Belo Horizonte, utilizam algumas referências geográficas – o Porto Digital, no centro histórico da capital pernambucana e o  bairro de São Pedro (San Pedro Valley), onde muitas startups começaram em BH – para concentrar suas empresas inovadoras e facilitar não só o conceito de polo como também as visitas de interessados em conhecer seu ecossistema.

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Particularmente, acredito que esse “polo disperso” – como mostra o mapa acima feito pelo grupo de pesquisa VIA, da UFSC –  de Florianópolis seja uma vantagem para o ecossistema local. Mostra um crescimento orgânico do mercado local, sem depender de projetos ambiciosos, seja do setor público ou privado. O que mais se assemelha hoje a um polo é o trecho da SC-401 entre o viaduto do bairro João Paulo e a entrada de Santo Antônio de Lisboa. Alguns quilômetros à frente, ainda tem o Sapiens Parque, que começou a ganhar corpo nos últimos anos, especialmente a partir da transferência da Softplan e seus mais de 1000 funcionários para o norte da Ilha. Mas há diversas empresas com soluções inovadoras atendendo clientes em diversos países e dobrando de tamanho a cada ano espalhadas pela cidade, seja no continente, na Trindade, Itacorubi, Centro e nos vizinhos São José e Palhoça.

Nesta sexta-feira, 13 de abril, será lançada pela Prefeitura de Florianópolis a Rede de Centros de Inovação, uma iniciativa em parceria com a Associação Catarinense e Tecnologia (ACATE). A entidade vai gerenciar e credenciar quatro espaços destinados a empreendedores do setor, na Ilha e também na região continental, seguindo a linha do Centro de Inovação Acate Primavera, na SC-401, que se tornou em pouco mais de dois anos um dos endereços mais requisitados da cidade para eventos e espaços corporativos. Só em 2017, mais de 57 mil pessoas participaram de eventos e encontros promovidos no local – um dos segredos do espaço, porém, é a diversidade: mais do que desenvolvedoras de tecnologia e aceleradoras de startups, há coworking e empresas de marketing, design, venture capital e comunicação que ajudam a criar o tal “ecossistema” de serviços e pessoas que torna o local mais interessante do que um simples condomínio monotemático.    

Estes centros de inovação em Florianópolis devem seguir também os parâmetros definidos para a construção de outros 13 empreendimentos em cidades polo do estado, uma articulação liderada pelo Governo do Estado e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), com apoio técnico da Associação Internacional de Parques de Ciências e Áreas de Inovação (IASP) – o primeiro destes inaugurado até o momento é o Orion Parque, em Lages.

Com mais de mil empresas de tecnologia instaladas na cidade – que somam um faturamento anual de mais de R$ 5 bilhões – nem mesmo quatro centros de inovação lotados seriam capazes de concentrar todo o mercado de TI local. Também porque há uma nova geração de empresas que, dentro de quatro ou cinco anos, podem ter o mesmo tamanho das que hoje são consideradas médias ou grandes do setor. De qualquer maneira, esta concentração de centros de inovação ( soma-se a isso também os demais condomínios privados da cidade) ajuda a consolidar, mesmo que como referência geográfica, um modelo de ecossistema gerado organicamente, por empreendedores locais e que foram tomando os espaços comerciais da cidade à medida que o faturamento aumentava.

Como diriam alguns agitadores: “occupy!”
 

Sistema para gerenciamento de médicos

Na coluna da semana passada, enfatizei a questão do “no pain, no gain” no ambiente da inovação: é preciso resolver uma dor (“pain”) do mercado para ter a possibilidade do “gain”, o faturamento. No caso da startup Health Chess, de São José, a dor que se pretende resolver é a dos médicos. Fundada em 2012, a empresa oferece um sistema de informação e gerenciamento para profissionais de saúde: por meio do celular, o médico pode informar quais procedimentos realizou, além de ter acesso a automatização da gestão financeira, agendamento de consultas e procedimentos, revisão de pendências, entre outras ferramentas.  

Idealizada pelo médico anestesiologista Gustavo Luchi Boos e desenvolvida pelos programadores Edimar Chipil (33) e Ezequiel Weingartner Rodrigues (30), o sistema tem hoje 89 clientes, entre médicos, grupo de médicos, clínicas e hospitais e 10 cooperativas médicas da área da anestesiologia. “O objetivo é contribuir para o processo de planejamento estratégico e para a tomada de decisões e avaliação da rentabilidade dos serviços”, destaca Ezequiel.

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