Amy Webb, SXSW 2025
Amy Webb, uma das principais futuristas do mundo, abriu sua palestra no SXSW 2025 com um aviso contundente: “As transformações tecnológicas que esperávamos para a próxima década já começaram. E a maioria das empresas ainda não percebeu.”
No SXSW (South by Southwest Conference), Amy Webb apresentou o novo Relatório de Tendências Tecnológicas 2025 do FTSG (Future Today Strategy Group), com mais de 1.000 tendências que vão impactar os mercados nos próximos anos e que tem que estar no radar dos tomadores de decisão nas empresas que querem compreender o futuro dos negócios. O grande desafio é navegar por tantas tendências e fazer escolhas estratégicas que vão fazer a diferença para as marcas e as empresas.
Se você acha que as mudanças tecnológicas da última década foram aceleradas, segure-se: 2025 está prestes a reconfigurar a maneira como marcas interagem com consumidores, criam valor e garantem relevância. Não estamos mais apenas surfando na crista da onda digital—agora, estamos navegando um tsunami tecnológico que redefine as regras do jogo. As regras estão sendo quebradas porque agora entramos em um limiar de espaço que Amy Webb batizou de BEYOND: Estamos vivendo em uma nova etapa da humanidade que já está além da nossa imaginação.
A fusão de Inteligência Artificial, sensores avançados e biotecnologia criou o que especialistas chamam de “inteligência viva”—sistemas que aprendem, evoluem e se adaptam sem intervenção humana. A automação deixou de ser sobre eficiência e tornou-se uma questão existencial. Os impactos das novas tecnologias serão sentidos com velocidade impressionante em todos os setores. Ou as marcas se tornam fluídas, mutáveis e adaptáveis, ou elas morrem.
Este não é um texto sobre hype. É um chamado estratégico para líderes de marca entenderem como tendências como IA agente, metamateriais, computação quântica e inovação climática não são apenas buzzwords, mas motores que vão definir os próximos gigantes do mercado—e enterrar aqueles que não souberem se adaptar.
O Fim das Regras Antigas: O que Muda em 2025?
Marcas foram historicamente construídas sobre três pilares: narrativa, identidade e diferenciação. Em 2025, esses conceitos serão insuficientes. O futuro pertence a marcas que souberem construir sistemas inteligentes e adaptáveis, onde a experiência do consumidor é moldada em tempo real por dados, IA preditiva e interfaces sensoriais.
Aqui estão as três mudanças mais profundas que vão remodelar o branding e o marketing:
Da IA que fala para a IA que faz: Modelos de linguagem como o ChatGPT foram apenas um estágio inicial. O futuro pertence aos Modelos de Ação (LAMs)—sistemas de IA que aprendem comportamentos humanos e tomam decisões complexas sem intervenção humana. Marcas que utilizam assistentes de IA proativos vão dominar o jogo.
Do design estático para o design responsivo: A ascensão dos metamateriais permitirá que produtos e embalagens mudem de forma, textura e função em resposta ao ambiente e às interações dos consumidores. Seu tênis Nike pode ajustar a aderência ao solo conforme você corre. Sua sacola da Amazon pode se autodestruir para evitar poluição.
De campanhas de marketing para ecossistemas dinâmicos: O branding tradicional não basta. Marcas precisarão operar como sistemas vivos, conectando dados biométricos, realidade aumentada e análise preditiva para criar experiências imersivas. O marketing deixará de ser persuasão para se tornar orquestração de jornadas personalizadas em tempo real.
O Novo Jogo da Relevância: Marcas Inteligentes e Autoevolutivas
Se a última década foi marcada pela disrupção digital, 2025 inaugura uma nova fase: a era das marcas inteligentes e autoevolutivas. A fusão de Inteligência Artificial, sensores e biotecnologia cria um cenário onde marcas não apenas reagem ao consumidor, mas antecipam suas necessidades antes mesmo que ele perceba.
Lojas que sabem o que você quer antes de você
Marcas como Amazon e Alibaba já estão testando ambientes de varejo cognitivo, onde sensores biométricos e IA analisam seu comportamento para personalizar ofertas em tempo real. Entrar em uma loja sem precisar escolher ou pagar fisicamente será o novo normal.
Produtos que se adaptam a você
A Nike já trabalha em tênis que ajustam a estrutura conforme seu padrão de pisada e nível de cansaço. Empresas de cosméticos desenvolverão maquiagens que reagem ao clima e ao nível de hidratação da sua pele. Isso não é futurismo barato—são as novas regras do mercado.
Inteligência de marca além do marketing
As marcas do futuro não venderão apenas produtos; elas venderão soluções preditivas e assistivas. A Google já investe pesado em PLAMs (Personal Large Action Models)—modelos de IA que aprendem sua rotina e agem autonomamente para otimizar sua vida. Quer saber como sua marca compete nesse jogo? A resposta não está em uma campanha criativa, mas em engenharia preditiva e IA personalizada.
Marcas, Inovação Climática e a Nova Ordem Econômica
A crise climática não é um tema isolado; é um driver de inovação brutal. Setores inteiros estão sendo reconfigurados para garantir eficiência energética e redução de impacto ambiental. Algumas marcas já entenderam que sustentabilidade não é mais um diferencial—é um imperativo competitivo.
Nuclear 2.0: O renascimento da energia nuclear através dos Reatores Modulares Pequenos (SMRs) será um divisor de águas. Empresas como Microsoft e Google estão investindo bilhões para garantir fontes limpas de energia para seus data centers. Se sua empresa depende de grandes volumes de energia, é hora de repensar sua estratégia.
Materiais inteligentes e a revolução da produção: Metamateriais permitirão a criação de produtos ultra-resistentes e ultraleves, reduzindo o desperdício e otimizando o transporte. Sua marca ainda usa plástico tradicional? Você está cinco anos atrasado.
Economia cislunar: O próximo Vale do Silício é o espaço: Empresas privadas já colonizam a região entre a Terra e a Lua para mineração de recursos raros e fabricação em gravidade zero. Para algumas marcas, isso pode parecer irrelevante agora. Mas pense nisso: a Tesla nasceu como uma startup esquisita de baterias há 15 anos. Hoje, molda a infraestrutura global de transportes. O mesmo acontecerá com marcas que entenderem o potencial do espaço antes da concorrência.
O Que Marcas Precisam Fazer Agora para Sobreviver?
Se há algo que a história do branding ensina, é que marcas não morrem porque querem, mas porque ignoram mudanças fundamentais. Em 2025, as regras do jogo são claras:
Pense como um ecossistema, não como uma empresa
Marcas precisam operar como plataformas abertas, integrando dados, sensores e IA para criar experiências hiper-relevantes e personalizadas.
Invista em IA além do hype
A era da IA conversacional está ficando para trás. O que importa agora são IA agente, modelos de ação e inteligência sensorial integrada.
Adote uma visão de futuro radical
Se você acha que sua concorrência está no setor atual, pense de novo. O maior risco competitivo não vem de players tradicionais, mas da interseção de novas tecnologias e startups que não seguem as regras antigas.
O Futuro é para os Audaciosos
As tendências tecnológicas de 2025 não são apenas sobre inovação—são sobre a sobrevivência das marcas em um cenário competitivo que se redefine a cada instante. Já não basta acompanhar a revolução tecnológica, é preciso ser parte dela, moldá-la, usá-la para criar algo que vá além da eficiência e toque as pessoas de forma autêntica.
Nos próximos anos, as marcas que vão se destacar não serão aquelas com campanhas brilhantes, mas sim aquelas que conseguirem traduzir tecnologia em experiências significativas, em conexões genuínas que transcendem o hype e criam impacto real. Não se trata apenas de usar IA, blockchain ou materiais inteligentes—trata-se de integrar essas inovações à essência do negócio, tornando-as catalisadoras de valor.
E aqui está a grande verdade: o futuro das marcas pertence a quem tem coragem de abandoná-las para reinventá-las. Quem estiver preso a modelos ultrapassados, esperando que a inovação se encaixe confortavelmente em suas estruturas tradicionais, verá sua relevância se dissolver diante de marcas mais ágeis, adaptáveis e visionárias.
Ser audacioso não é só uma escolha—é uma necessidade. Porque, no fim das contas, as marcas que ousam mudar são as únicas que permanecem vivas no futuro.
Sua marca está pronta para essa transformação?
O que você está disposto a abandonar para se reinventar?
Vamos falar sobre isso. O futuro não espera.