Deutsche Umwelthilfe, organização ambiental alemã, acusou a Adidas por ter usado as suas metas de neutralidade de carbono como uma estratégia de marketing de uma forma ilegal.
De acordo com a organização, a marca “estava se envolvendo no tão difamado ‘greenwashing’ e, portanto, decidiu tomar medidas legais contra a Adidas”, explicou o Marketing Directo.
Segundo o Tribunal Regional de Nuremberg-Fürth (Alemanha), a frase utilizada pela Adidas “Alcançaremos a neutralidade de carbono até 2050” em suas campanhas publicitárias é ilegal e enganosa. Tudo isso porque a marca não “explicou com detalhes suficientes como atingiria especificamente essa meta ambiental. E, nesse sentido, ordenou que a empresa removesse essa mensagem, que agora efetivamente desapareceu de seu site”.
A conclusão do tribunal é que, a mensagem vaga da Adidas, queria “sugerir que alcançaria a neutralidade de carbono confiando apenas na redução de emissões”, porém, isso não seria uma verdade.
Adidas tentou minimizar a decisão de um tribunal da Alemanha
Após a decisão judicial, a Adidas aproveitou para se pronunciar e enfatizou que não precisa fazer nada.
Jürgen Resch, Diretor Federal do DUH, comentou no comunicado que “a Adidas enganou seus clientes com sua promessa de suposta neutralidade climática. O fator decisivo é se e em que medida a empresa realmente alinha seus produtos e atividades comerciais de uma maneira mais favorável ao clima. A Adidas não explicou isso adequadamente. Em vez disso, pode-se presumir que a meta deve ser alcançada principalmente por meio de projetos de compensação – ou seja, um comércio de indulgência moderno por meio de certificados não regulamentados. Compensar não é equivalente a evitar emissões de CO2 para atingir a neutralidade climática. A derrota da Adidas no tribunal ressalta a importância de promessas claras e transparentes para o futuro. A crise climática está a todo vapor e, no entanto, mais e mais empresas estão anunciando com promessas opacas e implausíveis para o futuro. É por isso que precisamos de requisitos legais claros. Isso inclui obrigações de transparência, divulgação de planos de implementação e órgãos de auditoria independentes que monitoram a conformidade com metas intermediárias. Caso contrário, as promessas para o futuro continuarão sendo conversa fiada.”
De acordo com o tribunal, a Adidas alterou a declaração em agosto de 2024, após a empresa ter sido advertida pelo DUH. Portanto, a decisão judicial não exige nenhuma ação, explicou o fabricante de artigos esportivos. Os planos e metas para redução de emissões permaneceram inalterados pela decisão.
Vale lembrar que a Adidas não é a única empresa que já sofreu acusações vindas da Deutsche Umwelthilfe e, por isso, acabam no tribunal. Coty, L’Oréal, Deichmann, Tschibo e Toom já passaram por problemas na justiça, após promover os seus produtos enfatizando “benefícios ambientais sem fornecer aos consumidores informações suficientes”.
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