No cenário internacional de marcas, o Brasil enfrenta um desafio: nenhuma empresa brasileira figura entre as cem mais valiosas globalmente, de acordo com o ranking da Brand Finance.
Contudo, Ana Couto, conhecida pelo seu empenho em desmistificar o branding dentro das empresas, está determinada a mudar esse panorama e colocar o Brasil no mapa das marcas destacadas em todo o mundo, amplificando o seu propósito ao mostrar que o maior erro no processo de branding é reduzi-lo à definição de uma marca, como o logo de uma empresa.
Formada em design pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), a carioca Ana Couto iniciou sua jornada empreendedora há 30 anos, e tinha consigo o apoio de Giovanni Bianchi, que na época apenas engatinhava no cenário artístico e hoje é um renomado diretor de marcas internacionais de moda e astros pop como Madonna e Anitta. Após um mestrado em Visual Communication no Pratt Institute, em Nova York, em 1993, Ana assumiu o desafio pessoal de impulsionar o valor das pessoas e organizações por meio de uma visão mais ampla.
Para ela, o branding vai além do design: é um alinhamento de forças para convergir em estratégias de marca, negócio e comunicação. A especialista tem destacado que, ao longo destas três décadas, as marcas podem ir para o caminho de um novo capitalismo, onde não basta que o produto tenha a melhor qualidade, mas, sim, que o negócio gere impacto positivo no ecossistema. “É mais do que surfar em modinhas. É trazer a conexão de forma intencional e autêntica; não basta gritar, é preciso fidelizar a partir de uma proposta de valor. E o valor é regenerar, é reencantar, é ressignificar”, explica.
Entre os desafios que perduram por estes anos, mas já evoluíram em termos de concepção, e “insistência” pela própria Ana Couto, levar o branding para a pauta dos CEOs e líderes das organizações ainda é algo novo. Em um ambiente muitas vezes dominado por executivos arraigados a modelos de comando e controle, Ana mostra como é possível tratar o branding não como “gasto de marketing”, mas como um “investimento na construção de valor”.
Outro ponto crítico abordado por Ana é o modelo de comunicação brasileiro, único no mundo, que muitas vezes leva a aplicações desproporcionais de recursos financeiros. A especialista ressalta a importância de investir em branding para construir uma relação consistente e autêntica com os consumidores ao longo do tempo, superando a tradicional abordagem de campanhas esporádicas e consumo de mídia inviável.
Esta geração de valor tem sido colada na mesa de executivos por meio de uma metodologia que rompe o paradigma do marketing tradicional onde as “três ondas de valor” buscam impulsionar a diferenciação de produtos e serviços, promovendo identificação com a marca e priorizando seu propósito. Em suas palavras, “o objetivo é que as organizações coloquem seu talento à disposição do mundo.”
Hoje, Ana destaca que o sucesso ou fracasso dos negócios é determinado pela reputação, pelo vínculo construído com as pessoas e pelo impacto relevante promovido. Sua visão fundamental destaca a necessidade de construir uma estratégia baseada na gestão de valor, alinhando o que a marca é, o que faz e como se comunica.
A Revolução do Branding
Em 2023, a agência anacouto completou 30 anos e faz parte dessa celebração o lançamento do livro “A (R)evolução do Branding”, da editora Gente, uma obra que destaca a contribuição ímpar de Ana Couto para o universo do branding. Com sua metodologia Valometry, Ana redefine o papel do branding como estratégia de negócios, integrando as ondas de valor – produto, identificação e propósito – de maneira inovadora.
O livro é mais do que um relato da jornada da empresária. Trata-se de uma fonte inspiradora para empreendedores e empreendedoras, além de profissionais do branding, que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente de negócios cada vez mais desafiador.
Rebranding “anacouto”: uma Nova Era no empreendedorismo feminino
No ano retrasado, quando completou três décadas, a agência Ana Couto anunciou um rebranding significativo, marcando uma nova era no empreendedorismo feminino.
A transição para “anacouto” não é apenas uma mudança de identidade visual; é uma declaração de evolução, representando uma abordagem mais integrada que abrange os mercados B2B e B2C de maneira multidisciplinar. O rebranding comunica simplicidade e acessibilidade e destaca a essência humana e colaborativa da agência. A marca convida a comunidade de negócios a fazer parte de algo além do comum, celebrando a diversidade de ideias.