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Coluna Lígia Fascioni | O museu impossível
26 de Setembro de 2017

Coluna Lígia Fascioni | O museu impossível

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Uma das coisas que mais amo em Berlim é a quantidade de arte urbana que tem nas ruas. É muito painel bonito, muito grafite sensacional.  Já publiquei aqui várias fotos de obras organizadas/patrocinadas por um coletivo chamado Urban Nation. A sede deles fica numa rua chamada Bulowstraße e agora, depois de anos de trabalho árduo, conseguiram construir o primeiro museu de arte urbana de Berlim.

Deixei a muvuca do final de semana, quando houve a inauguração e preferi ir ontem, quando as coisas já estavam mais calmas. O prédio de esquina, que já mudou de fachada tantas vezes, passou por uma reforma e agora está com cara de galeria de arte.

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A entrada do museu é gratuita e, olha, que belíssimo trabalho esse pessoal fez! A arquitetura do interior é clean e valoriza as obras, mas o que mais me chamou atenção foi o capricho da curadoria; só tem maravilhosidades! Eles realmente escolheram a dedo as obras dos 150 artistas que estão lá. Mais admiração e orgulho ainda quando se sabe que tem um casal brasileiro na equipe: a Marina Bortoluzzi e o Marcelo Seewald Pimentel, idealizadores do Instagrafite, a maior comunidade de grafite no Instagram (vale a pena visitar o site também, é cheio de lindezas instigantes).

O mais bacana é que o museu não se limita ao seu espaço interno, mas ele realmente é coerente com a proposta de promover a street art: aos poucos, a Bulowstraße, rua na qual está instalado, vai ficando mais e mais colorida e interessante. Toda vez que passo por lá tem trabalhos novos e obras sensacionais. E eles, como Organização Não Governamental muito bem estruturada, conseguem trazer artistas do mundo inteiro para fazer intervenções em tudo quanto é canto dessa cidade. Se você for no site da Urban Nation, vai ver que tem até um mapa da cidade com o endereço dos principais murais. Não é demais? Um museu que não se limita às paredes, mas invade toda a cidade!

De fato, um povo que está fazendo diferença para transformar o mundo num lugar melhor para se viver. Sou fã.

Mas vamos dar um passeio rápido para ver o que tem de bom?

NOTA: o autor da obra que aparece na imagem inicial é o artista português Vhils.

Clique nas imagens da galeria para ampliá-las.

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