Investimentos em tecnologia pode impulsionar crescimento do varejo em 2021
23 de Fevereiro de 2021

Investimentos em tecnologia pode impulsionar crescimento do varejo em 2021

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Apesar de uma análise feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrar que o setor do varejo vem crescendo, quando comparado os anos de 2019 (4,6%) e 2020 (5,3%), o atual volume de vendas ainda se encontra 6,5% abaixo daquele registrado às vésperas da recessão em novembro de 2014. A projeção é que o setor supere plenamente a crise apenas em 2021.

Para atingir o crescimento esperado e previsto, será essencial que as empresas se adequem ao uso de tecnologia, mesmo que aos poucos. Confira abaixo seis dicas de especialistas sobre as áreas em que se pode investir este ano para acompanhar a onda de crescimento no setor:

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Digitalização do pequeno e médio negócio

A maior parte dos profissionais do setor varejista relaciona inovação com tecnologia, mas percebe essa conexão como algo muito distante da sua realidade, de difícil acesso e implementação. “Geralmente, a abertura de pequenos negócios é motivada por alguma demanda local pontual e/ou necessidade de empreender para suprir questões financeiras pessoais”, analisa Wagner Muller, CEO da Compufour Zuchetti, desenvolvedora de sistemas de gestão para micros e pequenos negócios. Para o executivo, são essas pessoas que tendem a deixar a importância do gerenciamento de lado, já que os empreendedores costumam acreditar que dominam todos os aspectos da empresa — e organizam tudo de cabeça, sem sistemas. “Infelizmente, acompanhamos uma quebra geral de negócios acostumados a trabalhar sem um mínimo de gestão e planejamento”, completa Muller.

 

Novas tecnologias de pagamento 

O mercado de meios de pagamento passou e está passando por mudanças após o surgimento da Covid-19 — entre os meses de janeiro e abril, o percentual de transações feitas por pessoas físicas em canais digitais aumentou 19%. Em muitos setores, a preocupação com a saúde continua crescendo — e para os estabelecimentos com grande fluxo de pessoas, como o varejo, as tecnologias de pagamento touchless, aquelas que não exigem contato humano ou quando ele é muito pequeno, são uma das melhores soluções para driblar o contágio. “O pagamento sem contato oferece aos consumidores uma forma de pagar mais segura e rápida, assim como mais controle sobre sua proximidade com outros clientes. Hoje, a adoção de novas formas de pagamentos acelerou como nunca antes, já que o distanciamento social não impacta somente as interações das pessoas entre si, mas também o contato com aparelhos compartilhados em público, como pontos de venda e balcões de checkout”, explica Eládio Isoppo, CEO da fintech de reconhecimento facial Payface

 

Inteligência artificial para o varejo

A pandemia fez explodir as compras online no Brasil em 2020. Durante a Black Friday, por exemplo, de acordo com levantamento do Itaú Unibanco, pela primeira vez o volume de compras online superou o feito em lojas físicas. Para retomar as vendas, o varejo físico precisa dar atenção à execução perfeita da estratégia de trade marketing. E, nesse contexto, o trabalho de promotores de venda se tornou ainda mais importante. Por isso, tecnologias que otimizam o dia a dia desses profissionais são tendência para 2021. Como explica o CPO da Involves, Pedro Galoppini, contar com recursos de inteligência artificial é decisivo. “A coleta de dados pode consumir muito tempo de promotores que ainda precisam atuar com reposição, exposição e relacionamento com gerentes de lojas. Com o uso de tecnologia de reconhecimento por imagem a captura das informações é otimizada e pode estar conectada à metodologia de Loja Perfeita, que mostra aos promotores o que precisa ser corrigido com mais agilidade”, explica. Além de beneficiar quem está no PDV, o reconhecimento por imagem garante dados precisos para que times internos tomem decisões baseadas em informações seguras.

 

Experiência completa no e-commerce 

Abrir um negócio próprio é um dos principais desejos do brasileiro, segundo o levantamento GEM/2018 realizado pelo Sebrae. Mas para tornar esse sonho realidade, é preciso preparação, disciplina e análise de perfil, com um planejamento que considere os objetivos pretendidos e análise de mercado. “Identificar as metas é um ponto de partida para tornar o negócio realidade. É essencial também que você saiba quais são os diferenciais do seu mercado com relação à concorrência, definindo o nicho em que irá atuar e sabendo posicionar a sua marca online, ainda mais em um momento como esse em que, apenas no primeiro semestre de 2020, o e-commerce teve crescimento de 47%”, afirma Ricardo Melo, gerente de marketing da HostGator, multinacional de hospedagem de sites. Ao avançar para o espaço digital, o empreendedor precisa estar atento. “É no site da sua empresa que as pessoas vão conhecer a sua marca e seus produtos. Então, verifique a disponibilidade do domínio que pretende utilizar e escolha a empresa de hospedagem levando em consideração não apenas as necessidades atuais do seu negócio, mas também onde pretende chegar, ou seja, é preciso que os planos oferecidos se adequem à sua perspectiva de crescimento”, considera Ricardo. A Hostgator disponibilizou, para quem busca aprender mais sobre vendas online, a plataforma de educação gratuita Collabplay que oferece cursos gratuitos sobre o tema.
 

 

Análise de dados para estratégias

A Harvard Business Review já confirmou que empresas que tomam decisões com base em dados têm mais chances de sucesso. No entanto, somente 5% dos varejistas entrevistados no mesmo estudo dizem se orientar nessas referências. “A análise de dados ajuda os comerciantes a entenderem melhor o mercado, os clientes e seus padrões de consumo, permitindo a criação de estratégias em vários níveis — ações de marketing certeiras, precificação adequada, redução de custos desnecessários, controle de estoque e assim por diante”, explica Guilherme Hernandez, CEO da Kyte, startup que oferece um aplicativo de vendas e gestão para autônomos e pequenos comerciantes. Além de informações básicas, como faturamento, volume de vendas e ticket médio, é fundamental ter conhecimento sobre as preferências dos clientes, meios de pagamento utilizados e produtos comercializados. “Hoje, já é possível contar com softwares e aplicativos que cruzam todos esses dados automaticamente e em tempo real, gerando relatórios estatísticos que permitem a realização de ações com base em dados confiáveis, e não em intuição”, reforça Hernandez.

 

Plataforma de gestão para centrais de negócios

Quando a tecnologia é aliada aos processos de gestão, os benefícios vão além da redução de custos. O ponto chave é a capacidade de analisar o todo, identificando carências e propondo melhorias que podem otimizar recursos, além de auxiliar na tomada de decisões. No caso das centrais de negócios — grupos de empresários que se unem para ganhar escala e obter melhores preços e maior competitividade nas compras — utilizar uma plataforma de gestão que concentre todos os dados dos associados, das compras e dos fornecedores é um grande diferencial.  “Esse tipo de tecnologia pode concentrar todas as informações da central, como: o monitoramento das compras integradas (passando pelo processo de cotação, negociação com fornecedores e entrega), análise do financeiro, comunicação e engajamento dos associados. Também é possível minimizar os erros, aumentar a produtividade e permitir a mensuração dos resultados — através do cruzamento feito com dados salvos, gerando informações estratégicas para decisões assertivas”, comenta Jonatan da Costa, CEO da Área Central.

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