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Setor de mídia e comunicações do Brasil entrou para o grupo dos Top 30 no Soft Power Index 2021
04 de Março de 2021

Setor de mídia e comunicações do Brasil entrou para o grupo dos Top 30 no Soft Power Index 2021

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Do MediaTalks by J&Cia

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  • Alemanha desbanca EUA, assume como superpotência de soft power e tem a líder mais respeitada do mundo
  • Brasil permanece à frente na América Latina, mas é o único líder regional que perdeu pontos em relação ao ano anterior
  • Setor de mídia e comunicações do Brasil subiu do 38º para o 29º posto no mundo, refletindo a qualidade do setor no ano em que a pandemia elevou a importância do jornalismo profissional

 

O Brasil caiu seis posições e deixou de figurar entre os Top 30 do Índice Global de Soft Power, a pesquisa mais abrangente sobre o poder de cada país de influenciar de acordo com seus interesses a atuação dos demais, utilizando-se de recursos como cultura, valores, comércio e relações internacionais. É o oposto do hard power, forma de chegar aos mesmos objetivos por meios menos sutis, como o poder militar, por exemplo. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (25/2) em Londres pela Brand Finance, maior consultoria global de avaliação de marcas.

O país ficou na 35ª posição entre os 105 países avaliados. Em relação ao ano passado, quando o estudo abrangeu 60 países, o Brasil foi ultrapassado por Qatar (26º), Turquia (27º), Grécia (31º), Tailândia (33º) e Egito (34º). Também ficaram à frente Islândia (30º) e Luxemburgo (32º), que entraram na lista este ano.

O Brasil só superou a Índia, que caiu nove posições e aparece colada em 36º lugar.

Após um ano definido por lockdowns, restrições a viagens e medidas de distanciamento social, o estudo ressalta que as percepções de soft power foram significativamente influenciadas pela atuação das nações em relação à pandemia.

Os países mais bem-sucedidos aumentaram seu índice. Não à toa a Nova Zelândia foi a que adicionou mais pontos (5,9) ao seu resultado.

Pandemia passou a contar para o ranking 
Por outro lado, a maioria dos 13 países que perderam pontos em relação ao ano passado foi castigada pela má percepção de sua gestão da pandemia, entre eles o Brasil. O país perdeu 1,3 ponto e ficou com 38,1 de 100 possíveis. Os resultados específicos dessa categoria, na qual o Brasil ficou com a segunda pior percepção global da gestão da Covid,já tinham sido divulgados previamente em dezembro.

Colaboraram para essa má percepção da gestão da pandemia os ataques à imprensa feitos pelo presidente Bolsonaro, que tornou-se objeto de uma campanha global lançada no dia 22 de fevereiro pela organização Repórteres sem Fronteiras denunciando esse comportamento.

Os Estados Unidos foram os que mais perderam pontos (11,2) e os que tiveram o pior índice do mundo na percepção da gestão da Covid, métrica incorporada à pesquisa neste ano. Outras perdas significativas foram as da China (4,4), Índia e Reino Unido (3,9) e França (3,2).

 

Quase 76 mil entrevistados em 53 idiomas
No final de 2020, duas pesquisas online foram realizadas. A primeira, com 90% de peso no resultado, ouviu  75 mil pessoas de 102 países com idade variando de 18 a 75 anos, de acordo com os perfis de cada população. Os 30 países considerados mais importantes, incluindo o Brasil, têm tamanhos  maiores de amostra. Também foram ouvidos 778 especialistas de 47 países, representando categorias identificadas como alvos e canais de soft power, incluindo líderes empresariais, acadêmicos, jornalistas e ONGs.

Cada entrevistado era apresentado a um conjunto de nações e falava sobre a familiaridade que tinha com cada um deles. Para os países que conhecia, era solicitada uma avaliação sobre a reputação, a eficácia de sua gestão da pandemia, a influência exercida sobre seu país e no cenário mundial e seu desempenho nos sete pilares do soft power para exercer essa influência: cultura (filmes e séries, por exemplo), negócios e comércio (como marcas e produtos desejados), governança (liderança política), relações internacionais (poder em organismos multilaterais), media e comunicação (veículos e divulgação influentes), educação e ciência (liderança em tecnologia e inovação) e pessoas e valores (modelo inspiracional).

 

Brasil ganha pontos em sete das dez categorias
Das categorias pesquisadas no ano passado, o Brasil ganhou pontos em sete e ficou com o mesmo índice em uma (familiaridade). Perdeu pontos em Cultura e em Governança, o que fez esta última despencar da 40ª para a 58ª posição.

A única categoria em que o Brasil ficou entre os Top 10 foi a de Cultura, na 8ª posição, a mesma do ano passado. O País ficou entre os Top 30 em Familiaridade (12º, subindo uma posição), Pessoas e Valores (19º, subindo sete posições), Influência (22º, caindo uma posição), Reputação (27º, subindo cinco posições), Mídia e Comunicação (29º, subindo nove posições) e Comércio (30º, subindo cinco posições). As de pior avaliação foram Relações Internacionais (33º, subindo quatro posições), Educação e Ciência (37º, caindo duas posições) e Governança (58º, caindo 18 posições), além da gestão da Covid. Os índices destas duas últimas foram os que mais contribuíram para o rebaixamento do país no ranking.

Todos os países líderes regionais, à exceção do Brasil, melhoraram seus índices em relação ao ano passado: Alemanha (Europa), Japão (Ásia), Canadá (América do Norte), Austrália (Oceania), Emirados Árabes Unidos (Oriente Médio e África setentrional) e África do Sul (África Meridional).

O Brasil manteve-se como a maior potência de soft power da região da América Latina e Caribe, mas viu a diferença para o segundo colocado diminuir.

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