Cannes Lions orienta jurados a não reconhecerem trabalhos que objetificam as mulheres
06 de Fevereiro de 2017

Cannes Lions orienta jurados a não reconhecerem trabalhos que objetificam as mulheres

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O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions anunciou que vai advertir os jurados para que eles não reconheçam trabalhos que refletem preconceito de gênero. De acordo com o AdAge, durante o briefing, antes de julgar as campanhas, o festival vai orientar argumentando que “o trabalho que objetiva, perpetua as desigualdades negativas e nocivas e os preconceitos de gênero prejudicam a todos”.

“O critério para saber se uma inscrição promove a objetificação ou o preconceito de gênero é a empatia. Use seu coraçao e sua mente para determinar se a inscrição é aceitável para você. E se a pessoa retratada na imagem ou no texto fosse você? Ou sua filha ou filho, irmã, pai, mãe… você se sentiria bem com essa representação? Você acredita que eles estão sendo tratados como um tudo, humanos e iguais, e como você gostaria de ser tratado?”, destaca o festival.

A nova orientação surgiu em meio a uma conversa sobre igualdade sexual e o viés de gênero na publicidade. E é resultado de uma petição no ano passado da CCO da Badger & Winter, Madonna Badger, que, com sua inicitiva #WomenNotObjects, arrecadou mais de 1000 assinaturas e ajudou a aumentar a conversa sobre gêneros. De acordo com Philip Thomas, CEO da Ascential Events do Cannes Lions e, presidente-executivo do festival por aproximadamente 10 anos, o novo critério vou organizado em parceria com Badger. “Ela é uma figura muito respeitada pelo trabalho que fez e pela posição que assumiu na indústria, por isso conversamos sobre a melhor maneira de posicionar isso e trazê-lo à atenção das pessoas”, destacou ao site. Segundo ele, quando viu uma das apresentações ‘#WomenNotObjects’ de Badger, ficou espantado com a forma que os anúncios dos anos 50 costumavam mostrar as mulheres nuas para vender cigarros e como as marcas hoje em dia usam a mesma mentalidade para venderem sapatos.

O critério pode futuramente se tornar uma regra, como a nº3b, que diz que a Ascential tem o direito de recusar inscrições que “ofendam sentimentos nacionais, sentimentos religiosos ou gosto público”. Philip espera que a indústria se torne mais consciente, sendo desnecessária a criação da regra.