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A queda do PIB Brasil e as previsões para o mercado financeiro
05 de Março de 2021

A queda do PIB Brasil e as previsões para o mercado financeiro

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Por Coluna Economia 05 de Março de 2021 | Atualizado 05 de Março de 2021

 

por Renato dos Reis*

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Com a pandemia, o PIB Brasileiro em 2020 teve a pior queda dos últimos 24 anos, desde o inicio da série histórica em 1996. Recuou 4,1% e interrompeu um crescimento de 4,6% entre 2017 e 2019. Com isso, o País encerrou o ano com um crescimento de pouco mais de 10% de PIB na ultima década. Mas nem tudo são más notícias.

Das 10 principais economias do mundo, o PIB brasileiro teve a terceira melhor performance –  se é que da pra chamar de melhor. Ficou atrás apenas da China (+2,3%) e dos EUA (-2,3%). O setor com melhor desempenho nacional foi o agronegócio, que deve ser destaque também em 2021.

Claro que 2020 foi atípico: registrou a maior pandemia viral desde o aparecimento da H1N1, em 2009/2010, e a descoberta da AIDS, no início da década de 1980. A H1N1 acabou se mostrando uma doença com alta transmissibilidade, porém, com taxa de mortalidade baixa (0,02%). Já a AIDS, segundo a UNAIDS (Programa da ONU para combate a HIV/Aids) ceifou a vida de 32 milhões de pessoas.

 

Previsão do PIB para 2021

A previsão do mercado para o PIB de 2021 é de crescimento de 3,29%, de acordo com o boletim FOCUS (1º/03), podendo chegar a 5% caso o Executivo e o Legislativo trabalhem bem para avançar as reformas e as privatizações. Sobre isso, em entrevista à Jovem Pan, o ministro Paulo Guedes disse que é preciso fazer o dever de casa porque “não temos mais tempo para postergar as reformas. Precisamos desse esforço para avançar”.

 

Foco na vacinação

O momento é de foco na vacinação em massa para tentarmos voltar à vida normal o quanto antes – se é que algo será “normal” depois de tudo isso. Se a população estiver vacinada, a boa notícia é que podemos passar por um momento de celebração da vida, as pessoas voltarão a viajar, conhecer novos lugares e realmente celebrar a liberdade, que já está restrita há 12 meses. Isso deve impulsionar a economia global nos colocando em um novo ciclo de crescimento. Estamos quase lá. O pior já passou.

Fevereiro não deixa saudades

Fevereiro não vai deixar saudades para os investidores. Preocupações já conhecidas trouxeram de volta o pessimismo nos mercados. Na última semana do mês, o índice Ibovespa amargou um tombo de -7,1%, o que resultou em queda acumulada de 4,37% no mês. O índice recuou para a casa dos 110 mil pontos. Este foi o pior desempenho mensal desde outubro de 2020. Foi um mês em que vimos uma forte saída de investidores estrangeiros, cujas vendas de suas posições superaram em quase R$ 5 bilhões em relação ao volume de compras. O mês até começou embalado com as eleições do Legislativo – quando candidatos aliados de Bolsonaro levaram a melhor – trazendo a ideia de que as reformas e as privatizações pudessem daqui para frente ter um caminho facilitado.

Mas as preocupações em torno da dívida fiscal foram ganhando peso ao longo do mês com a crescente discussão sobre a aprovação de uma nova rodada de auxílio emergencial sem que o governo deixasse claro alguma intenção de contrapartida, ou seja, de corte de gastos.

No fim, ainda vimos algo que sempre traz muita tensão e medo para o mercado: a interferência política em estatais. Além disso, a movimentação no mercado internacional, os títulos do tesouro norte-americano de 10 anos sofreram aumento nos prêmios devido a uma percepção de mercado de que a inflação por lá pode vir mais forte do que o banco central americano está esperando.

Uma mudança de política monetária inesperada nos EUA pode trazer ainda mais volatilidade para o mercado de ações aqui e lá fora, pois, com este fator, investidores podem migrar recursos da renda variável para algo mais seguro. O custo para financiamento de dívidas das empresas, por consequência, também sofrerá um aumento, impactando principalmente o setor de tecnologia.


* Renato dos Reis – 
Sócio e assessor na Siglo Investimentos. Graduado em Ciências Econômicas pela Univille e tem MBA Private Bank pelo IBMEC.  Possui Ancord, PQO e CPA20 como certificações atuando como assessor de investimentos desde 2009, especialista focado em educação financeira, blindagem patrimonial e planejamento sucessório, atualmente se desenvolvendo na área de economia comportamental.

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