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Coluna Eduardo Boechat | Primeiros dias de 2022 dão uma amostra do que pode ser o ano
11 de Janeiro de 2022

Coluna Eduardo Boechat | Primeiros dias de 2022 dão uma amostra do que pode ser o ano

O que acontece nos EUA é muito importante para o seu presente e futuro.

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Por Eduardo Boechat 11 de Janeiro de 2022 | Atualizado 11 de Janeiro de 2022

Feliz 2022 a todos!!! Muita saúde e alegria!!!

Espero que todos tenham aproveitado para descansar. Pelos primeiros pregões do ano, os desafios serão enormes e já prometem muitas emoções.

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No Brasil, seguimos com mais do mesmo. O governo com dificuldades para conter gastos, com demandas generalizadas, seja de aumento de salários por parte do funcionalismo, seja por parte do Congresso por mais emendas, seja pela pressão natural de ano de eleições. Tudo isso tem um componente inflacionário importante, que pode forçar o Banco Central a subir mais os juros, estagnando a economia. Além disso, de novo, um ingrediente que não víamos desde 2002. Medo de um governo do PT. Ainda acho que não teremos uma crise tão grande como tivemos em 2002, mas o mercado tende a ficar mais arisco a cada comentário vindo das lideranças do atual líder das pesquisas. E as declarações iniciais não têm sido das melhores, sob o ponto de vista do mercado financeiro. Fim do Teto dos Gastos, anulação da reforma trabalhista, … Vamos acompanhar mais de perto o que está por vir nos próximos meses.

Se não bastassem as nossas agruras, temos mais um ponto de interrogação vindo das economias mais importantes, principalmente EUA: o fim dos estímulos monetários e fiscais. O Banco Central americano, no meio da crise da Covid, instituiu algumas medidas como:

  1. Juros próximos de 0%;
  2. Recompra de títulos públicos e privados, injetando dinheiro na economia via sistema financeiro;
  3. Pagamento de auxílio para desempregados.

Como era de se esperar, essas medidas estão sendo revertidas aos poucos. O primeiro passo foi o fim (ou, pelo menos, a diminuição) do pagamento de auxílios.

O segundo passo seria o fim das recompras de títulos. Essas recompras injetaram trilhões de dólares na economia, inflando valores de ativos e gerando inflação, não somente nos EUA, mas no mundo todo, já que os mercados se comunicam. A esse fim das recompras de títulos se deu o nome de “tapering”. O mercado viveu a expectativa de que teria dinheiro barato por bastante tempo, o que forçou para cima os preços das ações, imóveis e até criptomoedas. Na sua última reunião, o Banco Central americano, finalmente, chegou a conclusão que era muito estímulo, para uma economia que já trabalha acima do seu potencial de crescimento (PIB esperado para os EUA entre 3 e 4% nesse ano nesse ano) e com desemprego voltando para níveis muito baixos, perto de 4%. Resumindo, pela ata da última reunião do Banco Central americano, até Março acaba.

O terceiro passo para conter a inflação por lá é um passo mais óbvio: subir juros. Qual será o tamanho da necessidade de alta dos juros para reverter a inflação? Em quanto tempo a inflação voltará a patamares mais controlados? Perguntas que teremos que responder nos próximos meses. Porém, uma coisa é certa. Quanto maior for a alta dos juros americanos, maior será o trauma nas economias emergentes. E isso é bastante intuitivo. Se o investidor tiver um título do governo americano pagando 5% ao ano, qual seria o nível de taxas de juros que ele aceitaria para investir em títulos do governo brasileiro? Uns 8%? Talvez 10% ou 12%? E para investir em um negócio no Brasil? Qual seria a expectativa de retorno? Uns 15% ou 20%? Talvez mais. Assim, somente investimentos que gerem um grande retorno sairão do papel. E sabemos que não temos projetos assim todos os dias.

O mundo é dinâmico. Temos fatos novos todas as semanas. Deixo o convite para vocês assistirem ao meu programa semanal no YouTube da Activ Trades Portugal. O programa se chama “Em Busca do Swing Perfeito”, em referência ao swing trade no mercado financeiro e ao swing do golf, esporte que gosto de praticar. Lá comento todos esses fatos semanais e faço projeções para as semanas à frente. Deixem comentários, perguntas, sugestões. Vamos fazer juntos um espaço em que possamos discutir idéias e alternativas para o Brasil, além de comentar operações que possam ser lucrativas.

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