por André Krummenauer*
Grande parte dos gestores que conheço têm os olhares voltados para o bem-estar dos seus colaboradores e receber o selo de Melhor Empresa para Trabalhar está entre as metas mais almejadas. Mas para atingir esse objetivo é necessário ir além de ações motivacionais. Muitas empresas estabelecem boas práticas de gestão de pessoas, que são fundamentais. Porém, mais importante do que isso, é criar uma atmosfera em que cada colaborador possa ser ele mesmo, capturando a essência das pessoas e permitindo que elas possam ser verdadeiras no que estão construindo com o seu trabalho. Recente pesquisa da Dale Carnegie Training que avaliou mais de 3.300 profissionais de 14 países, incluindo o Brasil, comprova isso. Segundo o levantamento, 85% dos empregados disseram ser muito importante que o líder demonstre valorizar seu trabalho sinceramente, mas apenas 49% dizem que os respectivos chefes mostram isso regularmente. Além disso, 84% dizem ser importante que o chefe ouça suas opiniões, mas apenas 49% avaliam que o supervisor demonstra isso constantemente.
Recentemente, nossa empresa conquistou o primeiro lugar no ranking da Great Place to Work (GPTW) Brasil, como melhor empresa de pequeno porte (até 99 funcionários) para trabalhar no país, no segmento de Tecnologia de Informação. Alguns fatores nos levaram para a conquista desta premiação. Temos uma cultura organizacional muito forte e gerenciada com a participação de todos: colocamos os elementos de cultura constantemente em debates envolvendo pessoas de todos os times. Valorizamos o “Eu Sendo Eu”, pois acreditamos que só desta forma teremos pessoas realmente por inteiro e dando o melhor de si. E esse clima realmente especial e de muita amizade, mais do que coisas tangíveis, foi o que nos trouxe esse reconhecimento da GPTW.
É claro que a empresa também conta com práticas significativas de gestão de pessoas como o Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PPLR); a avaliação semestral de desempenho, chamada de Metamorfose Ambulante (em referência à música de Raul Seixas, já que música é um dos valores da Involves); a Sabatina, que é a última etapa do processo seletivo, em que os colaboradores, sem distinções por hierarquia, são convidados a avaliar os três finalistas para a vaga em aberto do ponto de vista da cultura da empresa; e as Cíclicas, que são reuniões trimestrais para conectar todo o time emocionalmente, desenvolvendo o espírito do funcionário, e alinhar os objetivos de todo o time.
Também desenvolvemos uma série de atividades para reter talentos com foco na qualidade de vida, que vão desde horários flexíveis até o incentivo do consumo de frutas e momentos de relaxamento (com instrumentos musicais, jogos de tabuleiro e videogame) no ambiente de trabalho. Conciliando a necessidade de manter a cultura organizacional alinhada e ainda integrar e motivar os times, criou o Processo de Involvimento, destinado a receber os novos colaboradores, e os Programas de Involvimento, atividades de lazer em grupo e qualidade de vida, que vão desde massagem, até rafting, cinema e futebol. Dedicamos mensalmente parte do orçamento para viabilizar as atividades escolhidas por cada colaborador, por acreditar que o retorno é positivo também para a empresa.
Acreditamos que desta forma conseguimos manter um time realmente “Involvido” e reter talentos que estão conectados com os valores da empresa, tendo como objetivo o desenvolvimento profissional junto conosco. Instituições que fazem este movimento interno só têm a ganhar e a tendência é de crescimento mútuo e contínuo.
* André Krummenauer, co-fundador e administrador da Involves