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SÉRIE “Os desafios e o legado da pandemia”, com Richard Oliveira, CEO da Unimed Grande Florianópolis
05 de Outubro de 2020

SÉRIE “Os desafios e o legado da pandemia”, com Richard Oliveira, CEO da Unimed Grande Florianópolis

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Com o objetivo de trazer aos nossos leitores a visão de empresários e dirigentes de empresas e entidades sediadas em Santa Catarina sobre os 6 meses de pandemia e as consequências dela no mercado, estamos apresentando a Série “Os desafios e o legado da pandemia”. Com artigos inéditos, os convidados compartilham as consequências da pandemia no mercado em que atuam, na empresa, no consumidor, refletindo sobre os impactos, os desafios, a superação, o momento atual, a preparação da empresa para o futuro, legado e tendências.

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No capítulo de hoje, o artigo do CEO da Unimed Grande Florianópolis, Richard Oliveira. aborda a Gestão humanizada. Confira: 

 

Ao observar o contexto geral, percebo que a crise causada pelo novo coronavírus veio para acentuar a necessidade das empresas serem ágeis e flexíveis nas tomadas de decisões. É verdade que comparado há meses atrás, o consumo e o movimento de pessoas nas cidades aumentaram, mas ainda não na velocidade do cenário pré-pandemia. Para a sustentabilidade de uma empresa, seja em períodos de retração ou de favorável cenário econômico, é importante sempre manter revisados os custos e renegociar os contratos. Reestruturar o patrimônio, agir com rigor sob desperdícios e apostar em tecnologias que otimizam o tempo e contribuem para respostas mais rápidas também devem ser considerados.

A tecnologia aplicada à gestão, por exemplo, ganhou diversos avanços nos últimos anos, de modo a existirem inteligências artificiais que colaboram nas decisões do gestor. 

Hoje, a tecnologia é a soma de mentes brilhantes, e diferente do que muitos imaginam, de que ela veio para substituir o ser humano, alguns exemplos facilmente demonstram que a tecnologia, em sua versão humanizada, une-se às pessoas para gerar soluções e resultados. Na saúde, por exemplo, inteligências artificiais monitoram os sinais vitais de pacientes a cada 4 segundos, partindo de uma velocidade pela qual equipes médicas, embora as mais eficientes, não conseguiriam aproximar-se.

Outro contexto que exemplifica a aplicação de tecnologias na gestão das empresas, sejam elas da área da saúde ou não, são aquelas por trás de machine learning (aprendizado de máquina) e process mining para um modelo derivado dos dados. Tratam-se de soluções chaves que permitem aos gestores identificar em questão de horas ou poucos dias gargalos e inconformidades nos processos internos, e que levariam meses para serem identificados sem a ajuda desses sistemas.

É certo que vivemos cada dia mais em um mundo de incertezas e volatilidade. Nos anos 80, com o aumento do uso de computadores pessoais, as organizações começaram suas jornadas digitalizando de forma tímida processo, produto ou serviço, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a produtividade. Esse foi o cenário que fez iniciar a Transformação Digital, seguida com mais regularidade ao longo dos anos 90 e 2000.

Partindo de um consumidor cada vez mais conectado, as empresas se viram obrigadas a investirem nas equipes digitais, dando início a  uma nova era e a um novo formato de fazer negócios simplificados contra a burocracia. No meio desse caminho, outras organizações já nasceram digitais, com a vantagem de dialogarem com esse consumidor com maior habilidade.

Levar uma empresa analógica para o digital é uma tarefa árdua e o percurso é geralmente longo. Em uma pesquisa de 2019, da Harvard Business Review feita com os principais CEOs globais, foi constatado que apenas 30% das empresas analógicas conseguiram implementar com sucesso a transformação digital. Mas ela não está sozinha: somada à modernidade dos processos, uma empresa não sobrevive sem inovação, razão pela qual instituir uma área específica de Open Innovation é fundamental para encontrar soluções à frente dos entraves, bem como provocar uma mudança de cultura organizacional, quando essa não absorve os caminhos da modernidade. Se antes, a empresa levava dias, semanas ou meses para apresentar uma saída ou resolver um problema, a inovação chegou para encurtar jornadas. Para isso, não basta a máquina ser veloz e a tecnologia ser avançada, as empresas precisam de pessoas que propaguem a cultura, sem perder a humanização dos processos e do convívio com o cliente. 

O aspecto humanizado, inclusive, é o que diferencia a forma como empresas se comportam à frente de seus desafios. Herdamos da década de 90 uma visão de gestão voltada ao resultado. Mas, à medida que o tempo passou, a liderança humanizada ganhou propósito e a empatia dos gestores. Ao contrário do rendimento/lucro que favorece apenas um grupo, o modelo de gestão voltada para as pessoas beneficia todas as partes ao redor da organização, sejam colaboradores, associados, clientes, prestadores e a comunidade em geral. 

Em linhas gerais, as empresas passam por transformações constantes, dada a volatilidade dos cenários econômicos, sociais e tecnológicos pelos quais vivemos. Ao certo, é que as organizações consolidam-se no mercado a partir de expectativas bem configuradas, performance e, principalmente, pessoas. Conhecer os principais traços da empresa, aliando tecnologia, inovação e comportamento humanizado faz despertar a consciência do ser e do estar aqui, e agora, como faz gerar o propósito da existência, elemento imprescindível para uma empresa ser lembrada, desejada e respeitada.

Richard Oliveira é CEO da Unimed Grande Florianópolis. Instituiu na cooperativa médica de Florianópolis a área de Open Innovation para despertar a mudança de cultura nos 1,2 mil colaboradores. Também foi o responsável por criar um hub de inovação e liderou o processo de transformação digital pela qual a cooperativa está passando. 

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