por Luiz Salomão Ribas Gomez*
Os pesquisadores de outras especialidades – a biologia e a genética, por exemplo – têm condições e conhecimento para detalhar as milhares de pequenas adaptações sofridas pelos homens desde a vida nas cavernas até os dias de hoje. No momento, interessa a mim apenas destacar uma constatação que os cientistas fizeram ao estudar a jornada do bicho homem sobre a terra: a criatividade foi essencial para que o homo sapiens – nós – superasse outros primatas na corrida evolutiva. A capacidade de abstração, de pensar o futuro e de criar soluções para problemas antecipados pela imaginação nos tornaram quase insuperáveis.
Infelizmente, porém, durante séculos desenvolvemos ferramentas e métodos próprios para controlar e cercear nossa própria capacidade criativa. A escola do passado, que felizmente está sendo revista e transformada em um processo lento, mas contínuo, tinha como mola mestra o combate à liberdade criativa típica de crianças de qualquer cultura. O resultado desse processo foi a perda de incontáveis mentes criativas. As soluções disruptivas e inovadoras ficaram então nas mãos de “gênios” – a bem da verdade, homens e mulheres que muitas vezes não têm nada de excepcional além da capacidade de manter vivas a inquietação e a velha chama criativa dos primeiros anos de vida.
Mas para transformarem a realidade que os cerca, esses indivíduos tiveram que ir além. Eles precisaram dar um sentido à própria criatividade, transformando ideias em conceitos ou produtos que gerassem algum benefício objetivo: financeiro, tecnológico, emocional, ambiental ou social.
Santa Catarina tem uma rede de apoio aos individuos que pretendem desenvolver projetos de economia criativa. Nas 19 unidades do Cocreation Lab espalhadas por todo o estado, trabalhamos com metodologia que ajuda a destravar gatilhos criativos. Também criamos um ambiente de convívio que estimula parcerias e a cooperação necessária para transformar ideias em projetos viáveis e oferecemos mentorias de profissionais que podem ajudar os criativos a aperfeiçoar suas iniciativas. A intenção é fortalecer todo o setor da economia criativa catarinense, ferramenta importante para a geração de empregos e desenvolvimento.
Agora, interessados em participar dessa jornada podem se inscrever na segunda edição do Programa Nascer, lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE). Realizado em parceria com o Sebrae/SC o projeto garante pré-incubação gratuita com mentorias, palestras, workshops, é ajuda a criar uma rede de contatos entre os participantes, que depois poderá viabilizar a abertura da empresa. As inscrições podem ser feitas diretamente no site da fundação www.fapesc.sc.gov.br até 30 de junho.
* Luiz Salomão Ribas Gomez é professor e idealizador do Cocreation Lab.
