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ENTREVISTA: Juliana Pippi, arquiteta de interiores, fala sobre a expressão da individualidade no setor
06 de Dezembro de 2013

ENTREVISTA: Juliana Pippi, arquiteta de interiores, fala sobre a expressão da individualidade no setor

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Juliana Pippi é um dos nomes mais fortes, hoje, no mercado de arquitetura de interiores do Estado. Já marcou sua assinatura nos principais eventos de decoração catarinenses, como Mostra Casa Nova e Casa Cor. Coleciona vários prêmios Brasil afora, entre eles o International Property Awards, que recebe nesta sexta-feira  (06), em Londres (Inglaterra), em duas categorias: Public Service Interior e Interior Design Show Home. Mais do que um estilo de vida, a arquitetura de interiores, na opinião dela, reflete a vontade de expressar a individualidade num mundo que estimula a cultura do igual.

 

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Acontecendo Aqui – O mercado de arquitetura de interiores se desenvolveu muito nos últimos anos em Florianópolis, cresceu substancialmente. Qual os faores que levam a este panorama atual?

Juliana Pippi: Acredito que hoje as pessoas estão mais atentas ao seu bem-estar e sua qualidade de vida. Além disso, com a globalização e a proliferação dos “modelos de ser/ter”, a casa se transformou num refúgio seguro, que remete à ideia de “ninho”, um espaço de autenticidade que conforta e acolhe.

 

AAqui – Antes considerada uma consultoria para poucos, o serviço prestado por um profissional de arquitetura está mais acessível. Qual a mudança que abriu o mercado para os diversos públicos?

J.P. – Aposto em dois fatores: primeiro com mais profissionais no mercado a demanda de serviço aumentou igualando também a  concorrência. Em muitos casos os valores cobrados diminuíram e muitas pessoas hoje têm acesso.  A outra é relacionada a necessidade de contratar um profissional para essa área, que reflete na busca por segurança e profissionalismo na execução de projeto bem planejado. Destaco também nos últimos anos a importância que o próprio profissional conquistou no mercado de interiores e novamente elejo a palavra segurança na execução dos projetos de vida dos clientes como resposta deste comportamento.

 

AAqui – Como funciona o trabalho de arquitetura de interiores?

J.P. – A boa execução do projeto é a parte mais importante. O que adianta um projeto em um papel se ele não é colocado em prática? Além do desenvolvimento de projetos personalizados um escritório de arquitetura tem inúmeras atribuições: pesquisa de tendências, pesquisa de valores, orçamento, pesquisa sobre mão-de-obra qualificada, fiscalização da execução do projeto, responsabilidade social com o entulho produzido pela obra, responsabilidade civil sobre o projeto, consultorias. São inúmeras as atividades.

 

AAqui – Qual a estratégia de posicionamento do escritório, hoje entre as referências que despontam no setor?

J.P. – Não existe uma estratégia e sim uma metodologia de trabalho. A cumplicidade entre cliente e arquiteta é o que considero o mais importante desta relação. Gosto de fazer o cliente participar de todas as etapas de projeto e escolhas. As palavra exclusividade e agilidadelideram a ordem para nosso escritório priorizando projetos sempre muito personalizados em design, função e custos com o objetivo de que o cliente consiga executá-lo, como o planejado. Agilidade nas respostas ao cliente, nas modificações dos projetos, nas cobranças dos fornecedores, pois o mercado exige que sejamos cada vez melhores e mais rápidos em tudo.

 

AAqui – Qual o saldo do ano do escritório, qual o tamanho desejado e a estrutura de hoje?

J.P. – Nosso objetivo não é quantitativo, mas qualidade. E nosso crescimento anual está baseado nesta ordem. Asssumimos projetos mais desafiadores, em maiores escalas, atendendo clientes de alto poder aquisitivo e também mais exigentes. Temos uma estrutura enxuta com sete profissionais- financeiro/administrativo e uma equipe formada por seis arquitetas. Estou no tamanho desejado, porém sempre buscando a qualificação individual de cada profissional. Não pretendo “crescer” no sentido de quantidade de pessoas, pois sei que esse crescimento me distanciaria das criações e projetos e isso afetaria minha relação com os clientes. Procuro manter, muito de perto, minha relação com os clientes e isso exige tempo.

Juliana e Equipe. Juliana e Equipe.

AAqui – O Prêmio International Property Awards destaca dois de seus projetos no reconhecimento global. Está nos planos expandir participação do escritório para outras partes do mundo?

J.P. – Sim, nos últimos três anos estamos atendendo uma demanda de projetos nacionalmente e já trabalhamos para estrangeiros no Brasil.  Pretendemos cada vez mais oferecer nosso trabalho para esse público que hoje é muito interessado em design brasileiro.

 

AAqui –  Como se comporta o mercado de luxo na decoração?

J.P. – Hoje o luxo tem um conceito mais abrangente. Não significa mais lustres de cristal, itens caros e etc. Hoje o luxo está mais associado a qualidade do mobiliário, exclusividade no desenho e também ao conforto. Acho que a classe B também está voltando seus olhos para o novo conceito de luxo.  É claro que existe um mercado do luxo que atende milionários, mas todos acabam procurando as mesmas qualidades: conforto, praticidade e exclusividade.

 

AAqui – Como funcionam as estratégias de marketing nas ações do escritório?

J.P. – Há três anos conto com assessoria de comunicação que cuida de toda a parte de marketing, publicações e mídia. Já participei de nove mostras de decoração e pra mim é muito importante esse tipo de ação, pois posso expor novas ideias e girar novos fornecedores. Mas acredito muito na força do dito popular: nada melhor do que a propaganda “boca a boca“!

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