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Entrevista com a Designer de Interiores Ana Campos
28 de Fevereiro de 2014

Entrevista com a Designer de Interiores Ana Campos

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Ana Campos-2.O AcontecendoAqui tomou a liberdade de explorar um outro universo do design: o ambiente da Designer de Interiores Ana Campos. Seu trabalho consiste em organizar e planejar espaços, combinando variados elementos em um mesmo local. Harmonizar, conciliar, dar leveza, conforto e praticidade aos clientes é sempre seu principal objetivo. Ana viu sua carreira se firmar após o nascimento dos filhos e dedicação plena ao trabalho. Criou um escritório e a partir dai conquistou clientes. Conheça um pouco mais sobre essa designer que atua no mercado de Florianópolis.

 

AcontecendoAqui: Como você se define profissionalmente?

Ana Campos: Explorar, sem afetação, as possibilidades do décor, a funcionalidade na criação dos projetos, é o que priorizo como designer de interiores. O foco é sempre transformar os espaços de forma arrojada, através de uma linguagem bem contemporânea, preservando sempre a essência do morador. Livre na combinação de estilos, o ecletismo e a versatilidade são qualidades presentes no seu modo de projetar.

 

AAqui: Quem é Ana Campos?

AC: Formada em administração pela ESAG – UDESC, em  1999, Ana Campos  atuou em várias empresas como IBAMA, Telesc, Fundação Esag, BBC. Toda a experiência adquirida como administradora é usada na condução do seu novo posicionamento no mercado. Após uma pausa para a maternidade decidiu retomar a carreira e resgatar um sonho antigo: se dedicar ao mercado de decoração. Sem medo de recomeçar, a administradora foi estudar design de interiores no Centro de Artes e Designer. Formada há dois anos, Ana estruturou seu escritório em Florianópolis e comanda uma equipe enxuta formada por dois arquitetos. No portfólio constam projetos importantes em São Paulo, Florianópolis e a participação no anuário da Casa Vogue 2014, uma estratégia para apresentar seu escritório ao mercado nacional.

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AAqui: O que a fez escolher esta profissão?

AC: Num dado momento descobri minha verdadeira vocação: a decoração de interiores, ou melhor, dar vida aos sonhos das pessoas e transformá-los em realidade. Acabei sintonizando minhas duas formações: como administradora e designer. A experiência administrativa me trouxe um grande diferencial no mercado: gerenciar a execução de projetos exige planejamento e relacionamento, assim como tocar a própria administração do negócio. Estamos lidando com a expectativa de habitar das pessoas, com a organização de vida, privacidade e desejo. É uma parte que demanda uma atuação cuidadosa e próxima. Ao mesmo tempo o projeto corre com o trabalho conjunto com fornecedores, obras e demais profissionais envolvidos. O processo deve ser tão importante quanto o resultado final, tudo é experiência e somos movidos a buscar boas experiências e projetos de vida.

 

AAqui: Qual a importância de um designer de interiores para empresas e pessoas?

AC: É um profissional que pode ajudar no estudo de identidade, de aproximação com o cliente. Como disse anteriormente, o trabalho se baseia em experiência. Criar territórios carregados de informações – selecionados de acordo com o objetivo do trabalho, perfil do público – que tragam a sensação de aproximação com o consumidor,  de vínculo  e conectados espacialmente ao conceito da marca. É só pensar em algumas delas e no universo criado para despertar esse desejo, empatia, esse valor.  O projeto de interiores atinge variados objetivos, é só pensar nas grandes redes de fast food e observar como as características são trabalhadas – desde a escolha do mobiliário até as cores nas paredes, piso. Neste caso não é um lugar de permanência longa, o projeto dá o seu recado e dita seu uso.

Já falando de pessoas, a questão do “nosso espaço” é recorrente. É uma conquista e por isso, o se expressar no modo de vida é tão importante, tem a ver com se conhecer, se estudar, se observar, se assumir. Selecionar as referências que têm sentido para a sua história, organizar seu estilo de vida, priorizar certas qualidades e hábitos, apreços. O valor da nossa casa, do nosso escritório, da cara do nosso negócio, do que queremos externar como cuidado para os clientes, no caso de projetos comerciais e corporativos. Os cenários que queremos criar para nossa família, para nossos amigos, para os nossos dias, nossa história. Há sempre uma atmosfera construída com uma sensação de base: aconchego, conforto e etc. Qualidades que conseguimos transmitir através da seleção de materiais, móveis, cores, composição e etc.

 

AAqui: Existe um processo que você emprega para construir um ambiente?

AC: Priorizo o atendimento personalizado, não abro mão de acompanhar todas as etapas de implantação e dar total assistência ao cliente. Fujo dos estereótipos, a pessoa real é sempre interessante e cheia de boas informações. Não recuso boas oportunidades no mercado, independente do poder de investimento de cada projeto, sou adepta às promoções em se tratando de móveis e objetos, temos ótimas opções de qualidade no mercado. Claro que lidar com obras de arte já é um caso à parte, assim como as peças de design consagradas, daí falamos em investimento. Sou muito neutra na condução do trabalho, para atender as necessidades, as prioridades, do orçamento pé no chão ou com maior possibilidade.

 

AAqui: Quando o cliente te da liberdade para criar, que linha prefere seguir?

AC: Baseado nas necessidades do cliente, procuro aliar sempre praticidade e bom gosto. Claro, uma pesquisa minuciosa sobre o cliente ajuda muito com toda essa liberdade que deve seguir uma linha bem consistente. Interesso-me pelas soluções de projetos, de acordo com as particularidades dos mesmos.

 

AAqui: Como “encaixar” a profissão de designer de interiores na publicidade e no cinema?

AC: Acredito que através de fatores psicológicos combinados a determinadas características do consumidor como: motivação, percepção, aprendizagem e memória. Por exemplo: o retorno ao passado não é puro saudosismo. Buscamos cores, elementos gráficos, objetos e mobiliários antigos para poder preencher o ambiente com histórias dos moradores, a lembranças da infância, as imagens dos filmes que marcaram sua vida. O efeito pode ser obtido com papéis de parede que reproduzem estampas clássicas, com móveis garimpados em antiquários ou com objetos de design atuais que recriam  itens clássicos. Um exemplo de clássico revisitado são as geladeiras de forma arredondadas, atualmente fabricadas em cores berrantes, mas que compõem superbem o ambiente imaginário da época.Vale tudo: precisamos saber tocar dentro das pessoas buscando materiais e elementos que estejam relacionados com aquilo que queremos passar. No caso do cinema e na publicidade, a cenografia é fundamental para criar estes contextos  onde as tramas se desenrolam.

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