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Coworkings | Pandemia estimula novas formas de trabalho
14 de Março de 2021

Coworkings | Pandemia estimula novas formas de trabalho

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Por Karol Pires | AcontecendoAqui
 

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Com a pandemia e sua imposição ao isolamento social, muitas empresas precisaram reinventar suas formas de trabalho, adotando o modelo a distância, gerindo times, metas e resultados com colaboradores remotamente. Mas o que pareceu um grande desafio a princípio, na verdade se mostrou uma oportunidade vantajosa. Isso porque segundo uma pesquisa feita pela Pulses, startup de soluções de clima organizacional, 80% dos respondentes estão gostando muito do novo formato de trabalho e 85% estão se sentindo mais produtivos em home office. Já 82% dos líderes entrevistados pela empresa de consultoria Gartner planejam continuar permitindo que seus colaboradores trabalhem de forma remota ao menos uma parte do tempo, sendo necessária a presença física de uma a duas vezes por semana.

Nesse sentido, mesmo quando o fim da pandemia chegar, muitas empresas têm a intenção de continuar com o trabalho híbrido, que mescla dias de home office com dias no escritório. É o caso da Softplan, uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil, que decretou o novo modelo para seus quase dois mil funcionários. “Nós buscamos um modelo que contemple ao mesmo tempo autonomia e responsabilidade. Acreditamos que o trabalho remoto é mais do que o home office, é onde você se sente feliz e produtivo. É confiar que as pessoas estão engajadas e que estão realizando seu trabalho de onde quer que elas estejam. Por isso, para 2021 adotamos o mindset ‘remote first’, com rotinas, planejamento e um equilíbrio ainda maior entre vida profissional e pessoal”, conta a Parceira de Negócios do Desenvolvimento Humano e Organizacional da Softplan, Tatiana Back.

 

Pessoas em primeiro lugar

Para a Involves – empresa que desenvolve soluções para gestão de trade marketing -, colocar o bem-estar das pessoas que trabalham na empresa como prioridade foi o que fez o modelo remoto ser uma realidade. “Quando iniciamos o home office, reorganizamos nossos benefícios e atividades presenciais para o mundo virtual. Além disso, temos conversas periódicas com o time para entender o que faz sentido e o que pode ser alterado”, conta a Diretora de Pessoas da empresa, Thuany Schutz.

Seguindo a tendência, a Involves começou 2021 com uma nova experiência, focada em mais flexibilidade, liberdade e poder de escolha para as equipes. Exemplo disso está a adoção do conceito “trabalhe de onde quiser”, que permite aos colaboradores trabalhar de qualquer lugar e utilizar os escritórios quando considerarem necessário, em um formato parecido com coworking, em que acontece o agendamento para uso das estações de trabalho. Os benefícios também foram revistos, como a adoção de um cartão de benefícios flexível e a criação de um benefício para lazer e bem-estar.

 

 

Cresce a procura por coworkings

Para a fintech Asaas – que oferece uma plataforma para gestão de cobranças, pagamentos e antecipação de recebíveis -, o investimento em coworking está sendo de grande ajuda para o crescimento da empresa – que contratou 82 funcionários entre 2019 e 2020, e segue ampliando -, devido às vantagens de estrutura completa a um baixo custo operacional e a possibilidade de networking entre empresas que muitas vezes buscam parceiros, contratação de serviços ou até mesmo a união de tecnologias com outras empresas do mesmo setor.

A gestora de Pessoas e Cultura no Asaas, Pâmela Lisboa, conta que a fintech pretende criar 198 estações de trabalho que os times poderão usar como coworking. “Quem preferir, poderá permanecer em home office com os notebooks, cadeiras e demais equipamentos oferecidos pela empresa”, explica.

Já aos funcionários contratados remotamente de outras cidades e estados, a fintech buscará parcerias com coworkings locais. Nesse processo, o Asaas também investiu em mudanças culturais na busca do bem-estar dos colaboradores, como a incorporação de uma plataforma de gestão de pessoas e a adequação de processos para o modelo remoto.

Apesar de logo no início do isolamento social ter deixado o escritório e partido integralmente para o modelo remoto, posteriormente a startup Kyte, que oferece uma plataforma mobile de vendas e gestão para pequenos negócios, percebeu a necessidade de criar alguns espaços de trabalho alternativos para os colaboradores. “Notamos que algumas pessoas estão com mais dificuldade de se concentrar em casa ou, de vez em quando, precisam de um lugar silencioso. Sem contar os impactos de se trabalhar todos os dias no mesmo ambiente de descanso. Então resolvemos fazer parcerias com alguns espaços de coworking nas cidades onde temos mais colaboradores e, em outros casos, oferecer uma verba para isso”, explicou o CEO da Kyte.

A Diretora de operações do Club Coworking, Patrícia Coelho, conta que mesmo em ano de pandemia, teve um crescimento de 40% da empresa. “Notamos uma alta demanda por contratos ainda mais personalizados e reforçamos aos clientes a alta gama de flexibilização que já entregávamos e que foi ampliada para atender a todos, da forma que for mais conveniente, inclusive com serviços avulsos. Se o cliente quiser vir trabalhar meio período, ele pode vir. Se quiser usar a sala de reunião uma vez por semana, também vamos atendê-lo. O que a gente quer é que ele esteja conosco, a gente cuida de toda a estrutura e ele foca no negócio”, afirma a executiva.

 

Club Coworking unidade Faria Lima/Divulgação

 

 

Novas práticas para um novo momento

Os espaços de coworkings tiveram suas atividades temporariamente encerradas logo no início da pandemia, como é o caso do coworking de Criciúma Plurall, que ficou fechado por 17 dias – mantendo contato com as empresas via e-mail e grupo em aplicativos de conversas -, e da Coollabore, de Itajaí, que ficou com seus espaços fechados por cerca de um mês. “À medida que as regras foram permitindo, abrimos com equipe reduzida e apenas para os clientes mensalistas, e com as portas fechadas para atendimento de visitantes. Isso durou mais um mês. E assim que as regras foram permitindo fomos abrindo as portas e voltando as atividades normais já com os novos protocolos e ações de segurança”, explica a empresa em entrevista ao AcontecendoAqui.

Além das medidas de higiene exigidas pelos governos estadual e municipal – medição de temperatura, obrigatoriedade de uso de máscaras, disponibilização de álcool gel e limpeza constante das superfícies – a Coollabore participou de uma ação junto à Sercon e Beer or Coffee para certificar e auditar as medidas e protocolos adotados, o que os proporcionou o “Selo de Escritório mais Seguro”. Também foi reduzido o número de pessoas/visitantes nas salas de espera, os itens compartilhados como copos e xícaras ao utilizar objetos descartáveis, a carga de trabalho e passaram a fazer um rodízio de funcionários, antecipando as férias e bancos de horas.

 

Entre as iniciativas adotadas pelo Cool2Work – que conta com três unidades em Florianópolis -, há destaque para a oferta de 50% de desconto na mensalidade e ainda a possibilidade de parcelamento dos 50% remanescentes. “O Cool2work apoia as empresas em momentos difíceis mas acima de tudo acredita que juntos, podemos superar quaisquer desafios”, ressalta a gestora Amanda Lima.

Depois de encerrar seus eventos presenciais, neste mês de fevereiro Amanda Lima explica que as atividades na unidade Acate Downtown começaram a retornar, com capacidade reduzida de 30% e seguindo todas as normas e regras estipuladas. Entre as medidas implementadas para a retomada estão a readaptação das mesas fixas e compartilhadas, distribuição de álcool 70%, uso de máscara e a colocação de avisos da Prefeitura na entrada e nas áreas comuns, “pois acreditamos que informação qualificada faz a diferença na prevenção do vírus”, completa a gestora.

 

Cool2Work – Acate Downtown/ Divulgação

 

 

Incentivo do estado nos novos modelos de trabalho

Após a realização do Plano de mitigação – balanço do Programa de apoio e reestruturação de pequenos negócios locais para retomada econômica -, o Orion Parque, complexo de Lages que abriga empresas de tecnologia, biotecnologia, serviços e produtos inovadores, inaugurou no início de fevereiro um Coworking Público dentro do seu Centro de Inovação, oferecendo acesso às empresas do Orion e aos negócios locais que enfrentaram dificuldades em manter seus negócios durante a pandemia.

 

Créditos: Divulgação Orion Parque

 

“Com a implantação do Plano de Mitigação em 2020, com o intuito de amenizar os efeitos da COVID-19, aderimos à ideia de Coworking Público, mediante a percepção de uma carência desse tipo de utilização no Ecossistema, para que pequenos negócios e empreendedores, além de negócios locais, pudessem manter suas atividades com intuito de aproximação da comunidade ao Ecossistema e também às atividades do Orion. Atualmente o Orion Parque possui condições de manter um Coworking Público estruturado, totalmente gratuito e em parceria da Prefeitura Municipal de Lages”, explica o diretor-executivo do Orion Parque, Claiton Camargo.

Para uma das responsáveis pelo novo espaço no Centro de Inovação, Thais Lima, além de ajudar os pequenos empreendedores e empresas da cidade, o objetivo é que as pessoas enxerguem o espeço como um local acessível a todos. “Acredito que com a interação através do Orion as pessoas possam conhecer outras entidades locais e estaduais, as quais fazemos parte, como ACATE, ACIL e rede de Centros de Inovação, FAPESC, entre outras. Então para aqueles que não estão diretamente inseridos nesse meio, pode funcionar como uma porta de entrada”, afirma Thais Lima.

 

 

Futuro

Nesse sentido, entende-se que a tendência dos coworkings seguirá em crescimento. “Nós da Coollabore acreditamos que haverá um aumento na demanda por esse tipo de serviço e também um aumento significativo na concorrência para esse negócio, principalmente com a chegada dos grandes players de mercado”, afirma o gestor do smart office para o AcontecendoAqui.

A gestora do Cool2Work Amanda Lima comenta que a partir dessa tendência, as perspectivas de crescimento para o Cool2work incluem a abertura de duas novas unidades e a expansão de duas unidades atuais. “Devido à alta demanda, não estamos apenas abrindo novas unidades, mas também, expandindo as existentes”, finaliza.

 

Foto do topo: Stock Photos no Pexels.

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