Há uma semana, no dia 18 de novembro, foi realizada na sede da ACI-Associação Catarinense de Imprensa, em Florianópolis, a eleição que elegeu Deborah Almada como presidente da Associação para o triênio 2020-2023. Na ocasião foi comunicada a composição da Diretoria Executiva pelos jornalistas Marcos Bedin, Lucia Helena Vieira, Denise Christians, Rafael Martini, Fabrício Rodrigues e Paulo Roberto Festinha.
Este portal inicia hoje uma série de publicações com conteúdos produzidos juntamente com os responsáveis pelas novas diretorias criadas nesta gestão e que têm conexão com a Comunidade AcontecendoAqui. Iniciamos hoje com a conversa que tivemos com Fabricio Umpierres Rodrigues, responsável pela Diretoria de Inovação.
Qual a importância da ACI, Casa do Jornalista, na sua visão?
A Associação Catarinense de Imprensa cumpre um papel fundamental não apenas como um ente agregador dos profissionais de comunicação, mas também como um braço da sociedade, no que diz respeito à defesa da liberdade de imprensa e do trabalho dos jornalistas nesse propósito que é levar informação qualificada à população.
Cite as principais ações que a ACI tem se engajado.
Papéis relevantes para a profissão têm sido cada vez mais exercidos pela ACI porque, infelizmente, há uma cruzada (que não vem de hoje, é bom salientar) contra o jornalismo profissional. Não faltam declarações, ameaças (literais ou mesmo físicas) e uma campanha de descrédito contra profissionais e empresas de comunicação, o que exige uma postura de entidades como a Casa do Jornalista contra essas campanhas difamatórias que só nos atrasam e nos empobrecem como sociedade.
Quais são as missões definidas para sua diretoria?
A missão principal da diretoria de Inovação é conectar todo o potencial do jornalismo – e dos jornalistas catarinenses – ao ambiente de inovação e empreendedorismo digital de Santa Catarina, que hoje é referência internacional. Os profissionais de comunicação não se sentem parte desse “ecossistema” porque nossa formação – na academia ou no mercado de trabalho – nunca estimulou de fato o empreendedorismo, ou a capacitação em novas ferramentas e tendências. O mercado virou de cabeça pra baixo nos últimos anos e a imensa maioria dos jornalistas segue perdida, sem saber como se encaixar em um mercado mais digital.
Na gestão passada foram dados os primeiros passos nesse sentido…
Sim, sim. A ACI deu um passo histórico ao criar, em parceria com o CoCreation Lab e apoio do Sebrae SC, uma pré-incubadora de projetos de comunicação e jornalismo, certamente a primeira do Sul do Brasil. Foi muito gratificante ver colegas de profissão empolgados em tirar as ideias da cabeça e colocar no papel, terem acesso a novas metodologias para desenvolvimento de negócios, mentorias, aulas de pitch para apresentar projetos… enfim, é um primeiro movimento importantíssimo para fomentar o mercado de comunicação local.
O que tens em mente implementar nessa gestão?
Dar sequência ao projeto CoCreation Lab ACI é uma das nossas principais missões nesta gestão, mas não é só isso. Para integrar de fato os jornalistas e profissionais de comunicação ao ecossistema de inovação, pretendemos criar novos produtos e projetos que deem sequência a essa cultura empreendedora. Isso passa por fortalecer nossos canais de comunicação com o público externo, conectar “gente que faz” do mercado de tecnologia à “gente que quer fazer” no jornalismo, trazer capacitação, estimular debates, enfim… criar uma agenda que mostre como a ACI e os profissionais associados estão integrados à sociedade digital em Florianópolis e toda a Santa Catarina. Isso, sem dúvida, pode abrir um leque para novos projetos e negócios.
Seu recado.
Nossa missão e nossos planos não acontecerão por via de mão única. Quando se fala em inovação, não se trata prioritariamente de tecnologia. É pensar diferente, é se abrir a outras ideias e modelos de trabalho, parcerias etc. Espero que ao longo desta gestão nossos projetos ajudem colegas jornalistas a sair da bolha, a perder o medo de encarar desafios e a construir um horizonte mais promissor.