Publicidade
Motorista que atropelou e matou Róger Bitencourt vai a julgamento nesta quinta
06 de Fevereiro de 2019

Motorista que atropelou e matou Róger Bitencourt vai a julgamento nesta quinta

Publicidade
Twitter Whatsapp Facebook

Denúncia do Ministério Público aponta que condutor estava embriagado quando invadiu acostamento, na Rodovia SC-401, em dezembro de 2015. A direção sob efeito de álcool motiva dois terços dos crimes de trânsito registrados em Santa Catarina e é a segunda maior causa de mortes no trânsito no Brasil.

Será realizado nesta quinta-feira, dia 7 de fevereiro, a partir das 09h00, o julgamento de Gustavo Raupp Schardosim, motorista acusado de atropelar e matar o jornalista Róger Bitencourt, em dezembro de 2015, no quilômetro seis da SC-401, norte de Florianópolis. O réu chegou a ficar um ano e quatro meses preso, mas, desde abril de 2017, responde ao processo em liberdade. O julgamento ocorrerá na Vara do Tribunal do Júri da Comarca da Capital.

Publicidade

Consta na denúncia do Ministério Público que Schardosim estava em visível estado de embriaguez quando invadiu o acostamento. Além de Róger Bitencourt, atingiu outro ciclista, que teve ferimentos, mas sobreviveu ao impacto. A polícia também teria encontrado maconha no interior da Parati que o motorista conduzia. Ele responderá por homicídio, tentativa de homicídio e embriaguez ao volante.

Dois terços dos crimes de trânsito no Estado se devem à direção X álcool
Motoristas embriagados são alvo de cerca de sete em cada dez denúncias do Ministério Público por crimes de trânsito cometidos em Santa Catarina. Desde 2013, entre seis e sete mil denúncias foram efetuadas ao ano.

O Estado figura entre os trânsitos mais violentos do País. Em 2017, foi o quarto colocado no número de mortes no trânsito, ano em que, apenas nas rodovias federais que cortam Santa Catarina, foram registrados mais de dez mil acidentes.

Segunda maior causa de mortes no trânsito no Brasil
Apesar de o Brasil ter uma das legislações mais rigorosas do mundo nesse quesito, é o quarto País no continente americano com mais mortes no trânsito, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, e o álcool é a segunda maior causa dessas mortes, perdendo apenas para o excesso de velocidade, conforme aponta a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego.

Desde a Lei Seca, em 2008, diversas alterações foram feitas na legislação para implantar um rigor ainda maior, como aumentar a punição para alguns tipos penais e tipificar atos como recusar o teste de alcoolemia. Ainda assim, 1,7 milhão de autuações foram registradas no período, falta fiscalização e pouco se vê de mudança comportamental no brasileiro em relação à prática de beber e dirigir.

Família espera julgamento com ansiedade
A esposa e sócia de Róger Bitencourt, a também jornalista Karin Verzbickas, tem feito uma ampla mobilização em torno do julgamento e aguarda a data com grande expectativa. “A justiça que eu espero não é apenas por minha filha, que perdeu o pai aos seis anos de idade, e não é apenas por mim, mas sim porque eu entendo ser fundamental que as penas previstas para esse tipo de crime sejam aplicadas com rigor. É o exemplo das punições severas e justas que se refletirá em maior conscientização e maior responsabilidade por parte dos condutores. A impunidade e a aplicação de penas brandas certamente influenciam os altos e lamentáveis índices ainda registrados no Brasil de acidentes que combinam álcool e direção”, ressalta Karin.

Róger Bitencourt era muito conhecido no Estado, o que gerou grande repercussão em torno de sua morte. Natural de Porto Alegre, construiu a carreira em Florianópolis, onde vivia há 22 anos. Proprietário de uma das maiores agências de comunicação de Santa Catarina, ocupava a 1ª Vice-Presidência da Associação Catarinense de Imprensa. Foi também Secretário de Estado de Comunicação, atuou no antigo Grupo RBS e lecionou na Universidade do Vale do Itajaí. Tinha 49 anos à época do atropelamento.

 

Julgamento de Gustavo Raupp Schardosim, pelo atropelamento e morte do jornalista Róger Bitencourt 

> 7 de fevereiro, a partir das 9h

> Tribunal do Júri. Comarca da Capital. Rua Álvaro Millen da Silveira, nº 208. Centro. Florianópolis-SC. CEP 88020-901 (entrada pelo Tribunal de Justiça)

Publicidade
Publicidade