Sempre senti admiração pelo Chile e seu povo. Depois de conhecer o país, esse sentimento cresceu. Povo ordeiro e educado, economia forte, acordos bilaterais com vários países do mundo, cidades limpas e organizadas e, forte orientação para a Educação de qualidade. Isso tanto é verdade que a Universidade número um da América do Sul é a PUC de Santiago.
Outro dado interessante é que, desde a redemocratização, governos com visão socialista e capitalista tem se revezado na gestão do país sem quebra do crescimento, da austeridade, da distribuição de renda e da liberdade de escolhas.
Tudo que escrevemos anteriormente reporta a Educação de qualidade. Educação, praticamente, privada com forte atuação do estado na concessão de incentivos aos que não poderiam pagar. A qualidade obtida na Educação ocorreu pelo forte apoio do estado. O Chile, atualmente, detém os melhores índices educacionais da América do Sul. O Prouni brasileiro tem sua raiz no processo de apoio chileno aos estudantes de baixa renda.
Há um ano tomou posse na presidência do paísa Senhora Michelle Bachelet (socialista), caracterizando o rodízio de poder, com uma proposta de acabar com esse apoio aos estudantes definindo que não é possível ter lucro com a Educação e, que as instituições de ensino que se beneficiassem do apoio governamental deveriam ter lucro zero.
Mais hilária é a explicação do Ministro da Educação chileno, que assim justifica a decisão: “Temos dois corredores em um campo. Um corre sem patins o outro com patins. Para igualar as condições tenho que deixar os dois sem patins.”
As perguntas que precisam ser feitas – Por que todos os governos com forte visão social teimam em nivelar por baixo? Por que a visão da esquerda é sempre paternalista? Por que tende a olhar os pobres como coitadinhos e incapazes de crescer por si próprios?
Aqui em terras brasileiras acontecem coisas similares. Aproxima-se o carnaval. Festa do povo. O que faz o governo? Distribuirá um milhão de preservativos visando prevenir problemas futuros. Quando as pessoas serão orientadas para assumirem suas responsabilidades em assuntos que dizem respeito somente a elas? Quando o governo deixará de ser o paizão daqueles que não querem crescer?
Enquanto prevalecer a visão paternalista dos governos em relação ao povo, enquanto a Educação não for prioridade de fatomas, somente slogan de governo, não teremos uma população apta para fazer parte de um mundo competitivo em que o ser responsável, assumir seus erros e acertos, planejar sua vida, estabelecer metas e objetivos é uma atribuição, absolutamente, pessoal. O estado deveria, apenas, oferecer as condições para o crescimento.
Escolher pelas pessoas, dizer-lhes o que é bom ou ruim é impedir seu crescimento pessoal e assumir uma responsabilidade que não é sua. É manter um povo oprimido pela força dos donativos e caridades. É a raiz disso está na precária Educação que é entregue ao povo desse país.