2020 realmente está sendo um ano marcante. Desde os primeiros dias de março muita coisa começou, mesmo que vagarosamente, a dar indícios de que algumas rotas precisariam ser novamente construídas, pois apenas recalcular não adiantaria… Assim, começamos numa corrida pelo imediatismo da informação, a analisar cenários e junto com nossos clientes, criar novas possibilidades para o que tínhamos até então traçado. Algumas decisões foram duras, criticadas no momento, mas hoje percebe-se que foram totalmente acertadas. Dessa forma, depois do dia 17 de março pode-se dizer que, do dia para noite, as nossas rotinas foram alteradas por causa da chegada do coronavírus ao Brasil e do alastramento da doença no Estado. Entre tantas preocupações com a nossa saúde e a de nossos familiares, e com as adaptações que teríamos de fazer para seguirmos a vida com o mínimo de impacto, nós, assessores de imprensa, trabalhamos intensamente durante horas a fim de auxiliarmos nossos clientes a tomarem as melhores decisões.
Precisávamos compartilhar com colaboradores, clientes e imprensa as decisões sobre as ações para o contingenciamento do vírus, sobre a redução do horário de funcionamento, o fechamento de lojas e empreendimentos, o adiamento ou o cancelamento de eventos e shows e, nos últimos dias, sobre a opção de dar férias coletivas a funcionários até que a quarentena seja cumprida. Tínhamos de comunicar que, para o bem comum – e aqui não se incluem de forma alguma as preocupações com o cessar de lucros – era necessário ficar em casa.
Ficamos em casa também. E enquanto tanta gente dedicou o tempo livre para maratonar séries, para cozinhar, para colocar a leitura em dia e até para não fazer nada, seguimos trabalhando. E, muitas vezes, extrapolando aquilo que tínhamos como “normal” de jornada de trabalho, porque sim, somos assessores de imprensa 24 horas por dia e por isso temos uma equipe preparada e com a qual compartilhamos demandas, anseios, frustrações. Não podíamos simplesmente desligar o celular, a TV e todos os meios de comunicação e fazer nada. E, também, jamais conseguiríamos. Estamos imersos e excitados em meio ao turbilhão que o coronavírus trouxe para nossas vidas. E, temos certeza, que esse cenário não é exclusivo dos assessores de imprensa, mas se repete e até intensifica em outras tão importantes esferas e profissões na sociedade.
Em meio a tanta informação relacionada à Covid-19, construímos pautas para mostrar como os exemplos dos nossos clientes poderiam ajudar, ensinar, aliviar a tensão e tornar a quarentena menos dolorosa para todos. Foi preciso, em alguns momentos, dialogar mais calorosamente com os clientes para mostrar o que estava sendo pauta e o que não seria prudente, pensando em imagem e reputação! Ah, e por falar em reputação, todo esse episódio está sendo uma grande aula de gestão de crise – e de como não fazer comunicação: frases mal ditas, ou melhor, pensamentos externados e que depois foram reavaliados, mas, infelizmente, tarde demais. Em um mundo onde todos já se tornaram influenciadores digitais, palavras não voltam e posts, mesmo que apagados, são printados e eternizados.
Pensando em marca, relacionamento com o público e reforço de reputação, criamos posicionamentos que humanizaram e, em tempos de reclusão, aproximaram pessoas. Fugimos ao lead, da teoria do funil invertido, e muitas vezes analisamos gráficos para transformá-los em versões poéticas.
Nossos planejamentos de comunicação, apresentados aos clientes entre o fim de 2019 e o início de 2020, tiveram de ser alterados. Assuntos anteriormente impensados se tornaram urgentes. O restante foi ficando de lado. Menos o trabalho de comunicação. E podemos afirmar categoricamente que, do dia para noite, tivemos de nos reinventar. E, nesta mesma linha, um outro braço da comunicação está a realização de eventos, que no atual cenário, é um mercado que enfrenta barreiras e batalha pela transferência e não pelo cancelamento, tentando, dessa forma, minimizar os impactos no segmento.
Frente à iminente sobrecarga de informações, das fake news, em cenários como o que estamos imersos, nos transformamos num espelho que reflete e pulveriza a informação. É preciso absorver, sintetizar e compartilhar com toda a nossa rede – e aqui não apenas a rede comercial, muito além do que resume à nossa atividade comercial, à família, aos amigos e pessoas próximas. Tudo isso com muita responsabilidade. O ponteiro do relógio, se acompanhado, pode se tornar um pendulo duvidoso. Calma é preciso e imparcialidade não existe desde o momento que escolhemos a primeira palavra a ser redigida. Em momentos de crise mundial, é preciso “PENSO”!
O trabalho da assessoria de comunicação não parou. Não para nunca. Porque a informação não para. Assim como nas horas de conquistas e boas notícias, mas especialmente em momentos de crise, nos quais é preciso experiência e tranquilidade para gerenciar e executar ações, o trabalho responsável da assessoria de imprensa é imprescindível. A comunicação responsável é imprescindível. O que está por vir ainda é muito nebuloso. Não se tem ao certo o cenário a ser desenhado. Muitas empresas podem, sim, optar por cortes na comunicação, mas este não é o momento para se pensar nisso. É o momento de agir responsavelmente, executando com paixão aquela profissão que escolhemos e que decidimos chamar de nossa! Credibilidade é o que nos permite estar hoje num mercado cada vez mais competitivo e que nos permitirá múltiplas reinvenções em cenários nos quais, sem sombra de dúvidas, seremos protagonistas junto às nossas veias de relacionamento.