Como leitora voraz, dá pra imaginar tudo o que aprendi na solidão mais populosa que existe, a que reside no mundo encantado, fascinantemente habitado, das páginas de um livro.
E entre os livros que mais me ensinaram está “A auto-estima do seu filho”, de Dorothy Corkille Briggs, disponível no Brasil com edição da Martins Fontes.
Não lembro quando li, talvez 10 anos atrás. E foi ali que entendi que ninguém é imune às críticas, e que o tom de uma sentença pode afetar uma existência.
Portanto como mãe, expoente máximo das cobranças sobre a criança, cabe a mim certas façanhas: exigir sem dominar, ensinar sem pré-julgar, coexistir sem a pretensão de unificar.
Não que seja fácil. Não que eu esteja certa. Só sei que a auto-estima não é como um brinquedo que se escolhe na loja. Nem como roupa que deixa de servir. Uma vez talhada, passa a viver grudada, ditando como vamos pensar e reagir.
PRA TER UMA ALTA AUTO-ESTIMA
Toda criança precisa saber que não está sub judice. Que é amada sem pré-requisitos, independentemente de seus erros e nossas represálias.
Por isso é tão importante não “adjetivar” a criança, mas sim seu ato, isolado.
Se ela tirou nota baixa e merece advertência, vamos focar no problema não na sua competência.
E se por instinto diante do 10 eu digo “te amo”, que engano.
Em questão de educação, amor e resultado não caminham lado a lado.
Toda criança precisa saber que o amor mais real é incondicional.
Precisa saber que é única e que isso é um privilégio.
Ser diferente é bem diferente de ser inadequado.
Porque o valor de uma pessoa não está em honrar a expectativa dos pais, menos ainda em ser cópia de todos os demais.
Ser exclusivo é um êxito inerente ao existir.
Se acaso eu comparar, melhor me alertar.
Toda criança precisa ter liberdade pra sentir e se expressar.
Enquanto aos pais, ao contrário, ouvir não é uma escolha. É atributo imperativo.
Ouvir ativamente, com respeito e empatia. Canalizando os pensamentos em saídas seguras.
Assumindo que temos problemas, que somos humanos e nossas famílias nunca foram perfeitas. E que nada disso nos impede de explorar o mundo com curiosidade e confiança.
Não precisamos saber tudo. E algumas coisas, não basta saber. É preciso praticar.
Como questionar antes de condenar. Parar, respirar, perguntar, equacionar…
Se não fez o combinado, por que preferiu mudar?
Porque só assim ela vai entender que pode tentar e errar, sem desmoronar.
Que pode ser sincera e que sempre importa como o outro se sente.
Que não é pecado falhar… crime, sim, é achar que será amado só se acertar.
Com 11 infláveis gigantes, a Corrida Insana é programa indispensável na agenda dos pais e filhos. Por acordar a criança em nós. Quiçá adormecida por muita pressão e pouca cantiga. Criança ávida por voz. Só pra lembrar como é simples o segredo da vida: se concentrar no momento. Acreditar que é capaz. Cair e levantar. Se sujar sem lamentar. Se jogar sem pensar!!!!
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Palestra #DádivaDaVida, por Ana Lavratti, agora também disponível na web, no Lab Da Vida.