Publicado originariamente neste portal no dia 11 de abril de 2023
Recentemente, mais de mil cientistas, especialistas em tecnologia e nomes notáveis da indústria assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa no treinamento de Inteligências Artificiais similares ao GPT-4 por pelo menos seis meses. Entre os signatários estão Elon Musk, Emad Mostaque (do Stable Diffusion), Steve Wozniak (co-fundador da Apple), além de engenheiros da Meta e Google.
A carta argumenta que as empresas estão “presas em uma corrida fora de controle para desenvolver e implantar mentes digitais cada vez mais poderosas que ninguém – nem mesmo seus criadores – pode entender, prever ou controlar”. A pausa solicitada seria necessária para que a indústria possa considerar os impactos da IA na sociedade e garantir que a tecnologia seja desenvolvida de forma ética e segura.
Para mim, não restam dúvidas de que a Inteligência Artificial tem um potencial incrível para ampliar nossa capacidade como seres humanos, mas também pode trazer riscos e desafios significativos. Sempre digo que uma faca nas mãos de uma pessoa como eu, serve para passar manteiga no pão (…).
À medida que a tecnologia se torna cada vez mais poderosa, é importante que a indústria considere os impactos da IA na sociedade e atue com responsabilidade.
Quero então, dar ao leitor uma perspectiva interessante sobre a IA. Em minha opinião, devemos parar de enxergar a inteligência artificial como se fosse outra pessoa ou uma entidade separada que concorre com a capacidade humana, mas sim uma ferramenta que possibilita a concentração de todo o conhecimento em uma espécie de oráculo que responde de forma ágil, criativa e inteligente. A partir da criação desta tecnologia, passamos a ser curadores de nós mesmos.”
Não teremos máquinas tomando os empregos dos humanos e sim humanos que sabem usar essas máquinas como ferramenta de produtividade substituindo os humanos resistentes à evoluir.
A IA pode ser usada para ampliar nossas habilidades e conhecimentos em diversas áreas, desde a medicina até a engenharia. No entanto, é crucial que os desenvolvedores de IA atuem com responsabilidade, garantindo que a tecnologia seja desenvolvida de forma ética e segura.
O movimento dos cientistas que assinaram a carta aberta é um passo importante na direção de um desenvolvimento mais responsável da IA. A pausa solicitada permite que a indústria reflita sobre as implicações da IA na sociedade e trabalhe para garantir que a tecnologia seja usada para o bem comum.
A Itália, por exemplo, acaba de tomar uma decisão histórica ao banir o uso do ChatGPT no país. A medida tem efeito imediato e impedirá a OpenAI de processar dados de cidadãos italianos através da tecnologia. Essa decisão representa uma clara demonstração da preocupação com a proteção de dados pessoais, o que é crucial para a segurança e privacidade dos cidadãos, mas é também o embate mais claro que vai determinar novos rumos para os direitos autorais no mundo conectado às inteligências artificiais.
O que quero colocar aqui em discussão é: será que é benéfico parar? Será que o cerne do problema está na pausa ou na índole e cultura de quem produz e de com consulta o conteúdo dessas tecnologias? Será que deveríamos ter diminuído a produção de facas no momento da sua criação? Será que devíamos ceder aos apelos de Thomas Edson quando ele alertou sobre os perigos da Corrente Alternada, promovendo bizarras apresentações de seu perigo em cadeiras elétricas?
A pausa solicitada pelos cientistas e o banimento da Italia ao GPT sao movimentos bastante diferentes na mesma direção, mas sobretudo representam um apelo importante na direção do desenvolvimento de uma cultura mais ética e mais responsável da IA, mas cabe a todos nós trabalharmos juntos para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de maneira ética e responsável.
Por fim, o movimento dos cientistas e especialistas em tecnologia é um importante lembrete de que a IA deve ser desenvolvida com cuidado e responsabilidade, visando sempre o bem-estar da sociedade. A tecnologia pode ser uma poderosa ferramenta para potencializar as capacidades humanas, mas é necessário que a indústria atue com consciência e ética, garantindo que a tecnologia seja usada para o bem comum e que as possíveis consequências negativas sejam evitadas.
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