Dentro do universo corporativo já se tornou tradição a realização das confraternizações de final de ano com o objetivo de celebrar os resultados obtidos e, também, traçar metas e objetivos para o próximo ciclo. Um dos aspectos mais importantes dos eventos e festas de confraternização é justamente elevar os colaboradores ao protagonismo das ações, ou seja, fazer com que a equipe de trabalho que se empenhou durante todo o ano seja reconhecida e possa vivenciar momentos inesquecíveis.
E para atingir esse objetivo é fundamental criar experiências que reforcem, acima de tudo, a inclusão e a diversidade. Embora a sociedade brasileira seja notadamente caracterizada por uma imensa pluralidade, é comum na rotina organizacional a manifestação de preconceitos raciais, religiosos e de várias outras naturezas.
Dessa forma, é absolutamente essencial que os organizadores levem em consideração que o sucesso de uma festa ou de um evento está ligado também ao sentimento de pertencimento e acolhimento dos seus participantes. E isso, é claro, não está restrito ao segmento empreendedor. Eventos de todas as naturezas devem ser planejados com o intuito de promover a pluralidade e a diversidade que são características naturais do ser humano. Esse é o assunto da nossa coluna. Boa leitura!
Como um dos maiores eventos brasileiros é exemplo de acessibilidade e sustentabilidade em nível mundial
O Rock in Rio não é apenas um evento de enorme sucesso criado no Brasil e com edições internacionais que reúne alguns dos principais nomes do cenário musical mundial. O seu projeto é um exemplo de assertividade e organização, em que cada detalhe é planejado com antecipação para que o resultado do público seja uma experiência realmente diferenciada.
No que diz respeito à inclusão e à diversidade, o Rock in Rio também já se consolidou como uma importância referência no cenário internacional. Com uma iniciativa que leva o nome “Por um mundo melhor”, o evento tem uma atuação consistente em deixar um legado de valor e contribuir, de fato, para a construção de uma sociedade melhor e mais inclusiva.
A responsabilidade social, por exemplo, se manifesta na doação de mais de 50 mil refeições para públicos em situação de vulnerabilidade e a reciclagem de nove toneladas de óleo em toda a história do evento. Programas de inclusão de profissionais nas equipes de trabalho e a construção de acessos, serviços e plataformas adaptadas para o público com dificuldade de mobilidade também são ações presentes em todas as edições do evento pelo mundo.
Com um plano de metas para 2020 audacioso, mas racional, o Rock in Rio se consolida como uma ação que vai além da música e se conecta com o desejo de todos: a busca de um mundo melhor.
A importância do espaço físico para a realização de eventos inclusivos e plurais
Quem atua na organização de eventos sabe que conhecer de forma aprofundada o público alvo é um requisito fundamental para quem busca o sucesso da ação e, também, a satisfação e o bem estar dos participantes.
Quando a ideia é promover um evento inclusivo e plural, esse conhecimento se torna ainda mais importante, já que deve antecipar todas as necessidades e demandas especiais que possam estar presentes.
Por isso, a seleção de um ambiente adequado para a realização do evento e que atenda os requisitos de acessibilidade das pessoas é essencial. E a boa notícia é que a escolha de um espaço com essas características não é tarefa difícil, mas requer uma boa dose de atenção e dedicação.
Sediar o evento em um espaço plano e térreo, com o mínimo de desníveis entre os ambientes contribui muito para o acesso de quem possui alguma dificuldade de locomoção. Além disso, a existência de elevadores e plataformas de acesso também é importante.
Vale lembrar que optar por um espaço em que os banheiros sejam adaptados e com acessibilidade em braile e, também, não contenham limitações LGBTfóbicas é uma boa recomendação para proporcionar a todos o máximo de bem estar.
O conhecimento como ferramenta estratégia para ampliar a diversidade dos eventos
De acordo com dados divulgados neste ano pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população com deficiência no Brasil é estimada em 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária. Outro dado registrado é que mais da metade desse total são mulheres, o que representa 10% da população feminina com deficiência no país.
E para incluir esse imenso público nas ações e eventos é necessário o desenvolvimento de estratégias inclusivas visando o seu bem estar. Para os organizadores de eventos, muitas vezes, o principal desafio é justamente a falta de conhecimento e, até mesmo, de empresas que atendam as demandas especiais desse público.
Por isso, não há dúvida que o conhecimento precisa ser tratado como uma ferramenta estratégica pelas empresas do setor visando encontrar as melhores soluções para cada situação.
Não há outra forma de tornar o mercado de eventos mais democrático e representativo do que investir em alternativas que fortaleçam a inclusão. Desde ações que agreguem valor às comunidades locais, passando pelo combate ativo à discriminação e à homofobia, até chegar à escolha de ambientes em que todos os participantes se sintam confortáveis, é somente através do estudo, pesquisa e aplicação prática da diversidade que é possível agregar a pluralidade ao setor.
3 maneiras de incluir a diversidade em um evento
Justamente por se tratar de um tema amplo e que se encontra em pleno debate na atualidade, existem muitas maneiras de ampliar e potencializar a inclusão e a sustentabilidade em uma ativação ou em um evento. Para atender as demandas do público, muitas vezes, o maior investimento é mesmo na criatividade. Confira três maneiras de fortalecer a representatividade em um projeto.
1. Promova uma divulgação inclusiva
Vivemos um momento em que as redes sociais se tornaram veículos prioritários de divulgação. Porém, é necessário ampliar esse horizonte. Criar peças de divulgação com imagens claras, leitura acessível e formas de se conectar com pessoas com baixa visão é importante para ampliar o público da ação.
2. Invista em recursos de acessibilidade
Palestras, seminários e eventos com um caráter mais corporativo devem investir de forma concreta na acessibilidade. Além de facilitar o acesso dos participantes, é necessário disponibilizar recursos adicionais como intérpretes de libras para levar o conhecimento a todos.
3. Crie ambientes culturalmente abrangentes
Como já mencionamos acima, pense de forma estratégia na seleção de um ambiente que promova o bem estar de todos os participantes. Decoração, trilha sonora, iluminação e até mesmo o nível de ruído precisa ser levado em consideração para criar espaço democráticos e culturalmente abrangentes.