A sociedade que está sendo criada, no século de mudanças profundas, gera algumas inquietudes que preocupam e, muito. No mercado de trabalho fica evidente, cada vez mais, pelas mudanças ocorridas nos processos de trabalho, a eliminação de empregos ou a mudança do perfil profissional dos ocupantes de cargos de funções repetitivas ou que não exijam a capacidade de pensar.
Há fenômenos ocorrendo, simultaneamente, que podemos traduzir por eliminadores de emprego. Informatização, mecanização, robotização e virtualização têm como característica fundamental a eliminação de empregos ou a mudança de perfil de seus ocupantes. Quero lembrar aos leitores que isto é inevitável.
No início da Revolução Industrial, Ned Ludd, comandou um grupo de trabalhadores, que ficaram conhecidos como ludistas, e se insurgiu contra as mudanças ocorridas na época. O que faziam? Jogavam no rio Tâmisa as máquinas de datilografia acreditando que assim deteriam o progresso. Não o conseguiram, é óbvio! Isto vale para nossos dias.
O governo tenta minimizar o problema adiando decisões que são e serão imperativas; cobradores de ônibus serão substituídos por cartões eletrônicos, o abastecimento de veículos será feito pelo próprio motorista eliminando o frentista, os repórteres de rua serão os próprios transeuntes, que com seus aparelhos eletrônicos, estarão “online” com a mídia eletrônica transmitindo 24h dia, os médicos terão o precioso auxílio de robôs e, por aí segue a vida. Já repararam que não se fala mais em boias frias, os trabalhadores colhedores de cana de açúcar? Onde foram parar? Foram substituídos por colheitadeiras de última geração; um operador,altamente especializado, em troca de cem trabalhadores braçais.Triste, mas verdadeiro.
O que fazer? Preparar-se para o futuro significa saber pensar. Essa é a principal responsabilidade das instituições de ensino nos dias atuais. Nada de decoreba, nada de resposta pronta. Saber pensar é o que garantirá seu futuro. Quem soube pensar estará preparado para achar alternativas de solução para resolver problemas que sequer sabemos quais serão.
Logo, nossas escolas, em todos os níveis devem estimular o desenvolvimento da criatividade, o apetite pela mudança, o resolver problemas complexos, o participar efetivamente da vida em comum. Será que é isso que vemos em nossas escolas? Será que estamos preparando os jovens para viver com a incerteza, com o dia de amanhã diferente do dia de hoje, com as eventualidades, que serão cada vez mais frequentes e eventuais? Bom refletirmos sobre o futuro que queremos para nossos filhos e netos. Com certeza eles cobrarão nossas omissões!
