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Coluna Ozinil Martins | Retrato do ensino superior no Brasil!
04 de Setembro de 2020

Coluna Ozinil Martins | Retrato do ensino superior no Brasil!

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 04 de Setembro de 2020 | Atualizado 04 de Setembro de 2020

No dia 02.09.2020 o Brasil tomou conhecimento dos dados constantes do relatório divulgado por um dos principais rankings universitários do mundo – Times Higher Education. Neste ranking, para constatação dos brasileiros interessados (são poucos, infelizmente), o Brasil não tem nenhuma instituição de ensino superior entre as 200 melhores ranqueadas do mundo e, a maior parte delas se situa acima da milésima colocada.

Como a classificação a partir da posição 200 é feita em grupos, a mais importante instituição do Brasil, a Universidade de São Paulo, está classificada no grupo de 201 a 250; a Unicamp, outra renomada universidade, situou-se na posição 401 a 500.

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No ranking das 10 melhores universidades do mundo oito são americanas e duas do Reino Unido, sendo a primeira classificada a Universidade de Oxford. Chama atenção no relatório o crescimento das universidades asiáticas que, lideradas pela China, têm seis universidades entre as 100 melhores classificadas.

Se as universidades são a fonte de pesquisa e inovação que determinam para onde caminha a humanidade é possível inferir que o Brasil, enquanto consumidor de tecnologia e inovação, continuará sendo um comprador dos países que realmente fazem a diferença e não ficam perdendo tempo e dinheiro com pesquisas que nada acrescentam a não ser estimular as aberrações que tomamos conhecimento pelas mídias sociais no tocante as pesquisas tupiniquins.

Por curiosidade pesquisei o orçamento da USP para 2020 e, segundo o jornal.usp.br, o conselho universitário da USP aprovou para o ano de 2020 o valor de 5,98 bilhões de reais. A USP tem um quadro de quase 95 mil estudantes e, aproximadamente, 14 mil funcionários.

Ainda como curiosidade pesquisei quantas prefeituras, dos 5.570 municípios do país, têm orçamentos superiores a 1 bilhão de reais e constatei que, segundo O Globo e o Valor, em 2019 apenas 77 prefeituras tinham orçamentos superiores a 1 bilhão de reais. Somente as prefeituras de capitais, e nem todas, tem orçamentos igual ou superior ao da Universidade de São Paulo. Importante ressaltar que, segundo Veja São Paulo, 536 professores ganham mais do que o teto constitucional do estado de São Paulo, que é o salário do governador.

Quem olha para as instituições federais de ensino superior e para as estaduais ou municipais mantidas pelo estado acredita que a produção intelectual é fantástica, que dissertações e teses estão propondo caminhos e soluções para os problemas que nos atingem enquanto país, mas os fatos dizem o contrário; a UFSC retomou as aulas somente no dia 31.08, paralisada que estava desde março e, na modalidade à distância, assim como outras universidades federais que afirmaram que, enquanto não existir vacina, não haverá aula presencial.

O fato concreto é que a produção intelectual, apesar da quantidade ser enorme, não condiz com a qualidade que faz a diferença e que possibilitaria ao país assumir sua independência em geração a tecnologia de ponta. Infelizmente o custo é desproporcional aos resultados apresentados. Infelizmente!

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