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Coluna Ozinil Martins | Quem sou eu?
20 de Fevereiro de 2024

Coluna Ozinil Martins | Quem sou eu?

"Criou-se a geração de inúteis, ou seja, pessoas que não apenas estarão desempregadas, mas não serão empregáveis"

Por Prof. Ozinil Martins de Souza 20 de Fevereiro de 2024 | Atualizado 20 de Fevereiro de 2024

Sempre que possível este era um exercício que realizava com acadêmicos das turmas com que trabalhava. O “Quem sou eu?” era seguido de 20 linhas em branco em que pedia aos estudantes que, em frases curtas, permitissem que pessoas que não os conhecessem, tivessem a oportunidade de fazer um juízo de valor sobre a pessoa que se autodescreveu.

As respostas eram as mais incríveis e havia estudantes que cristalizavam e não conseguiam responder a nada; quando muito uma ou outra observação. Importante salientar que havia um tempo curto para responder ao exercício. Vi estudantes perplexos e sem condições de responder enquanto outros discorriam naturalmente sobre o solicitado.

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Hoje, com certeza, o exercício seria muito mais difícil de ser aplicado. Os jovens, para ser gentil e não botar mais gente na panela, vivem uma profunda crise de identidade. Não sabem onde estão, para onde vão e o que se espera deles em uma sociedade que trocou o ser pelo ter de uma forma brutal e em tão pouco tempo. Em apenas algumas gerações a mudança fez um estrago naqueles que foram os depositários da confiança e investimentos de pais em um futuro melhor. Nunca se investiu tanto em jovens como nas últimas décadas.

A vida foi banalizada em todos os sentidos. Hoje, pessoas são mortas por qualquer motivo, desde defender ideias diferentes até por um bem insignificante ou por um olhar mal recebido. Os jovens, em busca de uma identidade e achando que com isto ficam diferentes, transformaram seus corpos em verdadeiros outdoors tatuando-os com imagens as mais ridículas possíveis; não satisfeitos em agredir com as tatuagens, transformam seus rostos em verdadeiras obras de horror com piercengs, aros metálicos e pinos que sinalizam sua infelicidade com o mundo em que vivem.

Quanto mais diferentes tentam se mostrar, mais padronizados ficam e seus comportamentos mostram que a busca pelo sentido de viver não está presente em suas preocupações.

Como diz o professor de História e escritor israelense Yuval Harari criou-se a geração de inúteis, ou seja, pessoas que não apenas estarão desempregadas, mas não serão empregáveis.

Importante salientar a importância em todo este contexto do “politicamente correto.” A partir deste conceito, criado nos Estados Unidos e que se espalhou pelo mundo ocidental, o questionamento sobre o passado, a discussão sobre comportamentos e a revisão de tudo que a humanidade produziu e fez, criou o caos no qual chafurdam os aproveitadores do quanto pior melhor e que prevaleça minha visão.

Em tempos de Inteligência Artificial, de eliminação de empregos, em tempo em que as escolas deveriam estar ensinando os jovens a pensar, o que fazem os jovens na edificação da nova sociedade? Questionam todos os valores que, bem ou mal, nos trouxeram até aqui, desconstroem a família, incentivam o caos e transformam a sociedade em massa falida de alguma coisa, que se não era boa, certamente ficará pior.

Foto:Freepik

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